❝ Então se quiser irritar seus pais, me namore para assustá-los, mostre que você está crescida. Se o cabelo comprido e as tatuagens são o que te atraem, amor, você está com sorte. ❞
Claire Dugray nasceu em berço de ouro, filha de um dos empresários...
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MIAMI, FLÓRIDA.
EU ENTREI NO COLÉGIO COM O CORAÇÃO APERTADO. As palavras de desculpas estavam prontas na ponta da minha língua, e eu estava decidida a fazer as pazes com meus amigos. Mia, Nailea, Jacob e Aaron eram os pilares da minha vida, e eu não podia deixar que um cara idiota como o Vincent arruinasse tudo.
Assim que avistei Nai no corredor, corri em sua direção com um sorriso forçado no rosto. Ela me olhou com desconfiança enquanto mexia no armário.
— NAI!
Gritei pelo corredor, andando rapidamente até o encontro da minha amiga. Ela me olhou estranho, segurando sua mochila nas costas. Mia estava ao seu lado, fechando o armário.
— Desculpa por ter me afastado. Eu sei que fui uma amiga horrível nas últimas semanas, e não há desculpas boas o suficiente para explicar o meu comportamento.
Mia olha para mim com um olhar desconfiado e cruza os braços. — Claire, você realmente nos deixou na mão. Foi difícil lidar com tudo sozinha. Poderia ter nos contado o que estava acontecendo.
Eu suspiro e olho para o chão. Eu sabia que elas estavam certas, e eu não tinha nenhuma descupa para adicionar ali. Era isso.
— Eu sei, Mia. Eu fui egoísta e imatura. Não consigo nem explicar por que me afastei assim. Só sei que perdi o foco e acabei magoando vocês duas.
— Claire, nós entendemos que você estava passando por momentos difíceis, mas isso não justifica você nos abandonar completamente. Amigas são para estar ao lado nas horas boas e ruins, lembra? — Nailea me encara com uma expressão de tristeza. — Mesmo que as horas ruins sejam enquanto voce se envolve com um cara muito estranho.
Minhas amigas merecem muito mais do que isso, e eu irei fazer o possível para mostrar a elas o quanto são importantes para mim. Elas estavam ali quando simplesmente ninguem queria estar. Elas eram o motivo de eu estar tão bem.
O sol brilhava intensamente sobre os corredores movimentados do colégio particular em Miami. Eu observava as pessoas ao meu redor, enquanto caminhava em direção aos meus amigos junto co Mia e Nailea. Estávamos indo para a nossa mesa do refeitório, o nosso canto.
Com um nó na garganta, eu sabia que precisava me desculpar. Eu, Claire, a garota um tanto mimada e popular, estava prestes a admitir que errei e prometer que nunca mais deixaria um cara idiota como Vincent atrapalhar minha vida. Nunca achei que faria isso.
Eu me aproximo dos meninos, que conversavam animadamente, e eles me lançam olhares curiosos. Respiro fundo, decidida a colocar as coisas em ordem.
— Ei, pessoal, posso falar com vocês por um momento?
— Claire, você finalmente decidiu sair da sua bolha de egoísmo? — Aaron diz, cruzando os braços e me olhando desconfiado. — Nós sentimos sua falta. Foi difícil ver você se afastar e mudar por causa daquele cara. Nós queremos nossa amiga de volta. Eu quero você de volta.
— Eu prometo que nunca mais vou deixar isso acontecer. Vocês são minha família, meus melhores amigos. Eles estão ao meu lado, não importa o quê.
Jacob sorri e me puxa para um abraço apertado. Com um sorriso no rosto, ele diz:
— É bom ter você de volta, Claire. Sentimos sua falta, mesmo que não admitamos.
O grupo se reúne em um abraço coletivo, e eu me sinto um pouco mais completa. Agora, com Mia, Nailea, Jacob e Aaron ao meu lado, sei que posso enfrentar qualquer desafio.
Qualquer que seja.
