Capítulo 16

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— Me serve, maninha linda do meu coração? — perde Fabrício esticando o prato para Tatiana.

— Você não tá aleijado, até onde eu sei. — ela responde o ignorando, se servindo com o almoço.

— Porra, valeu oh. — resmunga Fabrício, que olha para mim. — Pode me ajudar?

Olho entre ele e Tatiana. Concordava com ela, Fabrício ainda podia fazer as coisas, havia quebrado o braço, e não ficado aleijado. Era só uma questão de se organizar, porém, pego o prato e sirvo para ele.

— Isso é sério? — ele pergunta me olhando abismado.

— Quer que eu pare? — o encaro.

— Não. Só achei que ia recusar.

— Veja isso como um pedido de desculpas por ter sido rude. — respondo terminado de colocar a salada no prato dele e estendendo de volta.

Fabrício fica me olhando um momento mais e então sorri, pegando o prato e agradecendo. Ao pegar o meu e terminar de me servir, noto que Tatiana me olhava com um sorriso enigmático, franzo a testa e ela desvia o olhar.

— E como vão suas aulas? Fabrício tem prestado atenção? — ela inicia um assunto.

— Ele está melhorando, mas precisa se dedicar mais. — respondo sentando.

— Mais? Pow, eu tirei um oito, semana passada.

— Que poderia ter sido um dez se tivesse realmente estudado. — o olho.

Ele apenas bufa e resmunga algo que não consegui ouvir. Tatiana muda de assunto e apenas os dois interagem mais, permaneço como sempre, apenas comendo e ouvindo, falando apenas quando se dirigem a mim.

Ao fim da refeição, Fabrício e eu vamos até a sala pegar nossas mochilas enquanto Jussara termina de arrumar a mesa.

— O livro que deixei aqui semana passada, onde está? Vamos precisar dele hoje.

— Ah, eu deixei no meu quarto, espera que vou buscar. — ele larga a mochila no chão e vai até à escada.

— Espera, vou te ajudar. — sigo atrás dele.

— Me ajudar? — ele olha por cima do ombro.

— O livro é pesado, pode não conseguir carregar com uma mão só.

Era capa dura e tinha mais de 500 paginas, além de ser mais ou menos do tamanho de uma folha A4, só que mais largo.

Fabrício abriu a boca, provavelmente para protestar, mas dá de ombros e volta a subir. Eu nunca tinha estado no segundo andar da casa, mas não fico olhando as coisas, apenas noto que havia quatro portas, uma saleta e um acesso à varanda dos fundos.

Entramos na segunda porta a direta e fico perto da porta. Apesar de ser um quarto masculino, o de Fabrício não era realmente bagunçado. Sua cama estava feita, não tinha roupas pelo chão, apenas duas camisas sobre o encosto da cadeira diante da mesinha com equipamento de jogos bem modernos. Acredito que a organização se devia a Jussara e Antônia, não realmente a ele.

— Vamos. — ele diz depois de pegar o livro que estava em uma pequena estante com outros livros didáticos e a coleção de Harry Potter.

— Não sabia que você lia. — comento estendendo a mão para que ele me entregasse o livro.

— Sou uma pessoa alfabetizada, é claro que sei ler. — responde ignorando minha mão esticada, mas parando na minha frente.

— Eu quis dizer sobre os livros de fantasia. — indico a coleção.

Don't Falling For MeOnde histórias criam vida. Descubra agora