2 - Julgamentos

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Uma semana se passou e desde aquela conversa no hospital, não falei mais com ninguém e Gaara me obrigou a ficar acompanhando ele, me sinto como um animal de estimação.

Privacidade é uma palavra que não existe, só saio do seu lado pra ir no banheiro, dormir ou quando tem reuniões importantes, mas sempre tem no mínimo dois anbus me vigiando.

Ver ele escrevendo é entendiante, tenho inúmeras perguntas, porém, sem a mínima vontade de falar com ninguém.

— Você precisa comer. — desperto dos pensamentos ao ouvir sua voz apontando para a comida. — Vai desmaiar de novo e parar no hospital.

Do de ombros, mas começo a comer, não sei qual será meu destino, que ironia, prisioneira na vila do homem que arrancou o braço do meu pai.

— Gaara, essa menina não fala desde aquele dia, ninguém reclamou do desaparecimento. — Kankuro, irmão mais velho dele, fala olhando para mim. — Criança, o que sabe fazer?

Mais uma vez do de ombros, mostrando o prato vazio, levanto alongando os músculos e um anbu estende a kunai em minha direção.

Reviro os olhos e deito no chão, fechando os olhos, já dormi em lugares piores.

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Acordo e estou com deitada em um tipo de colchão confortável, sento e ainda estou no escritório dele.

— Dormiu bem pouco, você não quer falar? — nego. — Então vou te fazer perguntas diretas, uma palma é pra sim e duas é pra não. Fechado?

Faço que sim com a cabeça.

— Conheceu o Deidara? — duas palmas. — Sua mãe falou o que ele é? — uma palma.

Ela não contou muita coisa, só disse que escolheu o caminho errado achando ser o certo e sobre o ataque a Areia. Nada além.

— Assim fica difícil, mas não podemos te forçar a falar. — bagunça os cabelos.

— Um ninja poderia entrar nas memórias dela. — Kankuro sugere.

— Só se ela apresentasse ameaça grave a vila e as bocas estão seladas, não sabemos se aprendeu a lutar ou não. — baixa a cabeça soltando um longo suspiro.

Levanto já sentindo dores nas pernas e quando meu corpo se inclina pra frente pronto para ir de encontro ao chão, um anbu me segura, me deixando no colchão novamente.

— Mais cuidado! — me encolho com seu tom.

— Pelo amor, filha do Deidara e não é afrontosa? Decepcionado. — nesse momento, levanto mais uma vez e encaro ele. — Que foi?

— Ela não fala, esqueceu? — uma risada baixa sai por baixo da sua máscara.

Dei um chute em sua perna, que não deve ter sentido nada e saio andando dali.

Fui obediente e só recebo piadas ruins.

Outros anbus ficam olhando e eu ignoro, se voltar lá desço o soco na cara daquele idiota.

Todos me olham com repulsa, reviro os olhos ajeitando minhas mechas loiras e sorrio discretamente. Agora preciso achar algo para fazer nesse lugar, talvez estudar.

Vou até um grupo de crianças que parecem ter minha idade, estavam correndo como se não houvesse amanhã.

— Menina. — um homem estranho aparece, sabia que não estava sozinha. — Mestre Kazekage pediu para ser seu guia aqui.

Nego e me afasto das crianças.

— Otsuke, vamos ser colegas, eu te ajudo a se distrair e você fala comigo, não precisa falar com os outros.

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