Deshdeyek

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"Handsome, you're a mansion with a view
Do the girls back home touch you like I do?
Long night, with your hands up in my hair
Echoes of your footsteps on the stairs
Stay here, honey, I don't wanna share
'Cause I like you"

Delicate, Taylor Swift


Londres, Inglaterra, 1924

Marie ergueu a sacola que trouxera da feira cigana; ela contava animada sobre o local e todas as coisas que viu nele. Polly e Ada, sentadas de frente para a brasileira, trocavam olhares confusos a cada palavra ouvida, principalmente pela alegria notável nelas.

-Marie, querida, tem certeza que foi Michael quem a levou? – Polly a interrompeu.

-Sim, Pol.

-Ela não inventaria... Não faria o mínimo sentido. – Ada ponderou, ainda desconfiada. – me desculpe, Marie, mas por que?! Michael te disse algo?

-Ele quer me convencer a mudar de casa. – Maria Clara corou. – Tommy deve ter pedido, e como não vivemos na melhor das situações, achou que assim seria mais fácil.

-E conseguiu? Sabe que seria o mais sensato a se fazer, não é?! Sua segurança precisa ser sua prioridade, independente da implicância que Michael oferece. – Polly comentou, séria. – e, claro, não é a primeira vez que abordamos este tema.

-Sim, sei. – Marie assentiu. – acontece que não quero atrapalhar, nem privar vocês de liberdade, portanto estou pensando na melhor solução.

-Isso não aconteceria!

-Talvez não, mas prefiro meditar mais e chegar a uma saída que me deixe tranquila. – ela terminou o chá. – e, além disso, queria convidar Thea para um fim de semana comigo, como forma de agradecimento pela semana no Kent. Eu jamais poderia incomodar a senhora com meus amigos em sua casa, Pol!

-Você é uma filha para mim, Maria Clara! Seus amigos seriam meus convidados sem o menor dos problemas. – a mulher reclamou. – também seria uma ótima forma de colocar minha etiqueta em prática, não acha? Todas suas aulas poderiam ser analisadas por duas damas.

Marie, que estava com o coração tão afetado pela tarde maravilhosa que passara, não se sentiu muito insegura por aquela ideia. Era uma proposta interessante, e Thea adoraria ter uma pupila... Assim que tivesse se decidido sobre a casa, poderia dar atenção àquele plano.


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Birmingham, Inglaterra, 1924

Dois dias se passaram desde que Marie visitara Tommy no hospital. Ela voltou cedo à Birmingham, principalmente porque recebera ordens do chefe de se ocupar com alguns detalhes do Instituto Shelby – como móveis, cortinas, tapeçaria e edredons.

Enquanto aguardava o marceneiro voltar com um catálogo de mesas de cabeceira, ela encarou o pequeno anel de jade verde que comprara por uma "pechincha" na feira cigana. Michael foi quem lhe mostrou, e o joalheiro ficou muito feliz com a venda, dizendo que a pedra brilhava de um jeito único para ela. A verdade é que estava relutante de comprá-la pelo acontecido com Grace, mas o homem a assegurou que era uma joia pura e livre de maldições. Por via das dúvidas, pediu que Polly se encarregasse de exorcizá-la de qualquer modo... E então, naquela manhã, recebeu o anel limpo.

Agora, menos preocupada, concordava que o brilho verde era diferente.

-É uma joia muito bonita. – alguém comentou ao seu lado.

-Ah, Lizzie! – Marie sorriu. – gostou?

-Sim. É nova? Nunca te vi com ela.

-É sim, comprei este final de semana. Aconteceu algo para vir até aqui?

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