Capítulo 11

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— Desculpa por tudo isso. — diz Tatiana quando ela para em frente ao prédio onde eu morava. — Nossos pais separaram no ano passado e Fabrico era muito próximo do papai, a distância entre os dois não tem feito bem a ele. Ele está se esforçando em não deixar isso afeitar ele demais.

— Talvez um psicologo fosse uma boa opção. Não é certo ele provocar as outras pessoas.

Eu podia estar soando insensível, mas se havia algum problema, ele precisava resolver com um médico, não se divertindo a custa da vida de outras pessoas.

— É. seria ótimo mesmo. — ela dá um sorriso apertado e era a primeira vez que eu não via ela sorridente e animada, parece que eu estava certa a respeito dela. — Bom, se não quiser mais dar as aulas, vou compreender.

— Semana que vem é a semana de provas e depois vem as férias, hoje seria uma última aula de toda forma.

— Tudo bem. Mas... se ele precisar continuar com as aulas, posso contar com você? — o sorriso volta ao seu rosto, parecia ela novamente.

— Não posso prometer nada agora. — ajeito minha mochila no ombro e vou abrindo a porta. — Obrigada por me trazer.

— Sem problemas, até outro dia, Beazinha.

Aceno para ela e entro no prédio, pensando que talvez fosse melhor não continuar com essa coisa de ajudar Fabrício com suas notas. Ele não estava numa boa fase e eu não era a melhor pessoa para estar próxima de alguém assim.


Fabrício ficou me olhando durante o intervalo no dia seguinte, mas não se aproximou, e também preferi que não o fizesse, acho que eu estava chateada com tudo o que aconteceu.

Eu não gostava de me meter na vida dos outros, então detestava que se metessem na minha, ainda mais para fazer suposições maldosas e me tratar como se fosse uma garota estranha. Tudo que eu fazia era estudar e gostar das coisas feitas da forma correta, não havia nada de errado nisso.

Entendo que as pessoas me achavam chata por eu não agir como elas, que só pensavam em frivolidades e se entregavam a todos os hormônios da adolescência, mas isso não fazia de mim uma velha chata com TOC.

Na hora da saída, Tatiana acenou para mim e Fabrício olhou na minha direção, deu um sorriso forçado e entrou no carro, nem esperando minha reação, que não veio de toda forma, apenas virei o rosto e segui com Saulo até a parada.

A semana de provas chegou e minha animação voltou. Deixei de lado toda a situação com Fabrício, não devia me abalar por aquilo, ele se mostrou um garoto problemático desde o princípio, apenas insisti fazendo os caculos errados a respeito da ideia de dar aulas a ele.

Na terça-feira, durante o intervalo, ele me interceptou na saída do refeitório. Foi mais um encontro, mas eu não sabia dizer se era casual ou planejado, já que ele sorriu e bloqueou minha passagem quando fiz menção de me afastar.

— Espera. — pediu. — É... vamos estudar juntos hoje?

— Estamos na semana de provas, Fabrício. — o olho enquanto o suco gelado esquentava na minha mão. — Não tenho porque te dar mais aulas.

— O quê? Porquê? Ainda está tendo aula. Preciso de ajuda com física e matemática.

— Quando tentei ajudar, você foi preferia se concentrar em outra coisa.

— Ok. Entendi. Você está com raiva de mim, é aceitável. — ele toca no peito e adquire um ar solene. — Peço imensas desculpas pelo meu comportamento inapropriado. Poderia me perdoar e me dar mais essa semana de aulas?

Don't Falling For MeOnde histórias criam vida. Descubra agora