- Você sabe dançar? - O homem perguntou.
- Sim. - Disse com ódio do caminho que isso está tornando.
- Dança para mim, amor. - Ele disse e deitou para trás.
Com ódio me afastei da cama que ele estava deitado e comecei a me mover ao som da música que tocava ao fundo. Ele me olhava o tempo inteiro com cara de tarado, aquilo estava me anojando, mas pelo menos ele bebeu o whisky que servi para ele.
- Boa, Antonella. Enrola mais que em 5 minutos ele vai confessar o que você quiser. - O policial disse e eu sorri, o homem sorriu também.
Ele levantou de cima da cama e veio até mim. Ele segurou minha mão e colocou uma mão na minha cintura, nós dançávamos devagar.
- E esse colar aqui? Vamos tirar. - Ele disse tirando meu colar com a câmera.
- Antonella, calma. Nós ainda estamos te ouvindo. - O policial disse.
Arthur tirou o meu colar e deu uma série de beijos no meu pescoço. Eu estava detestando aquilo, ele estava longe de ser um homem feio, mas lembrar que ele vende drogas, mata pessoas e se aproveita de outras, como o irmão do Davi fazia eu sentir muita raiva dele.
Depois de algum tempo Arthur cambaleou. Eu o ajudei a deitar na cama, seu rosto estava pálido.
- Arthur, você está bem? - Perguntei sentada na beirada da cama.
- Acho que sim, eu só estou um pouco tonto. Me dá um drink. - Ele pediu e eu fui fazer.
Preparei outro drink para ele e quando me virei ele estava jogado. Eu tentei entregar o copo, mas ele não conseguia pegar com a mão.
- Antonella, coloca o colar. A gente precisa das imagens. - O policial disse.
Eu coloquei o colar de volta e sentei o Arthur na cama com as costas apoiadas na parede. Ele está grogue, mas conseguia ficar sentado.
- Arthur, você está bem? - Perguntei e dei dois tapinhas no seu rosto.
- Sim. - Ele disse mole.
- Acho que é agora pessoal. - Eu disse aos meninos.
- Finalmente. - Lucas exclamou e eu ri.
- Calma, amor. - Pedi e pude ouvi-lo sorrir.
- Você tem que fazer uma série de perguntas para ele. Primeiro faz ele confessar que é traficante, depois que ele mata pessoas, em seguida que ele matou o Bruno e depois que a polícia está do lado dele. - O policial disse.
- Ok. - Eu sentei de frente para ele para a imagem ficar melhor. - Arthur no que você trabalha?
- Sou empresário, comerciante. - Ele disse com uma risada nojenta.
- Que tipo de comércio? - O questionei.
- Eu vendo umas paradas. - Ele disse.
- Drogas? - O questionei.
- Drogas não, substâncias entorpecentes. - Ele disse.
- E o que acontece quando alguém tem uma dívida com você? - Perguntei.
- Meus funcionários tratam pessoalmente com a pessoa. - Ele disse.
- E eles já mataram alguém por ordem sua?
- As vezes é necessário, né? - Ele disse.
- Como o Bruno Bittencourt? - O questionei entredentes.
- Sim, como ele. - Arthur respondeu e eu respirei fundo. Eu já sabia, mas vendo ele confessar eu tive vontade de bater nele.
- Calma, Antonella. Eu entendo o que você está sentindo, mas agora estamos próximos de colocar um fim nisso. - Davi disse com a voz calma, eu respirei fundo e continuei.
- Então você mandou matar o Bruno Bittencourt? - Questionei e aquelas foram as palavras mais difíceis de dizer.
- Mandei e eles mataram. Mas porra, amor, um cara rico daqueles não tinha 100 mil para me pagar? Ele estava me enrolando. Então sim, mandei. - Ele disse e meus olhos marejaram, eu apertei minhas unhas no lençol da cama.
- Continua, Antonella. - O policial disse.
- E como você conseguiu esconder a morte dele e de outros. - Perguntei, eu não raciocinava mais.
- Porque eu sou bom, né gatinha. - Ele disse e pôs a mão no meu rosto.
- Não é isso que eu quero saber. Eu quero saber se você tem ajuda da polícia.
- Porque você quer saber isso?
- Quero fazer parte da equipe. - Eu disse e ouvi os meninos rindo do outro lado da linha.
- Você seria bem útil na minha equipe. - Ele disse.
- Mas então, você tem ajuda da polícia?
- É claro. - Ele disse.
- Do sargento Souza? - Questionei.
- Sim. Ele nos avisa todos os passos da polícia, inclusive quando grampearam nossos celulares. - Ele respondeu.
- E ele recebe algum dinheiro para isso?
- Obvio, amor. Muita grana inclusive, mas é o preço que eu pago para não ser pego. - Ele disse e eu respirei aliviada.
- Boa, garota. - O policial gritou no meu ouvido.
- Mais alguma coisa, gente? - Perguntei.
- Como assim? - Arthur perguntou.
- Nada não, amor. - O provoquei, ele mal podia ficar com os olhos abertos.
- Por aqui é só isso, Antonella. - Davi disse.
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Vizinha - T3ddy
Fanfiction🚫 Não autorizo adaptações 🚫 A chegada da nova vizinha vai mudar a vida dele