Nailea olhou para mim com um sorriso gentil.
— Todos nós cometemos erros, amiga. O importante é que estamos dispostos a consertá-los. Estou feliz que você esteja de volta.
E bom, agora eu sabia exatamente o próximo passo. Eu daria um fora em Vincent, de uma vez por todas. Não comentei nem comigo mesma, mas a última sexta feira, quando ele me viu chorando, foi a gota d'água.
Ele ia ficar. O filho da puta iria ficar.
Decidi cortar todos os meus laços com ele, principalmente os financeiros. Os horários de aula que antecediam o horário do almoço passaram como se fosse uma lesma. Será que era o destino querendo armar uma comigo?
Assim que o sinal tocou, fui a primeira a sair da sala. Com um monte de livros em mãos e com a minha mochila nas costas, sai procurando por Hacker. Eu o avistei no corredor, e com uma mistura de determinação e raiva, o puxei para dentro de uma sala não utilizada.
— O que diabos você quer, Claire? — Vincent disse com um tom de desprezo, cruzando os braços. — Acha que posso te servir sempre que quiser?
Revirei os olhos e fui direto ao ponto.
— O acordo acabou, Vincent. Eu não vou mais te dar dinheiro. Chega de sustentar suas escolhas estúpidas.
Escolhas estupidas. A única pessoa fazendo escolhas idiotas aqui sou eu. E a primeira foi ficar com Vincent Hacker.
Ele riu, sarcástico.
— Ah, então agora você resolveu tirar o apoio? Isso mostra o tipo de pessoa que você é, Claire. Sempre pensando apenas em si mesma. Eu preciso desse dinheiro, você sabe disso. Nós tínhamos um a acordo.
Cruzei os braços, encarando-o com firmeza.
— Eu nunca pedi para você depender de mim. Eu não sou responsável pelas suas decisões idiotas. E não pense que pode me separar do meu irmão. Ele também se mete com gangues, corridas ilegais e lutas de rua. Mas você não tem nada a ver com isso.
Vincent ficou visivelmente chateado ao ouvir sobre meu irmão, mas não recuou. Na verdade, ele soltou uma risada, um tanto quanto chocado com as palavras que eu proferi. Eu sabia disso, conseguia ver.
— Você acha que está livre agora, Claire? Acha que pode simplesmente me dispensar assim? Veremos quanto tempo você vai aguentar. — Franzindo os dentes, ele diz, se aproximando de mim. Engulo em seco.
Uma faísca de química indesejada surgiu entre nós. Eu estava furiosa, odiava essa sensação. Odiava toda e qualquer sensação que ele causava em mim.
— Ah, Vincent, você realmente acha que me afetar socialmente vai me abalar? Você subestima minha força.
Ele se aproximou, com um sorriso de desdém.
— Talvez eu esteja subestimando mesmo, princesinha mimada. Mas não pense que vai sair impune. — Comentou. — Nem todo mundo nasce de berço de ouro.
A irritação tomou conta de mim, e eu não consegui conter meu impulso.
— Ah, é? E o que você vai fazer? Vai chorar pelos cantos porque não vai mais ganhar dinheiro fácil, uma buceta a toda hora e uma boca para beijar? Me poupe, Vincent!
Ele pegou o blazer do uniforme, lançou um olhar furioso e disse:
— Foda-se, Claire. Vou embora. — Ele colocou o blaser e começou a andar para fora da sala. — Ah, e para você saber, eu tenho tudo isso até sem você.
Com um último olhar cheio de raiva, Vincent saiu da sala, deixando-me sozinha com um turbilhão de emoções. Eu sabia que aquela briga não era o fim do nosso envolvimento, e isso me perturbava.
Eu respirei fundo, tentando afastar os pensamentos confusos. Era hora de seguir em frente, focar nas amizades e na minha própria felicidade. O capítulo com Vincent estava definitivamente encerrado, e eu estava determinada a não deixar que ele estragasse mais nada em minha vida.
