Capítulo 8

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A felicidade da minha mãe ao lhe dizer na manhã seguida que iria ao aniversário poderia ser comparada há quando ela passou no concurso para lecionar no colégio que lecionava.

Saulo e eu conversamos durante uma parte da noite sobre os prós e contra da nossa presença lá, e acabamos decidindo que não faria mal ir e ficar uma ou duas horas. Tatiana havia brigado com o irmão e o obrigado a me pedir desculpas, além do mais, sempre que me via ela me tratava com carinho, apesar de ser no seu jeito extrovertido, eu podia ir a parabenizar e depois voltar para casa, com ou sem Michele.

Pegamos Saulo no shopping, onde ele foi comprar um presente que seria de nós dois, a caminho da festa. Fomos em silêncio, apenas a playlist de Michele preenchendo o silêncio, e seus xingamentos para os outros motoristas eram ocasionais.

A casa de Tatiana ficava em um condomínio fechado de classe alta, e a casa era grande, o som de música pop podendo ser ouvido da calçada, apesar de baixo, onde já havia alguns carros estacionados.

Descemos do carro e caminhamos para uma porta lateral que estava aberta, por onde o som vinha mais alto. Passamos pelo corredor entre a casa e um muro com jardim vertical, até chegar aos fundos, onde havia uma piscina, uma edícula e umas doze pessoas espalhadas pelo lugar, conversando e bebendo.

Tatiana estava agora com o cabelo branco, e isso me fez demorar para a reconhecer, mas não ela a mim, que gritou assim que me viu e veio com os braços abertos. Michele entrou na frente, abraçando ela, que sorriu sem graça.

— Desculpa, esqueci que você não gosta de abraços. — ela disse ao soltar Michele. — Mas seja bem-vinda. E você também... desculpa esqueci seu nome.

— Saulo. — ele estende o pacote de presente que havia comprado. — Aqui. Feliz aniversario.

— Ah, não precisava. Obrigada. — ela pega o pacote. — Você aceita abraços?

Ele fica sem graça, mas assente. Tatiana o puxa perto e abraça, dando um beijo na bochecha dele, que fica corado, o que ela nem parece notar, pois olha para mim.

— To feliz que veio. Podem ficar a vontade, tá? Ali tem comida, ali bebida, podem tomar banho de piscina, tem gente jogando uno ali, e lá dentro estão no videogame, então podem escolher e se divertir. — ela aponta para vários pontos e parece lembrar algo e aponta entre Saulo e eu. — Vocês são menores, então nada de álcool. Mas se beberem eu vou fingir que não vi. — ela pisca ao acrescentar a última parte.

— Não bebemos. — digo.

— Isso não me surpreende. — ela ri. — Bom, mi casa, su casa.

Ela faz um floreio e puxa Michele começando a fala algo entre elas. Olho para Saulo, que ri.

— Quer ir lá para dentro?

— Não, vamos pegar algo para beber, estou com sede. — digo e já caminho até onde ela indicou ter bebidas.

Era uma caixa térmica grande, e ao abrir havia apenas latas de bebidas e vodka. Ao lado havia um bebedouro com suco de onde me servi, mas ao provar engasguei com o ardor do álcool. Uma garota riu e disse ser vodka com suco e guiou Saulo e eu para dentro da casa, onde nos deu duas latas de refrigerante.

— Olha, os nerds vieram.

Viro e Fabrício esta ali, com um short e regata. Nossa farda não era de esconder muita coisa, mas ele ficava bem diferente com aquela roupa.

— Olá, Fabrício. — digo.

— Oi. — diz Saulo.

— Achei que não vinham.

Don't Falling For MeOnde histórias criam vida. Descubra agora