1.CONDE DAS ALCÁÇOVAS

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A verdade é que todos nós temos segredos, o que diferencia uns dos outros são apenas há gravidade desses segredos, há quantas pessoas ele pode machucar e o quanto.Bem os meus segredos machucariam mais pessoas do que eu gostaria e em uma quantidade maior do que desejado.
Todos os dias desde que descobri minha predisposição ao caminho inverso ao que meus pais escolheram para mim eu me obriguei a matar um pouco do homem que jamais seria.
Meu pai foi ministro da segurança do rei de Portugal até seu último dia de vida quando uma doença local  na nova colônia o levou de nós, nunca fui de me lamentar mais lamento que não pude estar presente na sua última semana de vida, havia chegado ha poucos dias em Oxford pois como filho mais velho e herdeiro do título cabia há mim gerir nossas finanças quando ele se fosse e por isso não pude estar lá quando ele realmente se foi.
- Há senhorita Faure o solicita- há criada bem vestida  não me olhou  ao me chamar,  poucos me olhavam nos olhos e não me surpreendia.
-Cavalheiros-  me despidi saindo da mesa de poker sem me incomodar com a grande quantidade de fichas que lá ficaram, Victor as recolheriam.
A casa estava cheia e a noite já avançada, isso proporcionava a melhor oportunidade para visitas ocultas.
A Maison de bougie é uma casa de banho aos olhos de todos, mas com os contatos certos posso chama-la de paraíso.
As velas aromáticas tinham cheiro de limão aquela noite, a banheira média do salão norte tinha flores amarelas e no meio delas uma cascata de cabelos loiros e muitas ondas me proporcionava a melhor visão da minha noite.
-Filipe junte-se há mim- ela chamou em com o seu sotaque francês norteano, anos naquele país me proporcionou a capacidade e diferenciar o sotaque francês de cada parte.
-Deixe-me absorver melhor cada detalhe seu.
-Tenho certeza que poderás absorver melhor mais de perto.
- O que o seu tio diria de uma atitude dessa- meu tom de falsa repressão há fez sair da água quente e me dando ampla visão  de todo seu corpo curvilíneo, Valérie Faure era mistura perfeita entre a inocência e a devassidão.
Não demorou muito para suas mãos ágeis retirarem minhas peças de roupas sobressalentes, talvez mais ágeis que as de uma garota do Rouge Fleury, jamais acreditaria que era uma lady se não tivesse sido seu primeiro homem.
Mulheres como ela são criadas para casar-se com homens de maior título e posse que seus pais ou familiares  lhe arranjarem, e eu não estava há altura dela, ela era filha de um duque cuja há mãe morreu no parto, o pai em uma caçada e seu o tio ganancioso há ofereceu como troféu há quem pudesse pagar mais pelo status de Duque de Faure.
Como minha vida não  poderia ser fácil ali estava eu com a mulher mais fascinante que eu já conheci na vida diminuindo as chances dela de consegui um bom casamento para si e ficando sem opções de cumprir o que havia prometido há ela.
- Está tenso! - Valérie reclamou.
-Não é nada, apenas problema do Brutt- menti, já estávamos ali há muitas horas- Já está na hora.
Como de costume  me retirei uma hora após ela, o sol já havia nascido há poucos minutos e as ruas já se enchiam de comerciantes locais com seus peixes e frutos do mar frescos, o cheiro era repugnante há alguns mais de uma forma estranha me dava paz  e tranquilidade, era estanho me sentir em paz em um lugar que nada se assemelhava aos outros em que vivi mas, Archg me deixava assim.
Meu corpo pedia para que fosse  para o minha cama mas minha mente estava na Routs House onde  Frederico Faure aguardava o barão Francis Drierre.
Não adiantaria muito ficar acordado, ele só viria até mim ao anoitecer quando não havia risco de me associarem a ele, então não me restava muita opção além de pedir ao cocheiro que me levasse de volta ao Brutt e aguardar.

Como era rotineiro a limpeza já estava se iniciando no andar inferior e no salão principal, sempre me admirava como a equipe de limpeza conseguia tirar àquele cheiro de tabaco e run que se impregnava em todo ambiente e deixar tudo com cheiro de pinho.
Meus aposentos no terceiro andar não pareciam melhor que o depósito no subsolo, garrafas se espalhavam por todo resinto assim como roupas e restos de charutos, jamais gostei de estranhos nos meus aposentos por isso limitava as limpezas aos dias que eu podia supervisionar, e com esses dias mais escassos meus aposentos mais pareciam um mausoléu.

Há noite chegou rápido para o meu alívio, embora o meu esperado visitante se demorasse há aparecer.
Ao passar da meia noite há casa já estava cheia novamente  quando o mensageiro de Francis Drierre chegou para entregar-me um bilhete pardo com o seu selo oficial nele.

" Jantaremos  em família essa noite"
F.Dierre

Não conseguia acreditar na minha própria sorte, havia dado certo, após várias ofertas de cavalheiros que não se importaria em pagar suas dúvidas de jogo com um casamento de faixada  enfim o tio de Valérie havia aceitado um.

O que esconde o CondeOnde histórias criam vida. Descubra agora