Você deveria estar aqui | CONCLUÍDA

CAPÍTULO 3

𝐌𝐀𝐉𝐔

Acordei no outro dia com a cabeça doendo um pouco, saí da cama quase rastejando e fui para o banheiro. Tomei um banho rápido e fiz minha higiene, me troquei e peguei a mochila da escola.
Meu pai estava dormindo ainda, tinha chegado de plantão de manhã, minha mãe estava na cozinha tomando café.

— Bom dia mãe.- me sentei e peguei um pão.

— Bom dia filha, dormiu bem?

— Dormi sim.- passei manteiga no pão e dei uma mordida.

— Chegaram tarde ontem?

— Não muito.

Terminei meu café e me despedi dela com um beijo no rosto. Peguei minhas coisas e saí de casa, a escola não era muito longe então dava pra ir a pé.
Encontrei a Luísa na porta da escola quando cheguei.

— Bom dia amiga.

— Bom dia.

Nos abraçamos e entramos na escola. Luísa tinha repetido um ano na escola, então estava cursando o último ano junto comigo. Éramos da mesma sala.

— Tô com uma ressaca das bravas.- ela suspirou sentando em sua carteira.

— Eu também estou com um pouco de dor de cabeça.- me sentei na carteira da frente.

Ficamos conversando até a professora chegar na sala e começar a aula.
No intervalo decidimos ficar na sala, nenhuma de nós estava muito a fim de ficar no meio do barulho hoje.
Luísa estava deitada sobre a mesa dela, com o casaco por cima da cabeça; mandei uma mensagem para o Guilherme, mas ele ainda estava no trabalho e não podia responder.

—  Amiga, preciso te contar uma coisa.- suspirei.

Ela resmungou e ergueu a cabeça me olhando com a cara toda amassada.

— Conta.

— Guilherme vai embora.- suspirei tristemente.

— Como assim?- ela pulou na cadeira, se sentando direito e me olhando.- Quando? Para onde?

— Ele não sabe quando ainda, parece que a mãe dele recebeu uma proposta de emprego em Londres.- fiz uma cara triste apoiando o queixo no encosto da cadeira.

— E por que ele não fica com o pai dele?

— Parece que a proposta inclui a faculdade dele, ele vai poder estudar na melhor universidade de Londres e fazer qualquer curso que quiser.

— Eu não acredito que aquela bruxa conseguiu separar vocês.

— Não exagera amiga.

— Você sabe que é verdade, ela sempre quis separar vocês e achou uma desculpa perfeita pra isso.

Eu fiquei em silêncio, Luísa tinha razão, a mãe do Guilherme sempre foi contra nosso namoro, e fazia questão de deixar isso bem claro.

Ela sempre arrumava uma desculpa pra tirar o Guilherme de mim, mas eu nunca me importei muito porque no começo meu pai também era assim. Era só uma questão de tempo até ela aceitar a gente.

O sinal tocou e a sala logo encheu de gente de novo, me virei pra frente e prestei atenção na aula.
O restante das aulas foi bem monótono, não teve muita coisa interessante, os professores só falavam sobre vestibular e faculdade.

— Não aguento mais esses panfletos de faculdade.- Luiza jogou o panfleto no lixo quando saímos da sala.- Sério. Não entendo pra que tanta pressão em cima da gente.

Eu apenas ri e sai caminhando com ela, paramos no bebedor de água, aproveitei para checar meu celular.
Guilherme tinha me mandado uma mensagem, um sorriso largo se abriu em meu rosto.