Capítulo 24

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— Bom dia, namorada. — diz Fabrício quando o encontro no portão da escola.

Fico sem graça e sinto vontade rir do seu jeito de falar, mas me controlo, olhando ao redor para ter certeza que não havia ninguém passando ainda.

— Bom dia, Fabrício. — respondo passando para dentro da escola.

— Como foi seu curso ontem? Dormiu bem?

Olho para ele, que caminha a meu lado, e volto o olhar para a frente. Eu havia passado a tarde e a noite pensando em Fabrício e como seriam os próximos dias, ainda sentindo um leve conflito dentro de mim.

— Foi tudo bem. — respondo e ajeito meus óculos. — Contei a meus pais que estamos juntos. Você precisa ir jantar lá, ou almoçar, para que eu possa te apresentar para eles.

— Conhecer seus pais? Ah, beleza. Tatiana disse que eles são legais. Quando quer fazer isso?

— Meu pai está de plantão essa noite, então amanhã, um jantar, pode ser? — olho para ele, vendo que parecia até animado com a ideia.

— Tá ótimo. — ele me olha também. — Vai almoçar lá em casa hoje, né?

Assinto com a cabeça, apesar não estar tão animada como ele.

— Ótimo, porque mamãe vai estar em casa, e ela também já sabe de você.

— Imaginei que sim. — murmuro.

Michelle havia me interpelado no corredor, falando que Tatiana já tinha contado para ela como Fabrício praticamente quicava de alegria enquanto iam para casa depois de eu ter aceitado seu pedido. Isso me deixou corar na frente da minha irmã, pois estava realmente animada com meu namoro. Então esperava que a mãe dele também estivesse ciente disso.

— Mamãe é legal, relaxa. — ele diz interpretando meu tom como incerto, provavelmente. — Você já conheceu ela, e ela te adora, sabe disso.

— Sei disso. Não estou preocupada. — garanto.

— Nossa, que confiante a minha namorada.

Faço uma careta. Era estranho ouvir ele falar aquilo.

Fabrício continua o assunto, falando que havia pedia para as empregadas da casa prepararem o que eu gostava, e que podíamos jogar um pouco, o que neguei. Como havia combinado antecipadamente, trouxe a matéria que precisaria estudar, e ele me faria companhia, ou eu voltava para casa. Fabrício murchou com a ideia, mas não negou.

— Posso te fazer companhia na sala? — ele pergunta quando chegamos a porta da minha sala.

— Porque? — estranho o pedido.

— Não temos nada para fazer até o professor entrar em sala. — ele sorri de lado, como se aquilo fosse uma resposta satisfatória.

— Sim, podemos estudar. E também... as meninas da sala vão ficar comentando se verem você comigo em sala. — faço uma leve careta. Sabia bem o que poderia surgir do falatório na escola.

— Ciúmes já, Beatriz? — pergunta num tom provocador, que me faz estranhar.

— Não sei que tipo de sentimento é esse, mas com toda a certeza não é o que estou sentido. Prefiro que não haja comentários sobre nós na escola, achei que já tivesse entendido isso.

Fabrício suspira.

— Tá. Discrição, já entendi. Isso é um saco, pra ser sincero, mas beleza. Até a hora da saída. — ele faz um aceno e vai para sua sala.

Fico olhando ele atravessar o corredor e entrar em sala, me perguntando qual era a necessidade de estar perto, porque as pessoas faziam isso. Talvez dependência emocional? Provavelmente. Faço uma nota mental para pesquisar sobre namoro e os modos de agir. Não era porque eu sabia que isso não daria certo, que não me esforçaria para que desse.

Don't Falling For MeOnde histórias criam vida. Descubra agora