On your mark...

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Narradora

Donghyuck escutava sua mãe gritando no celular, mas a única coisa que conseguia focar naquele momento era o canadense em sua frente, com os cabelos bagunçados e aquela blusa branca quase que transparente. Foi aí que conseguiu ver o quão magro era o mesmo. Tentou manter seu semblante neutro, mas Mark não é burro, tratou de cobrir seu tronco com a coberta que antes estava cobrindo só até sua cintura. 

— Pode não olhar, por favor? — pediu constrangido, num fio de voz, desviando o olhar do mais novo. 

O acastanhado despertou dos próprios devaneios e sorrio sem graça, olhando para as suas pernas que estavam descobertas, penteando seus fios desarrumados para trás com o auxílio da destra.

— Ah... Mãe, estou na casa de um amigo. Eu esqueci de dizer, mas estou bem. Hm... chego daqui uns minutos. Não precisam me esp...— foi interrompido pelos gritos da progenitora.

"TU JURA QUE A GENTE NÃO VAI ESPERAR? DONGHYUCK, É BOM VOCÊ NÃO TER SE DROGADO, NEM BEBIDO, NEM NADA!"

Donghyuck suspirou pesado. 

— Hm... uhm... já entendi mãe... não vou demorar. — se levantou depois de desligar a chamada e o celular. 
O Min estava quieto, acuado no cantinho da cama, morrendo de vergonha do próprio corpo. O silêncio constrangedor se fez presente. 

— Desculpa por ter te dado tanto trabalho... muito ob... — foi interrompido pelo pai do canadense que abriu a porta. 

Lee Minho decidiu abrir a porta com a chave reserva que tinha, já que a porta estava trancada e seu filho não respondia. Tudo que encontrou foi o mesmo debaixo das cobertas, todo vermelho, e outro rapaz em pé, também aparentemente com vergonha.

Seu cérebro ficou processando por alguns segundos enquanto os mais novos olhavam com os olhos esbugalhados para si.

— Quem é esse garoto? O que ele está fazendo aqui? — perguntou, simples. Em sua cabeça, nem sentia que estava bêbado.

Mark se levantou na velocidade da luz, quase caindo pela sua pressão baixa, mas Donghyuck o amparou antes. Minho pensou que o tempo tinha parado já que os mais novos travaram e ficaram se olhando.

— Que diabos? — foi mais um questionamento para si, vendo seu filho corar ainda mais e se desvencilhar dos braços do acastanhado, vindo em sua direção. 

— É um amigo. Vamos, pai. O senhor tem que se deitar um pouco antes de ir trabalhar. — disse, rápido.

Minho não estava entendendo nada. Viu o corpo magro do filho e sua confusão mental aumentou ainda mais. Seu coração doeu. 

— Minhyungie, você não está comendo, meu filho? Quer que o pai cozinhe pra você?... — o canadense sentiu a garganta arder. Seu pai notou sua situação pela primeira vez. — O pai vai comprar comida gostosa pra você. — o tom de voz do mais velho era preocupado. 

O moreno sorriu de forma doce e um pouco tristonha. 

— Está tudo bem, pai. Eu estou bem, deve ser a bebida. O senhor devia parar um pouco de beber, não acha? — aproveitou para guinchar outro tópico.

Donghyuck observava os dois caminhando pelo corredor para virarem em direção a outro cômodo. Não iria negar que também ficou preocupado.

Inopinadamente - Markhyuck. Onde histórias criam vida. Descubra agora