Diário de Confusões

E o meu amigo oculto é...

FELIZ NATAL, MEUS QUERIDOS! Como prometido, estou postando o resto da fanfic no natal. Eu iria postar mais cedo, mas acabei me enrolando kkk

Boa leitura!

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27 de novembro, quinta-feira.

59,7kg (impossível emagrecer aqui), 7 taças de vinho (culpa de Taehyung), 0 cigarros (Não estou mentindo!), 1.876 calorias.

19h34min: Acabo de sair do meu curso de culinária junto de Taehyung. Hoje foi o último dia de aula. Chorei litros com as meninas porque sentirei muita saudade de todos, principalmente do Chef Matteo. Taehyung, por outro lado, está super feliz por finalmente ter o seu certificado.

Tae e eu resolvemos sair para tomar um drink. Sentamos em um bar perto da minha casa e pedimos alguns petiscos como acompanhamento. Éramos só eu e ele e, por um momento, eu lembrei de que há poucos meses quem costumava sentar comigo num bar assim era Luhan. Refleti e achei até engraçado o jeito que a vida é. Durante mais de dez anos Luhan foi meu companheiro fiel, até o começo do ano ainda era assim. Mas agora ele é apenas uma lembrança que tento apagar todos os dias.

Taehyung é um menino doce, me faz lembrar muito de Jongin. Porém, ele é do tipo que a gente quer proteger, como um filho ou irmão mais novo. Acho que é por isso que me afeiçoei tanto a ele. É a primeira vez na vida que alguém não tenta cuidar de mim o tempo todo. É a primeira vez que eu cuido de alguém.

– Dois drinques e nada mais. Amanhã temos que arrumar nossas malas e organizar as coisas para irmos embora – eu falei para ele com minha pose autoritária. Ele ficou um pouco emburrado, mas nunca ia contra as minhas ordens. Me senti tão Luhan.

Bem, dia 29 nós nos despediremos da Itália. Não sei se sinto tristeza ou felicidade. Só sei que sentirei muita falta desse lugar maravilhoso que me acolheu tão bem, me revigorou e, certamente, salvou minha vida. Porque se eu continuasse em Seoul com toda aquela situação eu teria tomado remédios, me despedido do mundo e esperaria Tao para me fazer companhia no inferno. Portanto, serei eternamente grato à Itália por me tirar da lama, por ter me dado um novo amigo, uma nova habilidade e um novo estilo de vida.

– Sabe, hyung – disse Taehyung de repente, cortando meus devaneios –, seria muito divertido se trabalhássemos juntos em um restaurante, não acha?

Confesso que nunca pensei nessa possibilidade. Digo, a possibilidade de trabalhar no ramo culinário.

– Acho que seria um desastre – brinquei, o fazendo rir. – Seríamos demitidos na primeira semana.

– Não se fôssemos os nossos próprios chefes – disse ele meio brincando, meio a sério. – Meu sonho é abrir um restaurante de comida italiana em Yongsan. Foi por isso que eu vim fazer o curso. – Seu sorriso era típico de um sonhador.

– Seria perfeito. Mas precisaríamos de muito dinheiro para investir. E meu dinheiro já está acabando. Quando voltar, a primeira coisa que vou fazer é procurar um emprego.

– E passar a vida inteira sentado numa cadeira, mexendo com impressoras? – Ele sabia da minha rixa com impressoras. – Isso não combina com você, hyung. Acho que você precisa de um trabalho que te faça feliz, que te faça realizado. Acho que, só assim, você ocuparia sua cabeça e não pensaria nos seus problemas com seus amigos estranhos.

Olhei para aquele menino de um modo diferente. Por que ninguém nunca me disse uma coisa dessas antes? Por que ninguém nunca me estimulou dessa maneira? Essa pode ser a solução para a minha vida desastrosa.