O Baile.

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Gulf:

Eu fico ali, olhando para o Mew, esperando ele digerir tudo que falei. Seu rosto está legível como sempre. Sei o quão confuso ele está e mesmo assim tenta parecer que está tudo bem.

— Poucas pessoas sabem. - continuo, o encarando sério. - Pessoas especiais, que considero de extrema confiança.

Mew me olha de volta, e há algo em sei olhar que me desconcerta. Seu rosto está com um lindo rosado nas bochechas que me fazem querer toca-lo e acariciar sua pele.

- Vocês vão entrar? – pergunta uma voz animada. Nós pulamos, eu ergo a cabeça e vejo uma mulher de jeans preto se aproximando. – A apresentação vai começar!

— Eu... tenho de ir ver Katie dançar – ele diz, nervoso.

- Certo. Bem, então já vou. Era só isso que eu tinha a dizer. – num impulso seguro sua mão e o encaro mais uma vez durante alguns momentos em silêncio.  – Mew, eu sei que esses últimos dias não foram fáceis para você. O tempo todo você foi o modelo da discrição, enquanto eu... não fui. E eu só queria pedir desculpas. De novo.

- Está... tudo bem. – ele diz gentilmente. E o sorriso mínimo que ele me dá aquece meu coração de novo e sinto uma pequena flechada de esperança atingir meu coração.

Sorrio de volta e me viro. Tomando coragem para me afastar dele. Coisa que ultimamente estava cada vez mais difícil de conseguir.

- Espera! – Mew me chama e eu me viro novamente para ele, esperançoso. - Você quer vir também? - sinto uma onda de prazer com o convite. E meu sorriso se alarga. Não digo nada e apenas o sigo. Enquanto andamos juntos de volta para o salão, meu coração está palpitando feliz.

— Gulf, eu também tenho uma coisa para dizer. Sobre... Sobre o que você falou. Sei que falei no outro dia que você arruinou a minha vida.

— Eu me lembro. - digo com o coração apertado. - sinto muito de verdade.

— Bem, pode ser que eu estivesse errado sobre isso. – ele me parece um pouco sem graça. – Na verdade... eu estava errado. – Ele me olha franco – Gulf, você não arruinou minha vida.

- Não? Eu tenho outra chance?-  Mesmo contra vontade, um riso me sobe por dentro. Ele realmente estava dizendo que eu poderia ter uma chance com ele novamente?

- Não!

- Não? Essa é a sua resposta final? - pergunto ansioso.  Enquanto ele me olha, há em mim algo como um sentimento conflituoso como meio esperança, meio apreensão. Durante longo tempo nós dois não dizemos nada.

Retiro do meu bolso um pequeno papel e o leio em voz alta.

- “Eu superei o Gulf” – olho para o Mew e ele me olha envergonhado, a tonalidade em seu rosto mais vermelho agora.

— Onde você achou isso? - ele tenta pegar o papel da minha mão. O impeço.

— Eu fui bisbilhotar sua mesa hoje de manhã. Sei lá... Eu só queria...

— Isso é só... Foi só um rabisco. Não quer dizer... - antes que ele termine de falar me irritando. Mew pega o celular do bolso depressa perdendo totalmente a atenção em mim.















Mew:

Meu telefone toca e quase quero dizer a quem quer que estava me ligando que eu o amava. Ser encarado pelo Gulf tão intensamente assim me fazia perder o rumo. E toda raiva que eu sinto por ele, estava se esvaindo como água em uma peneira.

— Mew, esqueça todo rancor que você tem por mim. Agora você vai me ver como seu salvador. - era o Renan, e me pergunto internamente do que ele estava falando. - Resolvi tudo para você.

OS SEGREDOS DE MEW SUPPASITOnde histórias criam vida. Descubra agora