A Loba Ferida - Livro 3 da série Lobos do Sul

17 - Vem para mim

1k 》AVISO: esse capítulo contém cena hot

No início da tarde, como tinha prometido, Odilon foi ver como Gabriel estava. O velho lican ficou feliz por ver que Gabriel estava muito melhor. Melhor até do que ele esperava ver. Certamente os Antigos estavam velando por aquele homem. Olhou o ferimento tentando manter o emplastro exatamente como Cláudia tinha colocado. Antes de sair, ele disse que apesar de Gabriel estar bem ele preferia fazer mais um ritual de cura. Então, ele voltaria à noite com outros licans para mais uma vez pedirem a ajuda dos Antigos na cura de Gabriel.

Quando o velho lican foi embora, Cláudia voltou para o lado de Gabriel. Ela sentou novamente ao lado dele na cama e ficaram conversando. Tinham até o final do dia para fazerem absolutamente nada. 

Desde que Gabriel a tinha levado para aquela casa ela tinha parado de trabalhar com o padre Júlio e nem podia sair. Gabriel saia quase todos os dias para ir trabalhar, apesar de não ter horários muito fixos. Desde que se viu no drama com Cláudia ele tinha enfrentado dificuldades até no escritório de advocacia, contando mais do que nunca da ajuda secretária e do estagiário para não perder os prazos. Agora, ferido e preso na cama, ele estava atento ao celular para responder à secretária sempre que necessário. O que fosse mais urgente Letícia, a companheira de Gustavo, cuidaria. Letícia era advogada, a única mulher lican com uma profissão.

Para falar a verdade, ele estava mais preocupado em aproveitar aquele tempo com Cláudia. Ele lembrava dos dias de amizade com Cláudia logo que se conheceram, antes de contar à ela sobre os rituais... não gostava mais nem de lembrar. Preferia manter as pequenas boas lembranças que tinha com Cláudia. Logo que se conheceram, passaram a noite juntos no sofá do apartamento dela assistindo filmes até dormirem. Não fazia 24h que ela o tinha conhecido e ele poderia dizer que tinha sido uma loucura se não soubesse que era a energia dos companheiros circulado entre eles permitindo que ela se sentisse à vontade e segura com ele. Foi assim até a noite que se uniram. Até aquela noite Gabriel saboreava cada minuto de lembrança. Agora, os momentos doces com sua companheira estavam voltando. Desde que abriu os olhos Cláudia estava atenciosa e amigável. Mais que amigável, ela estava carinhosa, só saindo do seu lado quando realmente necessário.

— Tu costuma participar dessas batalhas?

— Sim. Eu sou o beta, o segundo homem no comando do bando. Eu era melhor antes, com os problemas que tivemos eu mudei bastante. Espero que a partir de agora as coisas comecem a voltar ao normal... — Ele se interrompeu. Queria ouvir da boca dela que ficaria tudo bem. Queria que ela lhe prometesse isso. Queria colocar aquela mulher diante dele e fazê-la lhe prometer tudo o que uma fêmea devia ao seu companheiro. Porém, não estava certo sobre o momento. Ainda estava ferido e o ferimento poderia piorar caso ela lhe respondesse positivamente e ele se emocionasse demais. Isso considerando uma resposta positiva dela. Ainda corria o risco de Claudia não estar disposta a lhe dar uma chance como companheiros. Cláudia era imprevisível

— Cláudia... Me dá uma chance — Ele não resistiu. Precisava sentir o calor daquela mulher de novo. Ele estava nu sobre a cama, com apenas uma coberta entre eles e Claudia a poucos centímetros de distância. Irresistível — Eu preciso de ti. Preciso te sentir. Preciso da tua pele. Preciso estar dentro de ti de novo.

Cláudia podia estar surpresa pelas palavras dele, mas nunca que ia deixar ele perceber. Tentou falar mais calma o possível — Gabriel, tu está ferido...

— Eu prometo não mexer o braço esquerdo. Fica em cima de mim.

Era absurdo que ferido tão gravemente, sem poder nem sair da cama, ele ainda quisesse fazer sexo com ela... mas ela também queria — Gabriel, eu não vou subir em ti e arriscar te machucar. Eu ia me sentir mal se piorasse o teu machucado. Com que cara eu ia explicar para o Odilon?