CAPÍTULO 13

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MAJU

Já fazem 3 dias que eu passei mal, nesses dias todos minha avó mal me deixou sair da cama. Eu praticamente vivo deitada, só saio do quarto pra comer.

— O médico disse uma semana de repouso absoluto.- minha avó argumentou quando reclamei.

— Deixa eu pelo menos ir dar uma volta vó, esse quarto tá me sufocando.

— Não.

Eu suspirei e me encostei na cabeceira da cama. Ela era cabeça dura demais, seguia à risca cada palavra do médico.
Eu já estava ficando cansada de ficar só deitada naquela cama o dia todo.

— Eu preciso tomar sol também.- argumentei.

— Tudo bem, eu deixo você se sentar na varanda, só isso.

— Tá bom, tá bom. É melhor do que nada.

Ela colocou uma cadeira de balanço na varanda e eu me sentei, um minuto depois ela voltou com um apoio para meus pés.

— Vó, eu não tô doente.- resmunguei.

— É bom pra não deixar os pés inchados.

Eu suspirei e sorri pra ela.
Ela estava cuidando tão bem de mim que eu já estava ficando mal acostumada.  Seria difícil me despedir dela.

— Vou trazer um suco pra você.

Antes que eu reclamasse ela voltou pra dentro de casa.  Soltei uma breve risada e olhei para a paisagem à minha frente.
A fazenda deles era bem extensa, tinha vários animais que ficavam soltos durante o dia vagando ali perto da casa.
Alguns minutos depois meu avô encostou a camionete perto do estábulo e veio na direção da casa.

— Boa tarde vô.

— Boa tarde.- ele passou direto por mim e entrou.

Logo minha vó estava de volta com um copo de suco.

— Toma.

— Obrigada.

Eu sorri e tomei um gole do suco. Ela puxou uma cadeira e se sentou perto de mim.
Ficamos em silêncio por um tempo.

— Você tem falado com seus pais?- ela perguntou de repente.

— Com minha mãe, meu pai ainda se nega a falar comigo.- suspirei.

— Eu entendo. Ele sempre foi cabeça dura com essas coisas, mas ele logo desiste.

— Minha mãe diz a mesma coisa.

— Querida, eu sei que eu não tenho nada a ver com suas escolhas e não tô aqui pra te julgar…

Eu suspirei e olhei pra ela.

— Mas?

— Mas você não acha que isso não foi um sinal de Deus? Quer dizer, você poderia ter perdido o bebê e o seu namorado jamais saberia.

— Ex namorado.- corrigi.

— Você tem que contar pra ele, querida. É um direito dele saber.

— Olha vó, eu agradeço sua preocupação, mas eu não quero falar disso tá bom.

Respirei fundo e me levantei, deixando o copo na mesinha.

— Vou me deitar.

Sai antes que ela dissesse mais alguma coisa e entrei em casa.
Era só o que me faltava, até ela me enchendo o saco com essa história. Passei pela cozinha, peguei um biscoito e subi pro meu quarto.

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LUÍSA

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