CAPÍTULO 24

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GUILHERME

Voltar pra casa sem ver a Maju foi muito difícil, mas o Lorenzo e a Luísa tinham razão, eu não podia simplesmente aparecer assim do nada.
Fui direto pra casa do meu pai, Lorenzo levaria minhas coisas depois.

— Filho!- ele veio até mim e me abraçou com força.- Estou tão feliz em te ver. Você está bem?

Ele parecia bem preocupado ao me olhar.
Isso foi o suficiente pra eu desabar. Todas as lágrimas que eu estava segurando simplesmente jorraram dos meus olhos.

— Vamos nos sentar.- ele me levou até o sofá e me deu um copo de água.

Quando consegui me acalmar, contei tudo pra ele. Cada detalhe do que tinha acontecido em Londres até chegar na parte do nascimento da minha filha.

— É triste dizer isso, mas não estou tão surpreso assim com a atitude da sua mãe. Ela sempre foi bem manipuladora, sempre teve o que quis.

— Eu não consigo nem pensar nela sem sentir raiva.

— Eu sei disso. Não culpo você por se sentir assim filho.

— Eu podia ter perdido a Maju pra sempre hoje. E a minha filha. Eu acho que nunca vou perdoar minha mãe por isso.

— É difícil agora, mas você vai sim. Por mais ruim que ela tenha sido, ela ainda é sua mãe.

— Ela quase acabou com a minha vida.

— Sim. E ela com certeza tem consciência disso. Mas ela ainda é sua mãe e ainda te ama.

— Não quero falar disso.

— Tudo bem. Vamos mudar de assunto. Como a minha neta é?

Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios ao pensar nela.
Eu não tinha participado da gravidez da Maju e nem tinha visto o parto, mas só de pensar naquele bebezinho tão pequeno e frágil meu coração já se enchia de amor.

— Ela é tão pequena e tão perfeita.

Passamos quase uma hora falando sobre ela. Até que ele finalmente me convenceu a dormir um pouco.
Eu não tinha percebido o quão cansado eu estava até me deitar na cama.
Apaguei quase na mesma hora.

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MAJU

24 horas. Já fazem 24 horas que eu estou aqui e ainda não vi minha filha. Tentei convencer as enfermeiras a me deixarem ver ela, mas elas estavam irredutíveis.

— Se acalma senão vai acabar passando mal.- minha mãe alertou.

— Por que eu não posso ver ela?

— Querida, você precisa descansar e se recuperar antes de ver ela.

Eu suspirei e deixei a cabeça cair no travesseiro. Eu só tinha conseguido me levantar da cama hoje de manhã, com a ajuda de duas enfermeiras e minha mãe.
Os pontos ainda estavam doloridos e minha barriga doía toda vez que eu me mexia.

Mas nada era pior do que a dor que eu sentia nos seios. As enfermeiras me disseram que era normal, que eles só parariam de doer quando eu amamentasse. Ou retirasse.
Só de pensar em uma máquina sugando meus seios meu corpo todo arrepiava de medo.

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