24- Tudo volta.

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 Tudo parecia ferias de verão, sem responsabilidades no Brutt e nem contato de contrabando e os clientes adicionais,  ele devia esta mais preocupado com as suas responsabilidades, queria esta mais preocupado como seria recebido pela família apos tanto tempo ausente, mas nada disso importava muito, so tinha uma pequena preocupação de quem cuidaria de suas meninas não deixaria que alguem cruel tomasse conta de seu lugar,  mas a sua unica preocupação era aquele  maldito ferimento que não fechava,  os dias se passaram  e ele só piorou, ela estava sempre febril, fraca mesmo que fingisse está bem era claro que estava se espalhando, mas  ele estava aproveitando cada minuto, eles acordavam tarde, apos os primeiros dois dias o enjoo passou e o navio  ninava  ele pra dormir mesmo com o roncar das caldeiras do navio a vapor,  o duque gastava seu tempo tentando irrita-lo, mas com o tempo já não caia nas provocações, as vezes ia na onda pra ver ela se irritar com eles, tudo estava bem de mais pra durar ele sabia disso, sabia que o mal viria em breve e veio,  a infecção se espalhou e o unico medico do navio ameaçou cortar o braço dela fora pra impedir que grangrenasse mais, não que ele fosse alguem confiavel, era um gordo  que passava mais tempo no bar, e ele duvidava que tivesse tido lucido algum dia da viajem. 

- Se não amputar o membro ela não chega ate o destino- foram as ultimas palavras daquele medico antes do meu irmão tirar ele dali,  ele não queria admitir que ele tinha razão mas os riscos de uma cirurgia dessas em alto mar era tão arriscado quanto não faze-la.

Ela havia tomado uma dose de laudano e dormia profundamente sob os lençois de seda de seus aposentos, suas mãos estavam quentes assim como seu corpo febrio lutando contra a infecção, queria poder tomar a dor dela pra si, tudo era culpa dele, ele provocou aquela briga com sua obsceção  sem fundamento por Valerie.

-Sei que não é um bom momento pra dizer isso mas precisa se preparar-  sua voz era cautelosa ao se aproximar.

- Não vou me preparar pra porra nenhuma, ela não vai morrer- se levantou num pulo, não ia deixar ela ir, não daquela maneira, precisava dela.

- Se precisa de um saco de pancadas eu to aqui irmão, hoje eu vou ser o que precisar, se precisar a gente vai la fora e cai na porrada ate você ta melhor irmão-ele tinha um olhar firme e a voz de um homem disposto a tudo,  seu eu lutava entre a vontade de aceitar a proposta e abraçar aquele novo duque.

-Eu não vou desistir dela!- não era uma frase ao vento era uma promessa, faria aquele navio desviar o curso e parar no local mais proximo com um medico descente.

-Não vamos, mas somos só dois e eles não voltaram ou desviaram o curso do navio por ela, não de boa vontade e a força eu detesto ter que te dizer que somos incapaz disso, mas nesse navio tem pessoas com um com mais conhecimento  e mais recursos que o bebado.

- De quem está falando?

- Os negros, tive uma ama de leite que curava as crianças com ervas fedidas, a mim mesmo ela ja ajudou diversas vezes,  mesmo contra a vontade do meu pai,  se alguem pode ajudar são eles.

-Acha que só porquê essa mulher sabia todos sabem?

- Eles são muito mais evoluidos que nos,  respeitam os mais velhos e o conhecimento deles, a humanidade vai perder um conhecimento imensuravel desrespeitando eles, é um erro que jamais conseguiremos corrigir- ele engoliu em seco, sentia mesmo  culpa por eles, poucos se importavam com os negros, eram apenas objetos, mas o seu irmão estava ali quase chorando ao falar deles,  se sentiu mal por não ser alguém tão bom quanto o irmão que ele sempre achou tão privilegiado.

- Não estamos em um navio negreiro, não tem uma aldeia aqui, não vamos achar ninguem aqui- ele sabia que sua voz saia desesperada ao ponto de esta quase chorosa. 

