"- Mimadinho, respire, estou sentindo seu desespero - não consegui, o ar simplesmente não atingia meu pulmão.- Não se desespere assim, converse com o Jungkook, você está me ouvindo? Mimadinho, por favor volte a sua realidade - o docinho suplicava em minha mente.
- Eu acho que ele não me perdoará docinho, eu não perdoaria - falei tão devagar que a frase deve ter levado minutos para ser terminada.
- Não se desespere, vocês devem conversar, vá em frente, esse é o momento mimadinho, arrume toda essa situação de uma vez, eu estou aqui, estou aqui torcendo por vocês mimadinho - ele tem razão, mas por que é tão difícil.
- Docinho e se ele simplesmente me odiar por tudo. - minha respiração ainda é falha.
- Mimadinho, por favor, pare de pensar no pior - sua voz estava tão abafada que quase não o ouvi.
- Estou te ouvindo com certa dificuldade - avisei a ele.
- Isso por que você está se desesperando, só isso, volte a sua razão, não entre em pânico - ele me pediu com a voz embargada.
- Achei que você estivesse me deixando - minha respiração volta a se acalmar.
- Nunca te deixaria mimadinho - então silêncio, respiração normal e um Jungkook me encarando preocupado."
- É tão ruim assim ? Me de a carta, vou ler. - ouvi Jungkook perguntar assutado e tentar ler a carta, puxei ela para meu peito.
- Jungkook, só me deixe digerir o que acabei de ler - E pensar uma forma de você não me odiar ao te contar tudo o que aconteceu.
- Se você não me contar agora eu vou ler a carta, fale logo Taehyung, o que está escrito aí ? - ele insistiu, então olhei diretamente em seus olhos verdes que combinam tão perfeitamente com ele, contemplei aquele olhar direcionado a mim, quem sabe uma última vez e o entreguei a carta.
Ele teve a mesma reação de Jimin, como se tudo o que foi escrito ali fosse uma mentira, o olhar incrédulo, a fúria, o rancor, mas principalmente a tristeza, tristeza que começou a transbordar por seus olhos instantaneamente ele se debruçou na mesa e chorou, chorou e chorou, soluçava várias e várias vezes.
Vulnerável.
Mais uma pessoa completamente vulnerável nessa cabana, um alfa forte, destemido, orgulhoso, e totalmente vulnerável, chega a doer em mim ouvir seu choro e seus soluços.
Ele levantou da mesa e eu me encolhi, ele percebeu minha reação e olhou questionador.
- Porque está acuado assim ? - ele secava suas lágrimas enquanto se virava para mim.
- Eu fui teimoso, muita coisa poderia ter sido evitada se eu tivesse lido essa maldita carta - comecei a chorar também - eu não teria feito a troca com Félix, não teria arruinado nossa predestinação, não teria o odiado por esse tempo todo, eu o odiei do fundo do meu coração, enquanto você fazia tudo por mim, enquanto você doava a sí mesmo, nós não estaríamos nessa situação agora, era uma simples carta Jungkook, eu só precisava ler, só isso, foi tudo culpa minha o que ocorreu depois dessa carta, tudo culpa minha os sentimentos que cultivei enquanto tinha a resposta em mãos.
- Mimadinho olhe para mim - ele se sentou ao meu lado e eu abaixei minha cabeça, mas ele pegou meu rosto entre as mãos e o levantou até a altura do seu - Eu nunca o culparia por não ler uma carta Taehyung, como nós iríamos imaginar que num pedaço de papel estaria respostas tão importantes ? Por favor mimadinho, não se culpe assim, não faça isso com seu coraçãozinho, você não tem culpa alguma, acredite em mim, eu entendo todo o seu sentimento, eu mesmo me odiava ao fazer tudo aquilo com você. - meus soluços se tornaram ainda mais constante, eu não conseguia parar meu choro.
- Me desculpe Jungkookie, desculpe por ser tão teimoso. - falei entre os soluços.
- Se não fosse sua teimosia você não seria meu mimadinho - o docinho tinha razão, esse doido gosta da minha teimosia.
- Você tem um gosto peculiar Jungkookie, quem gosta de alguém teimoso - seus olhos se iluminaram de uma forma sem igual e mais uma vez Jungkook começou a chorar - O que foi ? Eu disse algo errado ?
- Seus olhos estão verdes mimadinho, estão num lindo tom de verde esmeralda - ele apertava ainda mais meu rosto em suas mãos.- Acho que você estava bloqueando seus sentimentos por conta da culpa, culpa que você nem tinha meu amor.
- Eu estava com medo de você não me perdoar por eu não ter lido a carta - ele encostou a testa na minha.
- Você pode tentar me matar Taehyung, que eu vou te perdoar - o olhei confuso enquanto ele enxugava meu rosto.
- Mas eu já fiz isso - ele riu alto.
- É fez. - ele sorria tão lindamente que eu não podia acreditar no quão maravilhoso é contemplar esse sorriso.
Então seu sorriso foi diminuindo aos poucos, seus olhos passeavam por meu rosto, mais especificamente entre meus olhos e minha boca, sua respiração começou a ficar mais pesada, meu coração dispara mais e mais e ele se aproxima, nossas respirações já estam misturadas de tão próximas então ele leva uma das mãos que estava em minha bochecha até minha nuca e me puxou contra ele levemente, nossas bocas se encontraram num breve selar e ele soltou um riso com o gemidinho involuntário que soltei, ele acaricia tão levemente minha nuca que causa arrepios gostosos, abro a boca instintivamente e ele aprofunda nosso beijo, carinho, um beijo de puro carinho, nossas línguas se tocam tão delicadamente que parecem aveludadas, sua mão passeia do meu pescoço para minha cintura ali ele aperta suavemente, todo meu corpo reage aos carinhos de Jungkook e meu coração parece querer saltar de meu peito, então findamos o beijo calmo com selares.
- Você tem o gosto doce como imaginei - Jungkook mantém sua testa encostada na minha e sorrimos bobos.
- Eu nunca havia beijado - ele me olhou admirado.
- Sou seu primeiro ? - neguei e ele me encarou confuso.
- Você é o único Jungkookie - seus olhos brilharam ainda mais com minha resposta.
- Você também é o único para mim mimadinho. - então Jungkook sorriu tão lindamente para mim, aquele sorriso que o faz parecer um coelhinho fofo e que com toda certeza me fez me apaixonar ainda mais.
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A Última Carta Selada
FanfictionTaehyung é historiador e obcecado pela história de seus ancestrais, o que mais lhe agrada é a história de amor de seus tataravós, um amor tão forte e obstinado a ponto de colocar em jogo dois reinos apenas para que este se torne real, a história faz...