Cap 14

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A noite a Manu ficou de cozinhar. Eu disse a ela que gostava de parmegiana, então ela disse que faria. Ela sempre arranja um jeito de fazer eu me sentir especial.

Sai do banho e encontrei a Manu com uma toalha enrolada no cabelo como um turbante, cozinhando enquanto cantava alguma música que vinha do celular.

- Tá quase pronto mozão. - Ela disse e eu sorri.

- Quer ajuda? - Perguntei sentando na cadeira próximo a bancada.

- Não precisa.

- Eu queria saber cozinhar. - Disse olhando ela cozinhar. - Antes eu achava que você era cozinheira ou algo do tipo.

- Eu amo cozinhar. Depois que meu ex faleceu eu nunca mais cozinhei. Voltei a cozinhar para agradecer você. - Ela disse e seus olhos brilharam.

- Fico feliz que você esteja melhorando.

Jantamos e depois eu fui lavar a louça. Manu ficou na sala brincando com o Johnny. Ele estava tão feliz correndo em volta dela.

- Amanhã podíamos ir ao cinema? Eu pesquisei e vi que tem um aqui perto. - Disse secando as mãos e indo em direção a eles.

- Podemos, mas e o Johnny? - Ela perguntou e ele também me olhou.

- Acho que ele não vai poder ir não, mas é só umas 2 horinhas. Vamos passar o restante do dia com ele. - Disse.

- Tudo bem então. - Ela disse e sentou próxima a mim. - E qual filme vamos assistir?

- Não sei ainda, mas amanhã escolhemos. - Disse e a abracei, acho que nunca fui tão carinhoso assim. - Tô com sono já.

- Eu também. - Ela disse e o meu celular tocou, olhei a tela e vi que era a minha mãe. - Pode atender.

Me afastei um pouco dela e atendi a ligação. Minha mãe só queria saber se tínhamos chegado bem na praia. Eu comentei com ela que viajaria com uma amiga e agora ela está curiosa para saber quem é. Depois de alguns minutos ela desligou.

- Minha mãe. Ela só queria saber se estávamos bem. - Disse com vergonha.

- Ela sabe de mim?

- Eu comentei que viria com uma amiga.

- Que bonitinho. Deve ser legal ter uma mãe assim. - Ela sorriu sem vontade.

- A sua não é?

- Ela era. - Ela disse e sua expressão ficou triste.

- Era? - A questionei e ela concordou com a cabeça.

- Ela faleceu quando eu tinha 17 anos. Um pouquinho depois de eu conhecer meu ex. - Ela disse e eu senti muita tristeza na sua voz.

- E você não tem irmãos? - Perguntei e ela negou com a cabeça? - E seu pai?

- Nunca conheci.

- E você não tem contato com seus parentes? - Perguntei e ela negou com a cabeça.

- Não tenho ninguém. Minha família era a família dele e agora eu não tenho ninguém.

- Mas você não tem amigos? Nem no trabalho?

- Na verdade eu acho que eles também acham que eu sou culpada. Só não dizem porque estamos em um ambiente profissional. - Ela disse e ficou me olhando.

Sem pensar muito eu a abracei. Sinto tanta empatia por essa menina. Por mais que ela se faça de forte, sei que ela sente muito tudo isso que ela passou e passa, por isso pretendo ficar do seu lado sempre.

Vizinha - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora