Deshdedui

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"Fighting with him was like trying to solve a crossword
And realizing there's no right answer
Regretting him was like wishing you'd never found out
That love could be that strong"

Red, Taylor Swift


Birmingham, Inglaterra, 1924

O tilintar das louças era ouvido das escadas. Maria Clara puxou o ar e alisou sua saia outra vez, terminando de descer os degraus. Ela acordara sozinha, mas tinha uma vaga lembrança de Michael a colocando na cama e depositando um beijo em sua testa... Ou sonhara com aquilo. Independente da veracidade, suas bochechas esquentaram e a frequência cardíaca aumentou. Será que um dia conseguiria superá-lo? Será que chegaria um momento em sua vida no qual Michael Gray não dominasse cada um de seus pensamentos?

No salão de comer, para seu alívio, não havia a presença de ninguém. Ela se serviu de chá e pegou um pedaço da torta de mirtilo, ansiosa para afogar a euforia em algo doce. Repassou todas as atividades do dia e fez uma pequena observação sobre o convite para Thea visitá-la... Tinha que a chamar antes da Temporada atingir o ápice. Seria muito bom se Nick a acompanhasse, já que o homem se tornara um queridíssimo amigo.

O barulho de passos a tirou do devaneio, e foi brindada com um sorriso divertido de Isaiah.

-Ora, resolveu se esconder aqui?

-Bom dia, Isaiah. Já tomou café?

-Ainda não, pois estava esperando uma certa de torta de figo, sabe?

-Para o chá da tarde, prometo. – riu. – desculpe, Polly insistiu que eu dormisse aqui.

-O mais prudente a se fazer, não é?! Por que não se muda logo?

-Você acha que seria correto? Temo que posso incomodá-los, principalmente Michael.

-Se ele se incomodar, que vá para outro lugar!

-Pensei que talvez Arrow House fosse a melhor opção; além de tudo, mantenho Apolo lá.

-Arrow House é muito remota para uma moça ficar sozinha, Marie. E Tommy não gostaria que você perambulasse pela propriedade desacompanhada, também.

-Tem razão. – ela assentiu, pensativa.

Se ficasse com Polly, quem sabe Michael inventasse outras escapadas furtivas para seu quarto... A simples ideia fez com que seu rosto corasse e o estômago protestasse, revirando ansioso. Nunca havia sido beijada ou tocada daquela maneira; não sabia que era humanamente possível sentir fogo líquido pelas veias, conforme lia em poemas e livros.


O dia passou incrivelmente rápido, sem nenhum problema adicional. Ela permaneceu todo o tempo no Instituto, cuidando de detalhes e outras questões relacionadas a ele. Isaiah, sua escolta, andava pelo local praticamente grudado à suas costas, assegurando-se que ninguém estranho ou suspeito se aproximasse dela... Não é que não compreendia a situação, mas Maria Clara desejava alguns minutinhos de privacidade; portanto, teve uma ideia.

-Isaiah, querido. – o chamou. – se lembra do que conversamos no café-da-manhã?

-Lembro.

-Gostaria de visitar Apolo.

-Agora?

-Imediatamente. – assentiu. – ainda está claro e não tenho mais nada para resolver aqui.

-Mas... – ele franziu o cenho, inseguro. – também não falamos sobre ficar sozinha em Arrow House?! Não é melhor esperar amanhã e levar Ana com você?

-Não estarei sozinha. – Marie se virou para ele, sorrindo sapeca. – você vai comigo, não vai?

-Eu... – Isaiah suspirou, sabendo que teria que cancelar sua noitada no pub. – vou sim.

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