❝Eu costumo ensinar química, mas posso te ensinar a ter um bom orgasmo também❞
O amor costuma vir de lugares imprevisíveis. Também costuma ser algo inexplicável. Ninguém sabe aonde dará e nem de onde virá. O amor é algo que precisa de cuidado e luta...
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Monday December 26, 2021
Fazia uma meia hora que eu estava chorando de raiva no meu quarto. Mais parecia um bebê. Meu pai é um idiota. Eu sei que devo respeito, mas ele não tem o direito de me ditar o que nem ele mesmo faz.
─── Filha. ─── Minha mãe chamou abrindo uma pequena parte da porta. ─── Quer ouvir fofoca ou quer continuar chorando?
─── Continuar chorando. ─── Resmunguei e senti ela se aproximar.
─── Certeza? A fofoca é boa... ─── Ela riu. ─── Ouve aí. Depois você chora o quanto quiser. ─── Senti o colchão afundar.Me sentei na cama limpando as lágrimas de raiva e percebi que minha mãe também estava sentada.
─── Conta. ─── Falei a fazendo rir.
─── Sabe a hora que seu pai disse que ele estava falando sobre os seus erros e não dos deles? ─── Ela perguntou e eu assenti. ─── A Julia ouviu e foi tirar satisfação com ele depois, perguntando se era um erro e tudo mais.
─── A Julia é estérica. ─── Revirei os olhos.
─── A notícia boa é que ela surtou, eles brigaram ali no andar de baixo e ela saiu como doida para fora. Seu pai foi atrás dela como um cachorrinho.
─── E você?
─── Eu ri. Queria que eu fizesse o quê? ─── Ela deu de ombros. ─── Anda garota. ─── Deu dois tapinhas na minha perna. ─── Você tem uma festa da escola pra ir e eu tenho um encontro com um bofe mara.
─── Ai mãe, pelo amor de Deus. ─── Afundei o rosto no travesseiro.
─── O que foi? Não é assim que os jovens falam? ─── Ela riu indo até a porta.
─── Os jovens do século passado! ─── A encarei e ela gesticulou com as mãos, dando as costas. Eu ri de sua ação. Às vezes eu esqueço de agradecer pela mãe que tenho. Ela parece ter alguns problemas mentais, mas sempre foi minha única companheira.
Me lembro de quando meu pai chegava bêbado em casa. Ele brigava e tudo mais, mas depois ia dormir. Eu e a mamãe então ficavamos conversando perto da lareira.
Nós contávamos histórias de terror incríveis mesmo com o fixo fato da mamãe ter que dormir comigo depois disso. Nunca fomos uma família feliz em geral. Eu e a mamãe tínhamos nossa própria família. Felizes às vezes.
(...)
Fui na pilha da minha mãe. Estava agora entrando no meio das várias pessoas que dançavam feito loucas. A festa seria em um clube reservado especialmente para nós. Era tipo uma despedida oficial.
─── Você veio. ─── Sabina me puxou pela mão e me levou até as outras meninas. ─── Você está linda. ─── Ela sorriu.
Eu usava um vestido branco, talvez de seda ou cetim, não sei ao certo o que era. Ele ia até o chão, era solto, mas dessa vez sem fenda alguma, nem decote extravagante.
