Aonde o diabo se esconde

Welcome to Hell

O inferno, local que guarda os círculos, os moribundos pecantes, aqueles que Deus não sabe como "concertar". A casa do diabo, repleto de almas agonizando, gritos, súplicas, no fim, todos clamam por Lúcifer, o seu Deus.

Chegaram de forma bruta, Jackson foi lançado novamente ao chão, esse com olhos arregalados, medroso.

O inferno é um lugar quente, o clima tenso, pesado. Não há muita coisa por lá, ruínas, uma grande extensão vazia, tudo coberto por uma camada fina de neblina; a casa do diabo ficava a alguns metros a frente, Lúcifer carregava aquele demônio sem pudor, levando-o pela nuca, fôra até a porta, sorriu para a imagem de seu castelo, uma maestria.

As paredes altas, as pontas finas ao topo, tudo tão magnífico aos olhos do cão.

No interior, podia se ver um grande tapete, um tom de vermelho quase que vinho, livros abertos, jogados por algum canto, grandes janelas com cortinas grossas, pesadas. No centro, o trono; Taehyung vibrou ao tocar o acolchoado alí, aquela madeira escura, a maciez, todo o poder que tinha para si ao se sentar alí.

-Aah, como eu adoro esse cheiro.- Puro enxofre, um cheiro
forte, fixo.- É bom estar de volta, mesmo que momentaneamente.-

Pois-se a se sentar em seu lugar, aconchegou-se ao trono; Jackson estava parado em sua frente, obediente, mesmo que o moreno seja altamente ambicioso, temia o diabo, parte de si, era completamente submisso a ele.

As orelhas do cão se mexeram, minimamente, escutou um som distante, vinha aumentando ao poucos; seus seguintes necessitados lhe sentiram, seu cheiro mais forte do que todos já sentidos, gritavam eufóricos, clamavam por uma mínima atenção do diabo, precisavam sentir o toque do seu "Deus". Taehyung sorrindo ladino, se levantou, fôra até a área mais brilhante ao chão, no canto de uma parede qualquer.

Uma luz incomum estava alí, o piso de transparência manchada, um vermelho. Guardava seus demônios, os descontrolados; colocara a palma da mão no piso, o toque fez com que os gritos aumentacem, até mesmo, um pequeno tremor na estrutura.

-Isso meus demôniozinhos, gritem.- adorava aquele som, o saciava. Jackson se contorcia ao chão, era muito alto para os seus ouvidos, apenas Taehyung suportava aquilo.

-O papai voltou.- gargalhou alto, maldade pura.

Com Jungkook, as coisas não estavam tão confortáveis assim.

Após o encontro marcante com Taehyung, o loiro tomou um banho bem demorado, repleto de sensações, memórias daquele bendito beijo, perguntara a Deus se seria punido, conversar com o pai era um hábito do puritano.

Vestiu roupas confortáveis e se deixou jogado a cama encarando o teto.

-Deus, o senhor acha que eu cometi um grande erro?.- Sibilou baixo, apenas para que ele e seu destinatário ouvisse.

-Eu devo esquecer o beijo, me afastar do Taehyung?.-

Havia tristeza em sua voz, por algum motivo, não queria se afastar do moreno, ou até mesmo esquecer o seu toque; Taehyung o confortava, passava segurança, era carinhoso com o loiro, ao contrário do seu pai, aquele reverendo agressivo.

Esse que adentrou o quarto, furioso, completamente fora de si.

O reverendo com o peito cheio por um ódio incomum, agarrou o braço do filho, o sacudia forte, logo ficaria roxo; Jungkook assustado, não entendia a revolta do pai, o que tinha feito para merecer isso, era o seu questionamento.

-COMO VOCÊ OUSA ZOMBAR O NOME DE DEUS DESSA FORMA?.- Cuspia suas palavras, berrando, completamente estérico. -ME RESPONDA!-

O corpo magro foi lançado ao chão, Jeon sentiu forte o impacto, tossiu algumas vezes; o loiro olhava tudo com dúvida, não entendia o que estava acontecendo. Teve sua gola da camisa, segurada com brutalidade, o encarar de seu pai lhe causava medo.