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MIAMI, FLÓRIDA

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MIAMI, FLÓRIDA.

— Não vejo você com o Vincent já fazem dias.

Pulei no meu próprio lugar ao ouvir Aaron ao meu lado. Não falava com ele desde que ficamos na festa, a um pouco mais de uma semana.

— É, eu sei. — Respondo-o, começando a andar pelo corredor do colégio. Ainda estava acompanhada.

— O seu plano não deu certo? — Ele indaga. Olho para Libreghts de relance enquanto eu abro a porta do refeitório. O que ele estava fazendo?

Caminhei quieta até minha mesa. Todos os meus amigos estavam lá, e as pessoas passavam de monte aos lados, querendo nos cumprimentar e tirar uma casquinha da vivência de popularidade.

Me sentei a mesa e coloquei minha mochila ao meu lado. Todos estavam conversando, então só fiquei quieta no meu canto enquanto esperava o momento certo para entrar na conversa.

— Onde seu príncipe encantado está? — Nai perguntou.

Ali ao lado, sentado de frente para cá enquanto me olha como fosse me comer. Quase respondi isso. Respirei fundo, e troquei olhares com minha amiga antes de respondê-la.

— Eu não sei. Vou conversar com ele hoje. — Que patético, eu pensei. Nem elas sabiam. Eu nunca havia contado. — Meus pais viajam hoje e ainda querem me deixar na minha tia.

Nai bufa. Olho para frente, e ainda vejo Vincent me
olhar dos pés a cabeça. Reviro os olhos, e decido acabar com isso uma vez por todas. Levanto-me da mesa, e caminho em silêncio até onde ele estava.

Parei na sua frente, de braços cruzados. Revirei os olhos e ele riu. O louro se esticou para a frente e me puxou por trás dos joelhos, me fazendo ficar no meio das suas pernas. Todos olhavam para nós, eu não precisava nem desviar o olhar para saber disso.

— O que você pensa que está fazendo? — Eu indaguei.

— Jogando. — Ele afirma.

Eu queria esgoela-lo bem ali. Hacker continuou subindo as mãos, passando-as pela parte de trás das minhas coxas e descendo até a parte traseira do
meu joelho. Eu estava tentando lê-lo.

— A que devo a honra da rainha ao meu feudo?

— Engraçadinho. — Eu afirmo, ainda de braços cruzados. — Você tem trabalho pra mim hoje. Meus pais viajam de madrugada e quero você lá em casa as dezessete.

Ele riu de escárnio, e quase me vi voando no pescoço dele.

— Então você chega assim e simplesmente pede? — Ele me larga das mãos dele. — Eu tenho vida, Claire.

E você trabalha pra mim. — Eu afirmo de volta. — Quer estudar em uma faculdade com a bolsa do colégio né? Sei que o dinheiro vai te ajudar. Então cala a boca.

Ele gela, e eu penso comigo mesma: eu ganhei.

[...]

As quatro, estava esperando pelos meus amigos do lado de fora do colégio. Estava calor, fervendo e fritando, e eu tive a brilhante ideia de que todos nós deveríamos ir para a praia logo após o colégio.

A saída foi ficando cada vez mais cheia. Os alunos saiam de monte, se amontoando na frente dos seus carros e colocando todas as fofocas do dia no meio das suas conversas.

— Olha esse sol, você quer mesmo ir pra praia? — Nailea me perguntou assim que parou ao meu lado. Jett estava ao lado dela, com um dos braços em cima do seu ombro.

— Claro. — Digo, colocando a mão sob os olhos para encarar o céu acima de mim. Azul, sem nenhuma nuvem. Perfeito para um dia de praia. — É a primeira sexta desde o feriado de fim do ano. Todo mundo vai à praia.

Jett riu, e logo em seguida, todos os meus amigos apareceram ao seu lado. Aaron seguiu até mim, me tomando pela cintura enquanto todos nós conversávamos sobre o que iríamos fazer agora a tarde.

— Acho que dá pra dividir nos carros. — Jack responde, segurando as alças da mochila. — Vamos direto pra praia?

— Nem pensar. — Maddy se pronuncia. — Vamos para a casa da Claire. A gente se arruma lá e vai para a praia.

Vincent saiu pela porta do colégio logo depois da fala de Madison. Ele estava com o mesmo visual, uniforme do colégio, o cabelo um pouco curto, piercing e o brinco. Mas tinha algo diferente nele. Ah, meu Deus, havia algo totalmente diferente nele.

Hacker usava o casaco vermelho e branco dos Scorpions, nosso time de basquete. Não, não pode ser.

Vincent Hacker era a porra de um jogador de basquete agora.

Eu já deveria ter percebido. Ele nunca estava livre à tarde e sempre tinha uma desculpa. Hoje entreveraram os uniformes para as novas líderes de torcida e os casacos para os novos jogadores. Estava estampado bem na minha cara.

Deixei meus amigos de lado e andei até ele. O louro não percebeu que eu estava bem do seu lado, e só fez isso quando eu puxei um dos fios do seu fone de ouvido. Ele me olhou como se fosse me linchar, e não me surpreendi com isso.

— Olha o que temos aqui... — Digo, e dou um peteleco na gola do seu casaco. —, o casaco do
time de basquete.

— Gosto dessa cor.

— Você é um filha da puta mesmo. — Digo entre dentes, olhando para cima. — Ri de mim por eu ser uma líder de torcida totalmente padronizada e agora vira jogador de basquete? Você é um hipocrita.

— É diferente. Eu sei que sou bom e fiz por merecer.

— Até ontem você odiava esportistas e esportes. Acorda, garoto.

— Posso ter mudado de ideia. — Ele responde, calmo, reviro os olhos.

— Duvido muito. — Me apoio em só uma perna e cruzo meus braços. — Você é um filho da puta.

— Você é uma vadia desgraçada.

— Eu te odeio.

— Ah, pode ter certeza que eu te odeio muito mais.

Fomos interrompidos por uma buzina. Olhei para o lado, e vi Jack dentro do meu carro, com umas cinco pessoas dentro. Todos acenaram, e eu fiz o mesmo de volta.

— Já que agora você finamente aceitou que é um padrão, vamos à praia agora a tarde. — Eu digo, sorrindo. Tecnicamente ele ainda era meu namorado. — Está convidado. Mas se não ir também não vai fazer falta.

Vincent me manda um dedo do meio, e como resposta carinhosa, respondo do mesmo jeito para ele.

EIGHTEEN | VINNIE HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora