Cap 55

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No momento eu senti um misto de medo e ansiedade. Tentei lembrar se conhecia ele, mas não consegui. Eu definitivamente não sabia quem ele era.

- Sorry, my name is Melanie. - Disse sorrindo e virei de costas.

- Melanie, Antonella, você tem várias personalidades. - Ele disse e eu virei de frente para ele, foi quando vi que ele estava com um distintivo da polícia apontado para mim, de relance vi uma arma na sua cintura também. - Acho que você vai querer conversar comigo.

Nesse momento eu senti como se o chão se abrisse embaixo de mim. Não acredito que estou fugindo a tanto tempo, que abri mão do Lucas e da minha vida no Brasil para ser pega aqui.

O policial mostrou o distintivo para o meu chefe, ele me olhou assustado e eu enchi meus olhos de lágrimas. O homem saiu me empurrando pelo braço até um carro e me fez entrar. Nesse momento passou pela minha caveca tudo que eu fiz até aqui, parecia que tudo foi em vão, me arrependo de não ter aproveitado mais.

- Então, identidade falsa, nome falso. - O homem disse olhando os documentos que eu o entreguei. - Você tem coragem pra fazer isso aqui.

- Quer saber? Eu tô cansada de fugir, se for pra me levar de volta para o Brasil eu aceito. Só assim eu posso voltar a ser a Manuela. - Disse e ele ficou imóvel me olhando.

Então ele rasgou meus documentos.

- Você não precisa mais ser a Melanie, nem a Antonela. - Ele disse me olhando enquanto rasgava minhas coisas.

- Eu sei.

- Não, você não sabe. - Ele disse e se ajeitou no banco do carro, tirou a arma da cintura e colocou no painel do carro. - Você foi inocentada. Poderá voltar ao Brasil.

Ele disse e eu demorei um tempo para raciocinar sobre o que ele falou.

- Como assim? - O perguntei.

- Recebemos as provas que culpavam Arthur Oliveira do assassinato de Eduardo Bittencourt. As provas que você conseguiu. - Ele disse e eu pisquei várias vezes tentando entender.

- Mas elas foram entregues ao Arthur, mataram o policial. - Eu disse tentando raciocinar.

- Sim, mataram meu colega. Ele sempre disse que você era inocente, eu nunca entendi porque ele insistia nisso, mas depois entendi. O Souza estava por trás disso e ele nunca gostou dele. - Ele disse com um certo pesar na voz.

- Mas quem entregou as provas. - Eu perguntei então ele pegou alguns papéis no porta luvas.

- Não sei dizer ao certo, a única coisa que tem aqui é um bilhete escrito Fratello. - Ele disse olhando os papéis, nesse momento lágrimas correram pelos meus olhos e uma alegria muito grande me invadiu. - Você conhece alguém com este nome?

- Não faço ideia de quem seja. - Respondi rindo.

- Isso não importa, o importante é que o Souza e o Arthur estão presos, junto com seus funcionários. - O homem disse.

- Mas que prova eu tenho disso? O quê me garante que vocês não estão esperando eu chegar no Brasil para me prender? - Eu questionei e ele me olhou.

- Querida, com quem você acha que está conversando? Eu não sei com que tipo de pessoas você andou tratando ultimamente, mas eu sou da polícia. Eu não brinco. - Ele disse sério.

- Desculpa, eu passei por momentos difíceis. - Disse secando as lágrimas empoçadas nos meus olhos.

- Não sei e não quero saber, não quero ter que indiciar você por falsidade ideológica. - Ele disse e eu ri, era bom rir de felicidade.

- Obrigada. - Disse e sem pensar duas vezes segurei sua mão.

- Não agradece a mim. Agradece ao Corrêa. - Ele disse e eu o olhei confusa. - Meu colega que morreu pelo Arthur, ele era uma boa pessoa.

Ele disse e eu olhei para o céu, eu não tinha nem como agradece-lo.

Vizinha - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora