13.Monstros

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Eu sou um monstro, foi o primeiro pensamento que passou pela cabeça de Valerie quando despertou de madrugada, os chás a fizeram dormir o dia todo e seu corpo doía pedindo movimentos, apenas um candelabro estava acesso no quarto, lá fora a escuridão era plena, mas seu corpo pedia por ar fresco, ainda não conseguia acreditar no que tinha feito, jamais teve a intensão  de machucar a prima mas quando a viu chegando de madrugada apenas de camisola sua mente não a deixou em paz tudo que ela conseguia ver era imagens produzidas por um ciúmes doentio, a faca era para ser apenas teatral, apenas para assustar Ela jamais imaginava que ela encontraria um alvo, mas em um momento ela estava falando em outro estava coberta de sangue.
-Noite difícil?- ele era um pouco mais que um vulto sentado na escadaria.
-Não foi a minha intenção, jamais quis machucá-la- as palavras saltaram da minha boca como se pedisse para sair, ela precisava dizer alguém a qualquer um mas em especial para ele.
-Parece que não é o que os criados comentam, e sabemos que o que a gradagem comenta logo será o que cidade comentará- ele estava cansado ligeiramente irritado- Sabe o que um escândalo pode fazer com você, sabe o risco que corre de seu tia a matar pelo que fez.
As palavras eram mais que uma acusação mas parecia uma sentença, seus olhos vidraram na luz fantasmagórica da vela, seus cabelos estavam um emaranhado, mais revolto que o normal.
Ela abriu a boca para responder mas não havia uma resposta.
-temos que nos preparar para o pior- ele engoliu em seco e pingari ou antes de continuar- sabe descer ela não passa dessa noite você não pode mais ficar aqui não é seguro.
-Ela não pode morrer, não pode- ela sentiu as lágrimas quentes correrem as bochechas.
-Não pode- ele suspirou.
Ela correu  e se jogou em cima dele com tudo, seu desespero, seu medo e seu amor doentio, tudo ainda era dele, ela era dele, precisava dele, precisava tocar, sentir e ser dele.
-Philipe- seu nome era tão forte e perfeito, adorava dizer o nome dele em voz alta, seus lábios tocavam os dele, suas mãos em seu cabelo e o cheiro dele a invadindo como se nada tivesse mudado, eles estavam ali juntos na escadaria dos fundos da casa. Como ela quis está com ele ali.
Ele a beijou como se precisasse dela para respirar, a puxando para seu colo, suas mãos estavam em todos os lugares, e com sempre foi logo parte da roupa dela já não estava lá.
- Acho que deveriam ter um pouco mais de cuidado- a voz dele a fez pular e se afastar de Philipe tentando colocar os seios de volta a roupa de dormir. Não podia ver o rosto de Francis mas sua voz era o puro rancor, ele não merecia ter visto algo assim, não ele, Francis era um homem de coração bom e claramente gostava dela, mas ela estava ali com Philipe mesmo quando já tinha descido que não ia mais fazer isso, lá estava ela sendo a vilã, ela era um monstro.
E não podia ficar para ver o olhar de reprovação dele, ela voltou para seu quarto e lá ficou até os primeiros raios de sol, até o médico vir examinar, até o café, o lanche, o almoço e mais outra refeição que ela não se importou em comer até a porta abrir bruscamente a assustando.
-O clima não está nada bom lá fora então nós faça o favor de comer- Francis estava com as bochechas mais vermelhas que o normal, embora estivesse bem penteado e perfumado, ele deve ter ido em casa mas voltou, ele ainda havia voltado por ela.
-Sua prima está e entre a vida e a morte porque você a esfaqueou pra ficar com o noivo dela então seja grata por está viva, não de mais trabalho com suas birras.
E a porta bateu novamente deixando um som oco no ambiente.
Ele não deixou nem que ela falasse, ela não iria descer mas comeria o lanche na bandeija, pelo menos o chá ela tomaria.
Mais um dia estava acabando e do lado de fora não se ouvia nenhuma novidade de Samantha,  queria saber como ela estava então saiu mas antes que chegasse perto do quarto onde ela estava foi impedida pela criada da prima que a levou de volta para o quarto e a mandou tomar um banho antes de voltar lá, nenhum criado a tinha tratado assim antes mas não se importo com a impertinência da jovem.
-Vejo que voltou as boas maneiras e bons costumes- seu tio disse de forma acida- mas prefiro que use sua pouca educação para seu noivo, está proibida de chegar perto de minha filha, vá até seu noivo e o trate como um rei pois se perder mais esse casamento irá para um convento, não duvide disso.
O homem tinha olheiras enormes e certamente não estava brincando, aquele olhar ela conhecia e não bom contráriar.
  Caminhou alguns cômodos até encontrar ele na sala de visitas jogado na poltrona com um prato de biscoitos de porvilho na mão e uma xícara em outra, mais parecia uma criança comendo, do outro lado da sala Philipe comia na mesma vontade.
-São maravilhosos não são?- ela pegou um e se sentou na poltrona do meio, ninguém disse nada apenas comeram, uma criada trouxe mais biscoitos e uma xícara de chá pra ela, era incrível como um chá e os biscoitos de porvilho podiam fazer vc esquecer seus problemas.
Philipe se retirou  sem dizer nada mas ela sabia que ele ia ver como Samantha estava.
Ele também tinha o olhar exausto igual ao tio.
-Desculpe- o silêncio era exaustivo, eles ficaram ali como em uma competição de quem falaria primeiro e ela não aguentava mais isso.
- Porque? Por sempre se prestar ao papel de puta dele quando ele chama? Sim tá desculpa, sei que é um hábito recorrente seu.
- Não é verdade àquilo foi uma recaída, eu estava frágil- não consegui evitar que as palavras saíssem esganiçadas.
- Frágil pra se controlar perto dele, então acho que devemos te trancar em uma fazenda apos o casamento por quê será constrangedor vê-la tirando a a roupa sempre que ele aparecer- ele sabia que estava sendo cruel e não se importava queria que as palavras a machucasse do jeito que ela o tinha machucando.
-Não fale assim- suas voz saiu baixa e parecia sumir com a de que as palavras dele causavam.
-E falando em constrangedor será constrangedor quando perceber que não é você que ele quer de verdade, quer saber onde ele esteve quando não estava com vc? Quem ele visita antes do café, quem ele visita antes de se recolher no quarto de hóspede pra não ficar longe.
Ele se levantou e arrumou o colete preto, se indiretou e pareceu tão grande e imponente se dirigindo a porta.
- É sabia que ele tem uma irmã, ele disse ontem que se parecia com a Samantha e que elas iam se dá muito bem juntas- ele cuspiu as últimas palavras bem escolhidas antes de sair e deixar Valerie reclusa em suas lágrimas.


O que esconde o CondeOnde histórias criam vida. Descubra agora