Capítulo 7

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— Eu acho que ele poderia esta fingindo. — comenta Saulo.

Havia lhe contado sobre a conversa que tive com Fabrício. Agora, enquanto nós saíamos, olhávamos Fabrício conversando com o colega de sala, que estava sempre ao lado dele. E eu não conseguia saber se era verdade ou não o que disse na biblioteca.

— De toda forma, eu irei falar com a diretora sobre o que vem ocorrendo. — explico desviando o olhar para a frente enquanto caminhava para fora da escola. — Não posso aceitar mais isso. Uma coisa é falarem mal de mim pelas costas, outra é um apelido ofensivo dito na minha cara.

— Você está certa. Se quiser, posso ir com você. Servir de testemunha.

Sorrio grata. Não me importava de ter apenas ele como amigo mesmo, era mais que o suficiente o ter ao meu lado, não precisava de mais ninguém.

— Bea, me dá uma ajuda? — pergunta Susana me parando mais na lateral do pátio.

Eramos da mesma sala, e ela sempre iniciava um dialogo dessa mesma forma, pedindo minha ajuda.

— Com o quê? — pergunto já pegando o papel na mão dela.

— Eu vou indo, a gente se fala depois? — pergunta Saulo e eu assinto com a cabeça.

— Tá bom, tchau. Tchau, Susana. — ele diz acenando.

Ela pisca surpresa e sorri.

— Tchau Saulo. — a voz dela soou suave e seus olhos seguiam as costas dele conforme saia da escola.

Era tão estranho ver as meninas agirem assim perto do Saulo. Balanço a cabeça e foco no papel, colocando uma mexa do cabelo atrás da orelha enquanto lia o que ela tinha respondido no questionário de língua portuguesa que havia sido passado no incio da semana.

Eu não dava cola para os alunos, achava isso errado, assim a pessoa jamais aprenderia algo e ainda ficaria mal-acostumada a ter alguém para responder o certo por ela, porém jamais negava ajuda quando me pediam.

— Essa questão aqui, você não respondeu corretamente. Releia o texto para compreender melhor e assim vai melhorar sua justificativa. E aqui...

Não notei até ter sido atingida por uma mochila, que pegou no meu ombro e rosto, derrubando meus óculos do rosto. Fiquei tão surpresa que fiquei congelada no lugar por dois segundos antes de olhar o que havia me atingido.

— Opa! Foi mal, Lenhador. — diz com uma risada Diego.

Ele e Tiago ajeitavam as mochilas nos ombros.

— Vocês e essa brincadeira idiota de se baterem. — resmunga Susana. — Pega, Bea.

Olho e estava me estendendo meus óculos.

— Obrigada. — digo os pegando e colocando, voltando o olhar para os dois.

— Ei, Susana, que tal nós ir lá pra casa hoje, dar uns amassos? — pergunta Tiago mandando um beijo para ela.

— Nem nos teus sonhos. — Susana responde com uma cara de nojo.

— O correto é "nós irmos lá para casa", e meu nome é Beatriz. Parem de me chamar dessa forma.

Os dois me olham e o resto dos alunos no pátio também pareciam atentos ao nosso grupo.

— Tá corrigindo o jeito que eu falo agora, Lenhador? — Tiago dá um passo mais perto, me encarnado com diversão.

Não me abalo, ele era idiota, mas nada agressivo.

— Eu vou dizer uma vez mais. Meu nome é Beatriz, e se continuarem a seguir o Fabrício e me chamarem dessa forma, vou falar com a diretora e seus pais vão ser convocados aqui.

Don't Falling For MeOnde histórias criam vida. Descubra agora