Cap 8

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Depois de jantarmos ficamos conversando sentados no sofá da sala. Ela ainda bebia uma água enquanto eu já estava na quarta taça de vinho. A sorte é que ela sempre servia pouquinho e por isso eu ainda não estava bêbado.

Ela estava com os pés emcima do sofá marrom e o cabelo preso em um coque alto. Assim eu conseguia ver seu pescoço e uma colarzinho com um pingente de brilhos. Ela é tão bonita e tão bem humorada. É fácil ficar próximo a ela.

- Por que você não trouxe o seu cachorro? - Ela perguntou.

- Não sei se você ia gostar.

- Eu amo cachorros, eu tinha um labrador com meu ex namorado, mas não pude ficar com ele depois de... - Ela pensou um pouco. - Depois de tudo.

- Eu posso trazer o Johnny aqui, ou você pode ir conhecê-lo. Você ainda não conhece o meu apartamento. - Disse bebendo meu vinho.

- Verdade, mas eu consigo imaginar como deve ser. - Ela disse.

- E como você imagina? - Questionei me aproximando dela no sofá.

- Deve ser colorido. Com bastante móveis. É bagunçado também. - Ela disse, me olhou e sorriu. - Você não parece uma pessoa organizada.

- Você tem um pouco de razão. - Disse e ela olhou para o teto. - Eu não sei cozinhar, não sei organizar. Você deve estar pensando que eu sou um inútil.

- Claro que não, todo mundo é bom em alguma coisa. - Ela disse e então começou uma música bem lenta. - Meu Deus eu amo essa música.

Ela levantou do sofá em um pulo e começou a se balançar pela sala ao som da música, eu me afundei no sofá e fiquei a observando. Ela parecia tão relaxada, nem de longe parecia a mesma do elevador, muito menos a do estacionamento aquele dia. Agora ela parecia estar se sentindo muito a vontade.

- Vem dançar comigo. - Ela estendeu a mão e então eu me despertei dos meus pensamentos.

- Como assim? Eu não sei dançar. - Disse assustado.

- Eu ensino, é fácil. - Ela pediu com olhar como se implorasse e eu aceitei.

Ela segurou minha mão direita e a outra mão livre posicionou em sua cintura. Então começamos a dar passos lentos de um lado para o outro. Quando já estávamos alinhados, ela aproximou seu rosto do meu pescoço e começou a cantar baixinho. Era inglês e eu não fazia ideia do que era, mas sua voz tão próxima do meu ouvido fez meu corpo inteiro acender.

Quando a música terminou ela soltou minha mão e me agradeceu com um comprimento de cabeça. Eu gargalhei da sua atitude.

- Se eu fechasse os olhos eu conseguiria me imaginar em um baile daqueles da história da Cinderela. - Eu disse e ela riu.

- Você seria o príncipe que todas as donzelas do reino querem casar. - Ela disse sentando ao meu lado do sofá.

- Eu? - A questionei e gargalhei. - Eu seria mais o bobo da côrte ou algo assim.

- Para. Claro que você seria o principe. - Ela disse bebendo sua água.

- E você seria quem? - A questionei.

- A Cinderela, claro. Eu quero ser a protagonista com o vestido mais bonito da festa.

- Então você iria até o baile interessada em casar comigo. - Eu disse.

- Sim, mas você também se interessaria por mim. Só parar deixar claro. - Ela disse.

- Claro. - Pensei um pouco em como deveria dar o próximo passo para não assusta-la. - Assim como na vida real. - Disse e ela me olhou. - Sabe, aquele lance do príncipe se interessar pela Cinderela desde a primeira vez que a vê.

Ela ficou me olhando e então eu coloquei a mão no seu rosto. A verdade é que eu desejei a Manu desde a primeira vez que a vi, depois dessa noite fiquei mais interessado ainda, só não sabia se era recíproco, mas nesse momento ela parece meio afim também.

Então antes que o clima quebrasse eu a beijei. Bem devagar pois ainda não queria assusta-la. Recém faz três meses que o seu noivo faleceu da pior forma possível, sei que precisarei ter paciência caso não queira estragar tudo.

- Tudo bem para você? - Disse acariciando sua bochecha depois de beija-la.

- Sim. - Ela disse e me olhou. - Eu gosto de você, pode continuar.

Eu sorri e então a beijei novamente. Me inclinei sobre ela no sofá a deitando delicadamente. O beijo era um pouco mais intenso que a primeira vez. Ela segurava meu rosto enquanto eu apertava sua cintura por baixo da sua blusa.

- Vamos para o quarto? - Ela propôs e eu aceitei.

Vizinha - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora