First Sin

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O primeiro contato com o pecado, pode ser facilmente comparado a algo simples, mundano, cotidiano. Como um primeiro beijo, o primeiro encontro, a primeira transa ou algo banal como a primeira tatuagem, o "problema", não está na primeira prova, está no gostar, na sede de ter mais, essa é a perdição.

Sentiu seu corpo ser apertado, o lábio inferior ser mordiscado e puxado com leveza; as pernas de Jungkook já não eram firmes, vacilavam, tudo ainda estava sendo processado lentamente, o beijo, as sensações, todo o calor que era transmitido em seu corpo, uma loucura.

O diabo fitava-o com gosto, carregado de prazer por tal pureza, sentia o cheiro doce daquele puritano passar por sua narinas. Estavam tão próximos, era possível que olhos alheios estivessem virados para com eles, mas isso não importava, Lúcifer adora estar nos holofotes.

Jungkook lambeu os lábios, pode sentir o gosto amargo ainda ali, o que restou, era forte ao seu gosto, não provaria novamente, talvez o beijo, ainda não tinha certeza.

Se sentou envergonhado, fitando a vista fora da janela, não sabia como encarar o moreno, parecia tudo tão estranho.

—E então, o que acha do sabor?.— disse cretino, um duplo sentido. Ajeitou o terno ao sentar, fitava o rosto ruborizado em sua frente, chegou a sorrir.

—A..é, eu-eu.. achei forte, eu acho— não conseguia projetar uma frase inteira, nem mesmo olhar para frente, tudo estava tão estranho, pensou.
—Não tenho vontade de provar de novo, é ruim, Tae.—

Dessa vez o olhou, rápido, quis logo abaixar a cabeça.

Fôra preso, aqueles olhos de cor escura, prendeu o olhar de Jungkook, era tão bonito, tão vibrante, moraria ali se fosse possível.

Com um olhar sarcástico se fingiu ofendido, forjou uma reação chateada para o comentário do loiro; logo corrigiu, não era isso o que quis dizer.

—Eu estava falando da bebida.— Sibilou tão rápido, alto, causou gargalhada no cão.— Quer dizer, a bebida é ruim, não o beijo.—

O tinhoso levou os fios para trás com uma única mão, mudando a face fingida para uma sedutora, cheia de si.

—Então você pensa em me beijar de novo?!.— provocativo, queria saber até onde conseguiria ir.

—É melhor irmos andando. Meu pai deve está procurando por mim.—

Se arrastou como um fugitivo para o externo da cafeteria, se sentia nervoso, suando, aquele homem de terno caro, era tão firme.

No caminho de volta Jungkook não proverbiou nada, sentia o olhar quente do diabo sobre si a cada pausa nos sinais, sua mente lhe pregava peças, não conseguia parar de pensar naquele beijo, o sabor único, as mãos firmes em sua cintura, por que estava tão calor?!.

Por um momento se culpou, pensava nas palavras do pai, repetitivamente em sua cabeça.

Não se podia deitar-se com homens, o relacionamento entre iguais não é aceitos por Deus, não entrariam no céu, ambos tão pecantes, sujos, imorais. Como seriam perdoados?.

O cão fitou a testa enrugada ao seu lado, tocou a face leitosa do loiro, suavizando a intensidade na área específica.

—Se continuar nesse ritmo, uma de suas veias vai explodir.— foi engraçado, Jungkook riu. Se desfez naquele toque, era bom.—O que lhe incomoda?.—

Gelou, Jungkook tinha medo de dizer algo errado, não queria magoar o moreno, sorrir era a melhor opção; a visão de Lúcifer, foi encantador, tão ingênuo, inocente, seria o seu melhor pecado.

Aonde o diabo se escondeOnde histórias criam vida. Descubra agora