Cap 48

1.9K 139 72
                                    

- Você sabe dançar? - O homem perguntou.

- Sim. - Disse com ódio do caminho que isso está tornando.

- Dança para mim, amor. - Ele disse e deitou para trás.

Com ódio me afastei da cama que ele estava deitado e comecei a me mover ao som da música que tocava ao fundo. Ele me olhava o tempo inteiro com cara de tarado, aquilo estava me anojando, mas pelo menos ele bebeu o whisky que servi para ele.

- Boa, Antonella. Enrola mais que em 5 minutos ele vai confessar o que você quiser. - O policial disse e eu sorri, o homem sorriu também.

Ele levantou de cima da cama e veio até mim. Ele segurou minha mão e colocou uma mão na minha cintura, nós dançávamos devagar.

- E esse colar aqui? Vamos tirar. - Ele disse tirando meu colar com a câmera.

- Antonella, calma. Nós ainda estamos te ouvindo. - O policial disse.

Arthur tirou o meu colar e deu uma série de beijos no meu pescoço. Eu estava detestando aquilo, ele estava longe de ser um homem feio, mas lembrar que ele vende drogas, mata pessoas e se aproveita de outras, como o irmão do Davi fazia eu sentir muita raiva dele.

Depois de algum tempo Arthur cambaleou. Eu o ajudei a deitar na cama, seu rosto estava pálido.

- Arthur, você está bem? - Perguntei sentada na beirada da cama.

- Acho que sim, eu só estou um pouco tonto. Me dá um drink. - Ele pediu e eu fui fazer.

Preparei outro drink para ele e quando me virei ele estava jogado. Eu tentei entregar o copo, mas ele não conseguia pegar com a mão.

- Antonella, coloca o colar. A gente precisa das imagens. - O policial disse.

Eu coloquei o colar de volta e sentei o Arthur na cama com as costas apoiadas na parede. Ele está grogue, mas conseguia ficar sentado.

- Arthur, você está bem? - Perguntei e dei dois tapinhas no seu rosto.

- Sim. - Ele disse mole.

- Acho que é agora pessoal. - Eu disse aos meninos.

- Finalmente. - Lucas exclamou e eu ri.

- Calma, amor. - Pedi e pude ouvi-lo sorrir.

- Você tem que fazer uma série de perguntas para ele. Primeiro faz ele confessar que é traficante, depois que ele mata pessoas, em seguida que ele matou o Bruno e depois que a polícia está do lado dele. - O policial disse.

- Ok. - Eu sentei de frente para ele para a imagem ficar melhor. - Arthur no que você trabalha?

- Sou empresário, comerciante. - Ele disse com uma risada nojenta.

- Que tipo de comércio? - O questionei.

- Eu vendo umas paradas. - Ele disse.

- Drogas? - O questionei.

- Drogas não, substâncias entorpecentes. - Ele disse.

- E o que acontece quando alguém tem uma dívida com você? - Perguntei.

- Meus funcionários tratam pessoalmente com a pessoa. - Ele disse.

- E eles já mataram alguém por ordem sua?

- As vezes é necessário, né? - Ele disse.

- Como o Bruno Bittencourt? - O questionei entredentes.

- Sim, como ele. - Arthur respondeu e eu respirei fundo. Eu já sabia, mas vendo ele confessar eu tive vontade de bater nele.

- Calma, Antonella. Eu entendo o que você está sentindo, mas agora estamos próximos de colocar um fim nisso. - Davi disse com a voz calma, eu respirei fundo e continuei.

- Então você mandou matar o Bruno Bittencourt? - Questionei e aquelas foram as palavras mais difíceis de dizer.

- Mandei e eles mataram. Mas porra, amor, um cara rico daqueles não tinha 100 mil para me pagar? Ele estava me enrolando. Então sim, mandei. - Ele disse e meus olhos marejaram, eu apertei minhas unhas no lençol da cama.

- Continua, Antonella. - O policial disse.

- E como você conseguiu esconder a morte dele e de outros. - Perguntei, eu não raciocinava mais.

- Porque eu sou bom, né gatinha. - Ele disse e pôs a mão no meu rosto.

- Não é isso que eu quero saber. Eu quero saber se você tem ajuda da polícia.

- Porque você quer saber isso?

- Quero fazer parte da equipe. - Eu disse e ouvi os meninos rindo do outro lado da linha.

- Você seria bem útil na minha equipe. - Ele disse.

- Mas então, você tem ajuda da polícia?

- É claro. - Ele disse.

- Do sargento Souza? - Questionei.

- Sim. Ele nos avisa todos os passos da polícia, inclusive quando grampearam nossos celulares. - Ele respondeu.

- E ele recebe algum dinheiro para isso?

- Obvio, amor. Muita grana inclusive, mas é o preço que eu pago para não ser pego. - Ele disse e eu respirei aliviada.

- Boa, garota. - O policial gritou no meu ouvido.

- Mais alguma coisa, gente? - Perguntei.

- Como assim? - Arthur perguntou.

- Nada não, amor. - O provoquei, ele mal podia ficar com os olhos abertos.

- Por aqui é só isso, Antonella. - Davi disse.

Vizinha - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora