GUILHERME
A noite passada foi bem maluca. Alguns amigos da minha mãe vieram até nossa nova casa para comemorar a promoção dela. Eu fiquei um pouco acuado no canto, não conhecia ninguém.
Uma garota, que devia ter quase a mesma idade que eu, veio me cumprimentar em um certo momento da festa. Acabamos ficando amigos, ela estudava na mesma universidade na qual eu começaria a estudar logo logo.
A noite foi agradável. O único problema é que não me lembro como terminou. Acordei hoje com uma terrível dor de cabeça. Me levantei e tomei um longo banho, seguido de dois analgésicos.
— Filho? Não vai descer para o café?- minha mãe me chamou da porta do quarto.
— Já tô indo.
Suspirei e terminei de me trocar. A casa ainda estava um pouco bagunçada, mas a maioria das coisas já estavam no lugar.
Minha mãe já estava sentada na mesa me esperando com um belo café da manhã.— Bom dia.
— Bom dia.- ela sorriu.
Eu me sentei e suspirei quando minha cabeça latejou. Peguei um copo de suco e bebi um gole, minha boca estava amarga.
— Tá tudo bem querido?
— Ressaca.
— Eu avisei pra você não beber tanto.
Eu apenas resmunguei e continuei tomando meu café.
As coisas não estavam tão bem assim entre a gente, eu realmente não queria ter me mudado. Ela insistia todos os dias que eu deveria tomar um rumo e começar a sair e conhecer gente nova.Eu nunca entendi o motivo de tanta raiva assim que ela tinha da Maju.
Terminei de tomar meu café e disse que ia dar uma volta pra respirar ar puro. Ela não me questionou, apenas me deixou ir.As aulas começariam na próxima semana, então eu ainda tinha um tempo livre. Peguei as chaves do carro e sai de casa.
O bairro que a gente morava ficava perto da praça principal da cidade, mas eu não estava muito a fim de me meter no meio da multidão de turistas que tinha lá diariamente.Segui com o carro até o bairro brasileiro que tinha pouco depois do centro da cidade. Era lá que eu gostava de ir todos os dias desde que nos mudamos. Me sentia em casa.
Desci do carro e fui dar uma volta. Nesse bairro tinha de tudo, bares, restaurantes, até boates que só tocavam músicas brasileiras.
Entrei em um café e me sentei em uma das mesas mais afastadas, pedi um café forte e me encostei na cadeira.Minha cabeça estava latejando ainda, e eu não tinha me lembrado da noite passada. A garçonete veio e trouxe meu café, eu agradeci e tomei um longo gole.
Londres poderia ser uma cidade incrível, mas os ingleses não sabiam mesmo fazer café. Todos os dias eu ia até uma cafeteria brasileira tomar café de verdade.Suspirei ao sentir o gosto do café na boca, satisfeito com a sensação boa que ele deixava. Resolvi mandar uma mensagem para a Maju, ela provavelmente estaria dormindo uma hora daquelas, mas não custava nada tentar.
Peguei meu celular e fui até o WhatsApp, mandei uma pequena mensagem pra ela. Aguardei uns minutos, mas percebi que a mensagem não tinha sido recebida.
Enviei outra e mais outra e tive o mesmo resultado. Decidi ligar pra ela.
Disquei o número, mas ao invés da voz dela eu recebi só silêncio. A ligação simplesmente ficou muda e caiu.
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Você deveria estar aqui | CONCLUÍDA
Подростковая литератураE se o seu grande amor se mudasse de repente para um país distante? E se, aparentemente sem motivos, sua namorada te bloqueasse em todas as redes sociais e simplesmente sumisse? Será que o amor é mesmo capaz de superar qualquer obstáculo?