16 | claire...

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A MÙSICA TOCAVA MAIS ALTO QUE TUDO QUANDO EU DESCI AS ESCADAS

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A MÙSICA TOCAVA MAIS ALTO QUE TUDO QUANDO EU DESCI AS ESCADAS. Haviam muito mais pessoas do que eu achava que teria, e o chão tremia com o peso delas dançando.

Vi pessoa cheirando carreiras de coca, fumando baseados e quase transando no meio de todo mundo. A festa mal havia começado e já estava um completo caos. Peguei um copo de bebida ao meu alcance, e levei-o todo a boca, virando o líquido na garganta e o deixando queimá-la.

— Quem convidou todas essas pessoas? — Perguntei para Cory, que estava escorado no corredor.

— Acho que elas se auto-convidaram. — Ele responde, antes de beber um gole de sua bebida. — Sua festa é tipo um marco histórico em Miami, Claire. As pessoas facilmente matariam para vir aqui.

Olho para ele espantada. Ao contrário de mim, meu amigo se divertia, e logo depois, foi puxado por alguma garota da festa para dançar. Eu fiquei sozinha, mais uma vez.

Todas as minhas amigas estavam na sala do lado, sentadas nos colos de seus respectivos garotos, todos bebendo, cheirando ou fumando. Estava um caos. Sentei de pernas dobradas em uma das poltronas vazias.

— Onde está seu escravo, Dugray? — Jordan me pergunta. Sabia que ele estava se referindo a Aaron. Mandei meu dedo do meio para ele.

— Vai se foder, 𝐉ordan. — Respondi, sem paciência. Ele riu e eu revirei os olhos.

Não fazia ideia de onde Aaron estava, e eu também não estava com muita vontade de ir procurá-lo por aí. A festa estava lotada demais, e se Aaron não estava aqui comigo, eu sabia exatamente onde ele estava.

Por isso me levantei da poltrona, e fui procurá-lo.

[...]

O corredor do andar de cima era lotado com várias suítes. As portas delas, brancas, estavam todas trancadas, e eu sabia exatamente o motivo.

O barulho que vinha de dentro desses quartos era extremamente perceptível. Meu rosto se afundou na minha própria cabeça enquanto eu caminha pelos cômodos, procurando incansavelmente por Liebreghts.

Achei-o minutos depois, no meu quarto, sentado na minha cama.

— Meu sonho de consumo quando eu tinha uns quinze anos era entrar aqui. — Ele diz, olhando pra as paredes cor de rosa claro. — Sabe, sem conotação sexual, eu só queria participar do seu mundo.

— O que você está fazendo?

Ele se vira para mim. Não soube dizer se ele estava rindo ou chorando, mas expressão que ele tinha no rosto, era de longe, umas das piores que eu já havia visto.

— Você me notou no início do ano passado. Segundo ano do ensino médio, eu ainda era um magricela estrangeiro que errava algumas palavras em inglês. — Ele volta a dizer, olhando para os próprios dedos. — Você me fez seu no momento que me tocou, Claire. Andar com você era como se fosse um sonho se tornando realidade, eu simplesmente fui de um desconhecido para um dos integrantes do time do colégio em semanas.

Minha garganta ficou seca. Eu sei onde ele iria chegar, a diferença era que eu nunca achei que esse dia iria chegar. Aaron nunca pareceu realmente querer se declarar para mim, nunca deu um passo a mais. Era sempre aquilo, nos beijávamos e depois éramos amigos, ou ao contrário.

— Você sabe como dói? Sabe como dói escutar todos esses caras dizerem que comeram você de frente, de costas, de cabeça pra baixo? — Ok. Agora eu sei que ele estava chorando, porque dava para ver. — Isso machuca Claire. Escutar Vincent dizer que vocês transaram no barco dele, enquanto eu estou aqui.

O que?

— O que foi que você disse? — Perguntei confusa.

— Isso mesmo que você escutou. — Ele fungou. — Vincent espalhou para todo mundo, logo quando chegou ao treino hoje, que vocês haviam fodido no barco dele. Que ele conseguiu o que nenhum tinha conseguido.

— O que? — Eu estava incrédula. Sentia meu rosto queimar com as lágrimas. — O que ele disse?

— Ele disse que dormiu com você, Claire. — Diz Aaron. — Aqui no seu quarto. Junto com você.

Antes do treino. Hoje de manhã. Ele me viu beijando Aaron hoje de manhã, antes do treino.

Meu Deus do céu.

Eu preciso ir.

Não deu tempo de deixar ele falar. Com a visão turva, me direcionei até o corredor, descendo as escadas rapidamente, procurando por Vincent. Eu queria chorar, que nem uma criancinha.

Único garoto que entrou no meu quarto foi Trevor. Ele sabia disso, e sabia o motivo de eu nunca deixar outros entrarem lá. Ele sabia. Porque ele fez isso?

Ele apareceu para mim alguns instantes depois. Virando um copo de cerveja. Peguei ele de sua mão e o taquei longe, e vi Vincent me olhar como se eu fosse a mulher mais louca do mundo.

— O que você pensa que está fazendo? — Ele pergunta incrédulo. Dou um tapa no seu rosto.

— Vai se foder!

Grito muito alto. Minha garganta dói. Todos olham para mim no mesmo instante. Eu não estava nem aí, a festa é minha, eu faço o que quiser.

— Você acha que pode ficar contanto essas mentiras para as pessoas? — Estapeio seu peito, mas ele nem se move do lugar. — Você é um imprestavel!

— Então agora você liga para isso?

— Eu nunca transei com ninguém, Vincent! — Grito mais alto. — Você sabia disso. Vai se foder!

E o som de pneu foi escutado logo depois. Foi tudo muito rápido, na verdade. As pessoas começaram a correr, e outros caras começaram a aparecer na minha casa. O olhar de Vincent escureceu de uma hora para outra, e ali eu percebi que havia dado merda.

Porra, o que estava acontecendo?

— Vamos, Claire. — Ele diz, me puxando pelo braço. Olho para trás, e a visão de madeixas loiras tomam conta da minha vista. Era Kyle, eu tinha certeza que era ele.

— Kyle! — Eu gritei, por cima da multidão. Meu irmão me olhou, mas Vincent me puxou com mais força. — O que você está fazendo?

— Precisamos sair daqui, Claire. Vamos.

Não vi mais nada. As pessoas corriam desesperadas, querendo sair da casa. Estava tudo uma confusão só, e Vinnie me levava até o carro dele. Alguns caras nos seguiram, mas nos perderam logo depois

EIGHTEEN | VINNIE HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora