06 | Marrentinha/Namorada

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Ela começou a rir igual uma hiena!
Fala sério! Qual o problema dessa garota?
Atraindo a atenção para nossa mesa, ela finalmente para de rir, me olhando, enquanto se recupera.

— Eu achava que você não lia livros! — Ela diz em tom de deboche.

— Eu estou falando sério Larissa! — Digo a encarando que por um momento, me encara da mesma forma.

— Qual foi a parte que você não entendeu? Nem se você fosse o último homem que existisse no universo inteiro! — Ela diz rindo, e logo o senhor chega com o lanche da mesma que fica toda animada.

— Mas é de mentira Larissa! Você não vai estar namorando comigo de verdade! — Tento convence-la.

— Nem de mentira meu filho! — Ela diz de enquanto come, sem nenhuma cerimônia, era engraçado como ela realmente não estava nem aí para mim! Se fosse outra garota tentaria comer da forma mais fina possível.

— Você não está entendendo, è um caso extremo! Você precisa me ajudar! — Imploro para mesma que continuava a comer seu lanche com uma cara de desacreditada.

— E porque EU! Literalmente EU? Você sabe que qualquer garota aceitaria isso sem pensar duas vezes! Porque eu preciso te ajudar! — Ela diz indignada.

— Exatamente porque você me odeia! — Digo e ela fica confusa — As outras vão pensar que è um namoro de verdade! E depois não vão largar do meu pé! Agora você è diferente! Tenho certeza que não vai levar isso para outro lado! — Digo confiante e a mesma me encara com uma carranca.

— Vai no tinder e procurar alguém para ser sua namorada de aluguel! Nunca assistiu o date perfeito? — Ela pergunta e eu que fico confuso agora — Aff não tem nem conhecimento de filmes! — Ela diz comendo seu hambúrguer.

— Olha eu poderia muito bem fazer isso que você me indicou...mas o problema è que eu não quero que essa pessoa goste de mim, ou que eu acabe gostando dela! — Digo e ela fica me olhando enquanto come agora suas batatas, já que seu lanche acabou — E sei que isso seria impossível acontecer entre nós! O ódio que temos é recíproco! — Digo com um sorriso leve.

— E porque você precisa de uma namorada com tanta urgência!? — Ela pergunta.

— Digamos que meus pais não curtem muito o fato de eu levar a cada semana uma menina diferente para casa! — Digo e ela abre os olhos surpresa — E eles diziam que eu deveria arrumar alguém decente e sair dessa vida, e que se eu não arrumasse uma namorada, eles me colocariam no internato religioso! — Digo com um pouco de melancolia na voz.

— Sério? Que maravilha! Agora que eu não ajudo mesmo! — Ela diz animada, me fazendo encarar ela sério.

— Larissa aquele lugar è horrível! Eu sofri bullying em uma época que eu estudei lá! E sinceramente tenho traumas daquele lugar! — Digo me lembrando.

— Nossa o Mauricinho já sofreu bullying! Que ironia! O cara que pratica, já foi alvo do bullying! — Ela diz jogando seu veneno de sinceridade.

— Por favor Larissa me ajuda! Nem vai se por muito tempo! — Eu não acredito que eu estava implorando pela ajuda dela.

— Não! — Ela diz se levantando assim que o senhor coloca nossos milkshakes na mesa, ela paga ( o meu também que por sinal achei estranho ) e logo sai me fazendo segui-la.

— Eu te pago todo mês! Se preferir toda semana! — Digo por impulso com meu Milkshake na mão e correndo atrás dela.

Péssima ideia ter dito isso, a mesma se vira para mim com uma cara pior.

— Você acha que sou o quê!? — Eu ia fala mas ela me interrompe — Olha nem precisa dizer! — Ela diz revirando os olhos e saindo.

— Por favor Lari! Eu não quis te ofender! Pago mil reais por mês! É tudo que posso oferecer! Mas por favor me ajuda! — Ela para. Aparenta está pensando um pouquinho, ela se vira para mim, e se aproxima.

— Mil reais por mês! E sem falta! — Ela diz, me fazendo encarar ela surpreso.

— Quer dizer...Você aceitou! — Pergunto esperançoso e ela concorda — Isso Aí! Obrigada Marrentinha! — Digo abraçando ela, que logo me empurra.

— Tá doído é! — Ela diz cruzando os braços, me fazendo rir — Olha aqui! Eu aceitei essa ideia maluca aí! Mas teremos que fazer uns acordos! Até porque eu tenho uns pontos importantes para por no papel! — Ela diz me fazendo rir.

— Amanhã a gente se encontra na pracinha, e você leva seu acordo e eu levo o meu! — Digo e ela concorda. — Pera! Você é uma grande interesseira ein! Só aceitou por conta do dinheiro! — Digo acusando ela, que revira os olhos.

— Lógico meu filho! Que lucro eu teria fingido ser sua namorada de graça? Você acha que é fácil achar uma garota como eu? Tenho que cobrar pelo menos a honra da minha presença e o grande sacrifício de ter que aturar você, por mais tempo que o necessário! — Ela diz com sua cara lavada, me fazendo rir e revirar os olhos.

— Mas sério Marrentinha! Obrigada mesmo! — Digo sincero — Acho quando eu disse que te odeio foi meio forte... No máximo! Só não vou muito com a sua cara — Digo rindo e a mesma solta uma risada leve também, se sentando no balanço que tinha em uma árvore bem aleatória.

— Não me agradeça tão rápido Maurícinho! — Ela diz bebendo seu milkshake e se balançando levemente no balanço, enquanto eu estou escorado na árvore bebendo meu milkshake também. — Então quer dizer que você se mudou para cá? — Ela pergunta.

— Sim, moro na última casa da rua! Bem lá na frente — Aponto para a mesma.

— Acho que sei qual é! A maior do bairro! — Ela diz — E porque seus pais decidiram vir para cá ? — Ela pergunta.

— Eu não sei, meus pais apenas não conseguem ficar parados em um lugar! Estamos sempre se mudando e se não é de casa, é de cidade! — Digo pensativo por também nunca saber o porque dos meus pais se mudarem tanto.

— E tinham que se mudar logo para a rua da minha casa!? — A mesma resmunga, e soltei um sorriso, ela não consegue ficar um minuto sem me provocar.

— Pois é! Agora terá que me aguentar Marrentinha! Porque além disso, seremos namorados! — Digo sorrindo para a mesma que me encara e revira os olhos.

— De mentira Matheus! De mentira! — Ela diz como um lembrete, me fazendo rir, vejo ela pegar o celular e logo levantar do balanço. — Tenho que ir! — Ela diz guardando o celular no bolso.

— Mas já!? — Pergunto e a mesma me encara indignada.

— Lógico! Eu tenho coisas pra fazer! Não sou uma desocupada igual a você ! — Ela diz simplista.

— Nossa essa doeu! — Digo fingindo estar ofendido, e a mesma ri.

— Tchau Mauricinho! — Ela diz saindo.

— Tchau Marrentinha/Namorada! — Digo rindo e a mesma vira para trás fazendo uma careta — E me desbloqueia do WhatsApp! — Grito para ela.

— Jamais! — Ela grita de volta, me fazendo rir.

E começo a caminhar de volta para casa, tendo uma leveza no coração! Agora eu tenho chances de não ir para o internato.

A namorada (de mentira)Onde histórias criam vida. Descubra agora