4 - Primeiro contato

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Um mês depois

O tempo passou e toda noite era uma história interligada a outra, Apollo tinha uma habilidade de contar histórias bem admiráveis.

As que gostei muito foram do primeiro e segundo hokages, Hashirama e Tobirama Senju e Minato Namikaze.

A história do Gaara me fez chorar, não me imagino sem conhecer a mulher que abriu mão da sua segurança pra cuidar de mim.

O quarto ficou pronto e mesmo assim ele não deixou de contar as histórias, tirando dúvidas, rindo das minhas confusões, me acompanhando em cada refeição e reclamava quando tinha que sair em missão.

Apollo é o amigo que nunca tive.

Devem ser umas duas da manhã e não consigo voltar a dormir, acendo uma vela abrindo o livro para continuar a leitura sobre a Vila da Névoa. De repente é como se alguém estivesse tentando se comunicar comigo, ninguém está ali então é o que chamam de telepatia?

Tentando comunicação, se tiver alguém aí, herdeiros da Akatsuki. Somente os filhos podem ouvir essa transmissão.

Qual seu nome?

Hideki, filho do Sasori, da Vila da Areia e você?

Otsuke, filha do Deidara, da Vila da Pedra.

Nukenin?

Não, apenas sob a custódia do Kazekage Gaara, na Vila da Areia e você?

Também não, sob custódia da
família Hyuga, da Folha. Aliás, descobri quem matou meu pai.

Quem?

Sakura Haruno ou Uchiha agora, já que casou e afins, quem obrigou seu pai a cometer suicídio foi o marido dela, Sasuke Uchiha.

Não consigo acreditar nisso, lágrimas escorrem, se não fosse por ele, será que teria conhecido o meu pai? Deidara estaria vivo? Eu teria para quem retornar?

Otsuke?

Estou aqui.

Mais tarde entro em contato, fazer isso exige chakra e se amanhecer esgotado, vão desconfiar.

Até Hideki.

A conexão é encerrada.

Então não sou a única descendente que existe? Isso parece ser bom, só não sei os planos dele, porém qualquer coisa é melhor do que ficar nesse lugar que ninguém se importa.

O barulho do despertador é pra avisar que Apollo já vai vim me buscar para esticar as pernas, gostaria de ter argila, mas se não for explosiva, não serve.

Me arrasto até o chuveiro, engraçado como em Konoha não parece existir o que chamam de democracia. Após tirar a roupa, entrando debaixo da água gelada.

Só o primeiro hokage foi por escolha do povo, acho que na maioria das aldeias é assim, no mínimo, loucura.

Saio de lá já vestindo uma calça solta e blusa, quando arrumo os cabelos, escuto batidas na porta.

— Bom dia. — entra animado, mostrando a bandeja de comida que trazia nas mãos. — Você não sabe da fofoca.

— Sua animação me irrita, hum. — sento enquanto ele deixa a bandeja entre a gente, pego pão dando uma mordida. — Conta.

— O Guilherme vai passar por uma medida disciplinar. — tomo suco e fico pensando naquele termo estranho.

— Que seria? Pra alguém da Anbu você é bem fofoqueiro. — termino o pão.

— Incentivo ou ameaça de morte é crime aqui, matamos os inimigos. Ordem do Kazekage. — pega a maçã dando uma mordida. — Divisão de espionagem.

— Bom saber, hum. Mas quais os planos para hoje? — vou ao banheiro lavar as mãos.

— Recebeu algum treinamento quando morava na floresta?

Será que devo contar sobre isso?

— Pouco. Por que? — levanta com a bandeja.

— Vamos ver suas habilidades, é chato ficar de babá sem treinar. Me acompanhe projeto a bomba.

— Tem medo de morrer não? — saio atrás, indignada pelo apelido.

— Tenho medo não.

Enquanto ele prestava atenção no caminho, abro um sorriso verdadeiro, pela primeira vez usaram minha habilidade para um apelido carinhoso.

Após passar na cozinha, saímos de lá indo para um local mais afastado pra evitar o contato com civis.

— Mostre o que sabe. — se afastou um pouco. — Kunais, shurikens, jutsus… É sua hora.

— Não vai chamar anbus pra ficarem de olho? — nega sentando no chão. — Por que?

— Seguinte, já faz mais de um mês e você não fez nada suspeito, chamar anbus já te deixaria irritada e aliás, oi, também sou anbu viu?

Reviro os olhos, pego duas kunais lançando no alvo e acertando no meio. Fecho os olhos controlando o chakra, mandando ele para os pés e foco em escalar a árvore.

Consigo subir e ao olhar para ele, que está surpreso, desço sentado no chão.

— Está bom, como está em combate?

— Não sei, o máximo foi contra animais, nunca contra pessoas. — fecho os olhos novamente.

— Cansada não é? — confirmo. — Após o almoço quero ver você em combate. Não pode depender unicamente da argila.

— Minha mãe dizia que eu podia, minha mãe dizia que eu sou forte. — canto a música.

— E agora que não tem as bocas disponíveis? Tem que treinar combate loirinha.

Vamos almoçar na sala do Kazekage para ele passar o relatório. Pego meu prato e vou até o colchão que continua lá para começar a comer.

— Hei bombinha, posso almoçar aqui? — do de ombros.

Senta ao meu lado abrindo seu almoço e o Gaara olha a gente com estranheza.

— Então era só um cara falante que você iria falar? — nego. — Então o que?

— Ele não foi cruel. — jogo a verdade crua.

Termino, enquanto ouvia a conversa deles, deixando no canto que ia ser recolhido, não me autorizavam ir pra cozinha devido as facas.

Saímos sem trocar nenhuma palavra e no instante que me mostrou a posição inicial de combate, desejei nunca ter saído da sala do Gaara. Seus chutes e socos me fizeram cair de bunda no chão.

— Precisa ser mais ágil. — reviro os olhos aceitando sua mão. — Vamos do início.

Explica golpes básicos para defesa e ataque, vindo para cima de mim que rapidamente coloco em prática o que aprendi e consigo me defender.

As horas se passam e no fim não consigo desviar de um golpe que acerta meu rosto, caio no chão.

— Inimigos não vão escolher onde bater. — me ajuda a levantar.

— Pra que inimigos se já tem você né? Hum — reviro os olhos.

— Tá bom plágio do Deidara, vamos descansar e seguiremos treinando amanhã.

— Plágio é a p… — sua mão gruda na minha boca.

— Sem palavrão pirralha.

Tira a mão e seguimos para meu quarto.



Não vai rolar nada romântico por agora, ela tem 13 anos e ele já tem 18, além de ser crime, não gostaria de incentivar isso.

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