Diário de Confusões

Beijos sabor Black Devil.

14h32min: Eu precisava de um aliado. Eu não podia simplesmente aparecer num motel sozinho, seria bem estranho. E ter alguém para ajudar era melhor. Mas quem? Luhan e Lay estão fora de cogitação. Lay porque é burro, Luhan porque... porque é o Luhan. Quem poderia ser?

Meus olhos foram imediatamente ao garoto que ficava na mesa ao lado: Kim Jongin, meu lindo e fofo hoobae. Ele era a pessoa perfeita para a situação.

– Jongin, meu querido. Podemos falar por um minuto? – Fui tão simpático que senti minha saliva doce.

Ele desviou a atenção do computador e assentiu.

– Quer café?

Mas ele não é um fofo?

– Não, eu preciso de um grande favor seu. Um favor que pode mudar vidas.

Ele ficou intrigado, pois foi arrastando a cadeira de rodinhas até se aproximar de mim.

– E que favor seria esse?

– Me acompanhar até o motel Berlim.

O sorriso que ele deu em seguida me deixou constrangido até. Esse tarado!

– Não é o que está pensando, Kim Jongin. – Fiz um bico. – É um trabalho de espionagem. Como recompensa, eu te dou uma garrafa de Johnnie Walker.

Ele me olhou como se dissesse "mas de que porra ele está falando?"

– Como assim espionagem?

– Depois eu te explico. Só me diga se vai ou não.

Ele sorriu.

– Por um Red Label, eu aceito.

19h22min: Antes de seguirmos para o Motel, passamos na minha casa para eu colocar uma roupa mais apropriada para a ocasião. Me vesti todo de preto, com óculos escuros, bem discreto. Já Jongin não precisou, já se vestia diariamente de preto, ele parecia alguém oprimido, sei lá. Aproveitei para dar o seu pagamento, minha preciosa garrafa de Red Label.

19h45min: Enquanto eu dirigia rumo ao Motel, Jongin futucou o meu rádio e colocou numa estação onde só tocava músicas góticas, uma coisa pavorosa e agourenta. Ele fumava seu Black Devil e parecia pensar na vida.

– Você suspeita de quem possa ser esse amante do Zi Tao? – ele perguntou, até então não tínhamos trocado muitas palavras. Jongin era bem reservado.

– Tenho algumas suspeitas, mas prefiro não me precipitar.

– Ontem eu o vi conversando com o JunMyeon perto da máquina de café.

Deus... será que o Tao está fazendo essa sacanagem com o pobre Lay?

– Eu mesmo mato o Tao se ele estiver traindo o Lay! – falei com um pouco de raiva na voz. Era impossível não se irritar com uma coisa daquelas.

– Essa eu vou querer ver – ele riu. Pelo jeito, adora ver encrencas.

E hoje ele veria uma encrenca das brabas. Porque de qualquer jeito eu daria uma surra em Tao por trair um de nós. Uma surra para ele deixar de ser um indecente. E depois quem leva a fama de mais vadia sou eu! Mereço, viu!

19h55min: Esse Motel é realmente maravilhoso. Eu havia estado aqui somente uma vez quando namorava James Kim. Não era um motel convencional, os quartos eram como pequenas casas. Era uma suíte com hidromassagem e uma varandinha. Ficavam um ao lado do outro, como uma vila. Um lugar ótimo para transar em paz. Ah, mas Tao não teria mais paz a partir de hoje.