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De algum modo,minha almaconheciaa sua almaantes quetivéssemos tidoa chance de nos encontrar

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De algum modo,
minha alma
conhecia
a sua alma
antes que
tivéssemos tido
a chance de nos encontrar.

-foi como voltar para casa de um dia
muito, muito longo

     No aniversário de namoro de um ano deles Timothée resolveu fazer uma surpresa para s/n a levando para onde eles se viram pela primeira vez, ele ainda lembrava daquele dia como se estivesse acabado de acontecer, lembrava de todas as sensações que sentiu e do cheiro do perfume de flores que ela usava.

Era uma festa na beira de uma praia muito afastada, a noite iluminada, o barulho das ondas, várias pessoas andando de um lado para o outro rindo e conversando em grupos quando ele a viu ali, sozinha sentada na areia, seus cabelos sedosos balançavam ao vento e a garota emitia uma paz que ele não via a muito tempo. Quando se aproximou lentamente, seus pés descalços tocando na areia fofa notou os olhos dela pousar sobre ele.

── Oi, posso me sentar aqui com você? ── a garota só balançou a cabeça afirmando e deu espaço em sua canga para que ele pudesse sentar ao seu lado, os dois permaneceram em silêncio por um tempo, mas não era um silêncio ruim, era um silêncio confortável, quase íntimo demais ── qual é o seu nome querida?

── S/n, você é o Timothée né?

── Como sabe?

── Ah tenha dó, não é como se você não fosse famoso ── ela deu um sorriso sarcástico fazendo algo se aquecer dentro dele.

── É você tem razão.

Ficaram sentados por um bom tempo, conversaram sobre os mais diversos assuntos, a noite foi dando espaço a um dia muito nublado, as pessoas que antes estavam ao redor deles foram tomando seu rumo até que não sobrou quase ninguém. Eles riam alto enquanto compartilhavam segredos de infância que nunca haviam contado a mais ninguém, contrangimentos da adolescência que se não fosse pelo leve vestígio de álcool em seu sangue talvez eles não tivessem coragem de dizer em voz alta para alguém que haviam acabado de conhecer. E rápido assim, em um piscar de olhos os dois sentiram uma breve conexão, como se naquele momento pudesem fazer de tudo.

── Levanta daí cabeção, vamos nadar ── S/n falou sorrindo o puxando pela mão e correndo até a beira da água, sentindo as ondas geladas tocarem a ponta de seus pés e se recolherem tão rápido como haviam chegado ── Está meio frio, mas tudo bem. Pelo menos você tem uma desculpa para me levar para tomar xícara de chocolate quente.

Eles sorriram um para o outro e deram as mãos, era isso o que o havia encantado naquela noite, a confiança que a garota emitia, sem nunca pensar duas vezes ou se esforçar para agradar outras pessoas, ela só era o que era, simples assim. Entraram na água gelada, suas roupas ficando imediatamente molhadas, mas era como se não houvesse frio, quando eles estavam ali pulando ondas de mãos dadas era como se não houvesse nada. Gritavam palavras inadiáveis um para o outro por cima do barulho do vento e do mar, e do som deles mesmos rindo de tudo e nada ao mesmo tempo.

Ali no meio do oceano, quando ambos olhavam dentro dos olhos irritados por conta da água salgada, se aproximaram e se beijaram, como se puxados por um imã. Suas bocas se encostaram suavemente, quase sem nenhuma pressa, como se tivessem todo o tempo do mundo. Pedindo passagem com sua língua para a boca daquela que futuramente viria a ser sua namorada, as ondas que batiam em suas pernas só tornavam tudo mais inebriante e quando o mar se recolhia era como se eles estivessem sido puxados para o paraíso, aquela sensação de tontura, mas eles não se incomodaram, até gostaram. Os dedos gelados de Timothée pressionados na pele arrepiada de S/n enquanto a mesma tinha uma mão pousada em sua cintura, por cima da camisa social branca que a essa altura do campeonato já estava tão colada ao corpo que era como se fosse sua segunda pele. O vento batia deixando tudo frio, arrepiando suas entranhas e fazendo se sentirem como se estivessem dentro de uma geladeira, mesmo assim se beijaram uma e mais duas vezes e foi como se seus lábios tivessem o encaixe perfeito, se sentiram aquecidos mesmo sem estar e aquele foi o fim perfeito de uma noite mais perfeita ainda.

𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔/𝑻𝒊𝒎𝒐𝒕𝒉𝒆𝒆 𝑪𝒉𝒂𝒍𝒂𝒎𝒆𝒕Onde histórias criam vida. Descubra agora