- Os empregados da caldeira são escravos, mas duvido que nos ajude de verdade, eles usam empregados aqui em cima  e escravos  por tras das portas bonitas- ele tinha um olhar sombrio.

- Compramos o que puder nos ajudar-

- Não meu querido irmão,  se for com esse pensamento ela vai morrer, precisa saber que não ha sentimento maior que a confiança, ganhe a confiança de um deles e temos uma chance,  me encontre apos as dez na entrada das caldeiras.


A lua estava alta quando desceu ao ultimo andar do navio, ali a iluminação era precaria  e um dos seguranças caminhava no corredor como um sentinela e o homem jovem de expressoes duras notou a presença de ambos e veio  marchando ate eles.

- O que fazem aqui? - sua voz era grave e o cheiro de alcool vindo dele  embebedaria uns três- essa parte não é permitida .

- Acho que deixou cair isso- Carlos  abaixou e estendeu uma moeda de prata para o jovem que negou com a cabeça- se não é seu pode ser, basta me ajudar a encontrar um curandeiro entre os negros, ou o mais velho dentre eles.

Ele recolheu a moeda e apenas olhou para eles sem expressão antes de sumir na porta atras de si  e trancar por dentro. 

- Grande plano- esbravejou olhando feio para o Duque,  ja haviam se passado horas desde que o homem entrou e se trancou la dentro,  ele não iria volta, tentaram chantagear ele e foram roubados.

Voltaram para o quarto dela, precisavam achar algo ou alguem que pudesse conter essa infecção que se espalhava matando ela aos poucos,   o rosto dela estava corado,  ja havia visto antes pra saber o que significava, ao tocar sua pele  seu coração acelerou como um cavalo de corrida vencedor,  a pele quente e os leves tremores dela o faziam tremer de medo como se tivesse seis anos novamente, ele odiaria admitir mas tinha muito medo daquele dia ser o ultimo dela com ele.

Carlos   estava  logo atras dele com a enfermeira que brandava   pra duas criadas  que vinha logo atras  cada uma com dois baldes de agua.

- SAIA DAI SEU ASNO- ela o empurrou para o lado e retirando o cobertor dela  e todas as pecas que a cobriam- Que tipo de cavalheiro são? SAIAM.

- Encantadora não?- ele estava tentando ser gentil, mas tudo só o deixava mais irritado, queria sentir raiva daquela enfermeira  grossa, mas  ela lembra  Samantha e ele tinha certeza que ela gostaria de ser cuidada por alguem que se parecesse com ela mesma, alguem que sabia que era, sabia seu potencial, e não se importava com o que os outros pensavam, se importava apenas com a sua verdade, isso o confortou, pelo menos por aquela noite foi o  suficiente, ela saiu melhor do banho, e na manha seguinte mais duas moças vieram e a levaram para o banho assim que a temperatura dela subiu.

A rotina se instalou aos poucos,  pela manhã  as moça silenciosas vinham  retocavam as cobertas e levavam ela  para o banho  morno com ervas de cheiros estranhos,  ela voltava sempre mais  vivida, com cor nos labios e uma leveza bem vinda, a manhã sempre era melhor ela custumava sorrir levemente antes do desjejum, ela  comia sempre menos que ele desejava,   ha tarde ele lia pra ela, mesmo vendo que ela não parecia gostar muito, prescisava de um motivo pra passar mais tempo com ela, está fazendo algo de verdade alem de olhar,  as tardes eram dificeis, um medico quase lucido vinha trocar os curativos e um dia sim e outro não ele lavava ele, retirando todo pus com um corte grande, foi dificil ver no começo mas já havia se acostumado, e as noites eram um misto de dias bons e dias ruins,  ela teve uma melhora significativa  ele ficou animado, mas Celi a enfermeira não gostou nada dela ter acordado mais corada e sem febre ela passou o  dia rondando o quarto com uma cara de muito poucos,  seu mal humor era pior que o normal, não demorou pra ele descobrir o motivo de seu mal humor.

A melhora da morte foi como elas chamaram.



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