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"Alice: Quanto tempo dura o eterno? Coelho: Às vezes apenas um segundo."
De todas as coisas que S/n imaginou para si a mais distante sempre fora a possibilidade de ter filhos. Criar uma pessoa sempre fora o pesadelo mais assustador da mulher, que acreditava piamente que não conseguiria. Agora olhando para trás, vendo sua garotinha gargalhar alto nos ombros do pai, S/n não consegue se imaginar de outra maneira. É claro que havia erros, muitos deles, ninguém é perfeito e os pais por serem responsabilizados por uma pequena vida dependente estão fadados a errar mais que todos, mas valia a pena quando era feito com amor e a cada dia aprendiam juntos. Isso era a vida em sua mais pura essência.
── Mamãe olha aqui ── Emma corria com algo em sua mão, seus grandes olhos de botões um pouco chorosos, um Timothée risonho sendo deixado para trás ── meu dente caiu.
── Que incrível meu amor, quando entrarmos em casa põe embaixo do travesseiro que a fada do dente vai deixar uma surpresa.
A garotinha a olhou pensativa, algumas lágrimas gordas descendo pelas suas bochechas.
── Vai crescer de novo? Papai disse que vou ficar banguela para sempre ── perguntou baixinho como se fosse um segredo, S/n fuzilou o marido com o olhar e ele caiu na gargalhada.
── Seu pai estava brincando princesa.
── Sim querida, eu estava brincando, seus dentes vão crescer e ficarão mais fortes que o de um tubarão malvado ── fez uma cara de susto antes de iniciar uma sessão de cosquinhas na pequena que lutava para fugir, apertando o dente nas mãos ── e então nós teremos uma tubarão Emma para nos proteger, como somos sortudos!
── Sim papai, vou te proteger e morder quem tentar te machucar.
── Minha pequena defensora ── o homem sorriu orgulhoso pondo a mão no peito ── mas espere crescer, com essa boquinha banguela não ira me defender nem de uma mosca.
A garotinha o olhou incrédula antes de cair na gargalhada novamente, o chamando de bobo. Quando o sol foi embora resolveram entrar em casa e fazer um lanche, os três estavam na cozinha, a menininha sentada no armário ajudando os dois em pequenas tarefas enquanto os adultos se moviam em uma sincronia quase perfeita, uma dinâmica familiar de quem se conhecia a anos.
O resto da tarde foi todo tomado por filmes da disney e músicas animadas que Timothée e Emma cantavam alto a plenos pulmões, os dois eram tão parecidos que as vezes era estranho, tinham os mesmos olhos, o mesmo sorriso e o mesmo jeitinho doce e gentil de fazer as coisas, quase como se a pequena fosse uma cópia do homem que não poderia estar mais agradecido de tê-la.
Emma abraçou S/n repousando a cabeça em seus ombros enquanto prestava atenção no desenho que passava na tv, mesmo já tendo assistido centenas de vezes e sabendo de cor todas as falas seus olhinhos curiosos encaravam a tela com afinco, como se fosse algo inédito passando. A mulher deitou no peito do marido sentindo seus cabelos serem tomados por um carinho, relaxando instantaneamente, soltando uma tensão que nem sabia existir quando suspirou, fechando os olhos. Só percebeu que dormiu quando acordou horas mais tarde escutando risinhos esganiçados e então soube que os dois estavam aprontando.
Emma estava parada ao seu lado cobrindo a boca e rindo enquanto Timothée escondia as mãos atrás das costas quando S/n abriu os olhos.
── A bela adormecida acordou finalmente ── um sorriso ladino pairava em seus lábios quando ele se inclinou e plantou um selinho demorado nos lábios da mulher ── bom dia dorminhoca.
── Tecnicamente já está de noite e vocês dois deveriam estar dormindo também.
── Dormir agora é para velhos e crianças mamãe, eu já estou muito adulta.
── Não creio que cinco anos é uma idade adulta, minha bebê cresceu tão rápido ── S/n dramatizou ── mas já que está adulta o que acha de ir trabalhar enquanto eu e seu pai tiramos férias. Acho que Emma já é uma adulta, o que acha Timmy?
── Oh acho que você está certa ── falou em um tom de falsa aprovação segurando o riso ao ver a menina com um ar emburrado e um bico nos lábios gordinhos ── É brincadeira pequena, a mamãe é palhaça.
Parecendo compartilhar um segredo com o pai a garotinha abraçou suas pernas dando risada quando olhou para a mãe novamente que ao abrir a câmera do telefone se deparou com sua cara pintada em tantas cores que a bandeira lgbt era pouco colorida perto dela. Olhou para os dois fingindo estar brava.
── Quem foi? ── semicerrou os olhos, olhando de um rosto culpado para o outro. Emma instantaneamente apontou o dedinho curto para o pai.
── Sua pequena traidora!
── Mas é verdade papai, você quem deu a idéia e pegou as coisas, eu não alcançaria ── piscou algumas vezes fingindo inocência, tentando guardar um sorriso para si.
── Mentira, foi Emma, ela está usando esse lindo rostinho para te convencer, amor.
── Já que não sei quem foi receio ter que me vingar dos dois ── S/n disse se levantando subitamente para correr atrás dos dois pela sala, iniciando um pega-pega cheio de gritos estridentes e almofadas sendo jogadas de um lado para o outro.
Capítulo curtinho e feliz só para matar a saudade que tô de vocês, mal posso esperar para entrar de férias, faculdade ta sugando minha alma. Beijos, amo vocês!