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Gabriel escoltou Cláudia até a porta do apartamento.
— Tu vai querer entrar?
— Se tu me convidar — ele sorriu em expectativa.
— Eu não costumo trazer homens estranhos para dentro do meu apartamento.
— Que bom. Me agrada ouvir isso.
— Não quer beber algo?
— Se tu me oferecer, eu vou querer.
— Claro. Água não se nega. Entra aqui.
Gabriel sorriu e seguiu Cláudia para dentro do apartamento. O apartamento tinha uma disposição estranha. A sala era tão pequena que era praticamente nula. Já a cozinha era espaçosa. Cláudia serviu um copo de refrigerante e o alcançou. Gabriel se aproximou para pegar o copo e ficou olhando para ela. Cláudia serviu outro copo para ela e ficou escorada na pia. Os dois ficaram um momento em silêncio, um observando o outro enquanto tomavam refrigerante.
— Tu não vai mais sair por hoje.
— Não sei. Eu acho que não sou uma prisioneira nesse apartamento.
Gabriel se aproximou até que os dois corpos quase se encostassem — Eu vou ter que ficar aqui para garantir que tu não cometa a loucura de sair de novo?
Cláudia podia sentir o hálito de Gabriel de tão perto que ele estava. Teve que se controlar para não abrir um sorriso, mas desconfiava não estar conseguindo.
— Então, nós vamos ter que achar o que fazer.
Cláudia largou o copo e puxou Gabriel pela mão. Foram para a sala e sentaram no pequeno sofá enrolados em uma manta para assistir um filme. Por sorte encontrou um filme nacional de romance sobrenatural, O Vampiro da Paulista. Cláudia adorava esse gênero. Ela tirou a sandália de salto e se aninhou em Gabriel. Ela se encolheu ao seu lado e manteve os pés encostados na coxa dele. Ele passou o braço ao redor dela satisfeito. Finalmente estava com a sua companheira. Até um dia atrás, ter uma companheira não passava de um sonho. Agora, estavam abraçados no sofá dela. Adorou afundar o rosto no cabelo de Cláudia. Aquele cabelo era dele. Ele teria aquele perfume para sempre embaixo de seu braço para abraçar e proteger. Todos os instintos de Gabriel gritavam para que deitasse aquela mulher no sofá e a fizesse sua, mas não ia fazer isso. Levaram tanto tempo para se encontrarem que mereciam fazer as coisas com calma, saboreando cada momento que passassem juntos.
— Tu é mesmo um lobisomem?
— Sim. Eu sou.
— Então, amanhã tu vai me mostrar que é mesmo um lobisomem. Eu quero ver o lobo.
Gabriel sorriu — Será um prazer te mostrar. Nós temos um assunto pendente para conversar. Vamos resolver tudo amanhã.
— Que assunto pendente?
— Shhh. Dorme. Amanhã a gente conversa com calma.
Dormiram assim. Abraçados no sofá com a TV ligada passando Bitten. Gabriel acordou na manhã seguinte, mas não teve coragem de levantar. Não queria acordá-la.
Cláudia só acordou com o barulho de Vera abrindo a porta do apartamento e os olhando com olhar reprovador. Para Vera, Cláudia tinha passado os limites levando homem para dentro de casa. Devia ser mais um namoradinho que ela mal conhecia, pensou a carola.
Domingo. Gabriel teria o dia inteiro com ela. Com a sua companheira de alma. Não queria pensar que no dia seguinte teria que deixá-la para ir trabalhar. Queria viver aquele momento.
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A Loba Ferida - Livro 3 da série Lobos do Sul
WerewolfLivro 3 da serie Os Lobos do Sul SINOPSE: Gabriel é um dos maiores guerreiros licans, considerado um dos homens mais inteligentes e ágeis do bando de Rio Grande, além de ser um grande estrategista e sensitivo. Como lobo beta, ele é o segundo no coma...