27- As cores certas

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Ela 

 Tinha que ser sincero que se ela  fosse dizer uma palavra ele com certeza esperava uma que combinasse com um sim , mas o que ele estava esperando, ela estava bem mas não totalmente lucida,  haviam explicado que ela estaria atordoada pois as doses de láudano eram  fortes mas ele podia  esperar mais, afinal era Samantha ela não era uma pessoa comum, e ele não tinha cabeça pra lidar com tudo isso, ele não era maduro o suficiente sabia disso e por isso ele bebeu tudo que conseguiu  na noite passada mas estava lá pra ajudar no café da manha, mesmo ela vomitando nele ela estava bem, ele aguentou bem mas aquela conversa da melhora da morte foi  demais pra ele precisava de ar, e com certeza e mais algo pra beber, quando Carlos chegou ela balbuciou algo como ela novamente e foi a deixa dele pra sair.

O bar já estava cheio as cinco da tarde, e era bom  beber sem ninguém o olhar como o homem cujo a noiva estava morrendo, e ela nem era sua noiva de verdade, era apenas o que Carlos respondeu sobre a relação deles com ela, seu irmão era o irmão dela e ele o noivo,  tudo era confuso o suficiente pra ele precisar de mais uma dose só de pensar.

  - Seu idiota! Venha- Carlos o arrastou pela borda do casaco ate a pia do lavabo e um jato de agua gelada o fez gruir  e  ele tentou o empurrar mas seus reflexos não estavam nada utilizáveis naquele momento- Ela  precisa de você seu idiota..

Ela era pior que qualquer droga,  ele rapidamente estava em alerta, ou pelo menos em pé sem vomitar,  eles  chegaram ao quarto e ela estava deitada com o uma grade marca vermelha no rosto e um filete de sangue no nariz, ele não resistiu ao impulso de chegar perto e verificar sua respiração, era quente e muito instável a respiração dela.

- Eu sai pra me lavar e  quando voltei ela estava caída no corredor-  uma das cuidadoras se justificou e Carlos  entregou  a ele um papel  com uma caligrafia quase ilegível

     Ela precisa de nos, não seu seu nome, mas ela tem  uns sete anos, é uma criança e só quis me ajudar não merece ser punida por isso ou pela cor da sua pele, me ajude a ajuda-la, ela pode me salvar se eu a salvar. 

                                                                                                                                 Samantha Fleure 


As palavras não faziam sentido nenhum, tudo estava  mais de vagar, outro bilhete  foi colocado em suas mãos , a folha era do mesmo tamanho da outra mas três letras apenas ocupava o centro do papel, e ele jamais se sentiu tão vivo, tão completo e  perdido ao mesmo tempo, ela realmente era a pior droga que já tinha tido contato mas ele estava pronto pra se viciar completamente nela, ia se distanciar de todas as outras e seria só ela.

-  Tive uma conversa com as nossas amigas aqui- ele indicou as duas moças que se olhavam com receio- e elas me disseram que na noite passada eles pegaram uma garota negra aplicando uma mistura no ferimento dela,  parece que nossa gorjeta para o cara la de baixo não foi em vão eu confesso que tinha imaginado quando vi a mistura no ombro dela,  mas nunca imaginaria que fosse uma criança, eu teria feito algo juro.

- Eles a levaram para as caldeiras não temos acesso la-a voz dela era apenas um sussurro. 

-Pra você e por você!-   seus dedos tocaram levemente a bochecha vermelha dela, estava febril novamente- Cuidem dela, a febre esta voltando.

 A entrada das caldeiras estava da mesma maneira que se lembrava,  o mesmo ambiente desprovido de acolhimento, as paredes descascadas e o piso  cinza, e o cara de mal humor mascando sem parar.

O que esconde o CondeOnde histórias criam vida. Descubra agora