CAPÍTULO 20

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MAJU

Já fazem duas semanas que eu não faço praticamente nada além de tomar banho e comer sozinha.
Minha avó não deixa nem eu arrumar minha cama.

— Eu já disse que posso fazer isso.- reclamei enquanto ela arrumava meu quarto.

— Esforço mínimo, se lembra?

— Por favor vovó, me sinto uma inútil sem poder fazer nada.

— Você pode fazer um chá pra nós.

Suspirei e me dei por vencida. Enquanto ela arrumava o andar de cima, eu desci e fui até a cozinha. Coloquei água pra esquentar e me sentei em uma das cadeiras para esperar.

— Ela ainda não deixa você fazer nada não é?- meu avô entrou na cozinha, me deu um beijo na testa e foi pra geladeira.

— Infelizmente. Nem deixou eu dobrar lençóis.- suspirei, cruzando meus braços.

— Ela é assim mesmo, superprotetora.- ele pegou uma jarra de suco e se serviu.- Mas é pro seu bem.

Eu sabia que era tudo pro meu bem, mas me irritava toda essa proteção.
A água esquentou e eu fui pegar as xícaras, meu avô se despediu com um beijo na bochecha e saiu.

— Lá em cima tá tudo pronto.- minha avó chegou na cozinha.

— Que bom.

Peguei a chaleira e despejei água nas xícaras. Levei até a mesa junto com o açucareiro e coloquei os saquinhos de infusão na agua.

— Não fica com essa cara, estou cuidando de você.- ela me repreendeu enquanto sentava.

— Não gosto de me sentir uma inútil.- suspirei me sentando em outra cadeira.

— Você está sendo útil nos bordados.

Sim, ela começou a me dar aulas de tricô e bordado. Eu não estava indo tão bem assim, mas estava acertando bastante.

— Isso não é ajuda de verdade..

— Depois que o bebê nascer, você vai poder fazer o que quiser. Até lá, comporte-se e faça o que o médico mandou

Eu suspirei e tomei um gole do meu chá. Eu não ia conseguir fazer ela mudar de idéia, então nem tentei discutir.
O médico disse que quanto mais eu conseguisse esperar, era melhor.
Mas o bebê mal se mexia agora, talvez umas duas vezes por dia. Aquilo estava me preocupando muito.

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LUÍSA

Maju me ligou assim que chegou em casa depois do exame. Ela estava tão abalada que nem eu consegui animar ela.
Na verdade eu também fiquei muito preocupada com isso. Mas não podia deixar me abalar também, ela ia precisar de apoio agora.

Como já tinha combinado com o Lorenzo, fomos nos encontrar dois dias depois que eu cheguei em casa. Eu estava estranhamente nervosa quando me sentei na frente dele no restaurante.

— Boa noite.- ele sorriu.

— Boa noite.

— Como foi a viagem?

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