Desencalhei?

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22h40min: Chanyeol ainda está aqui em casa. Comeu metade da minha torta de limão enquanto eu atendia a uma ligação furiosa de Luhan. Ele acha que eu sequestrei o Chanyeol, mas eu estou nem aí para o que ele pensa. Depois eu explico melhor. Depois. Porque agora eu preciso aproveitar que Chanyeol está aqui, vulnerável. Ele colocava a louça suja em cima da pia quando me aproximei, o abraçando por trás.

– Seria legal te ver assim todos os dias – eu falei.

– Assim como? – Ele pôs a mão sobre a minha, que estava fechada sobre sua cintura.

– Na minha cozinha, sujando meus pratos. Eu teria prazer em lavar depois.

Ele soltou uma risada.

– Não minta para mim. Eu sei que você deixaria o prato criar bicho até que eu o lavasse. Te conheço, Baekhyun...

Fiz um bico. Ele me conhece bem mesmo.

– O que eu quero dizer é que o meu sonho é morar com você de novo. Como um casal. E agora sem mentiras, sem traições e...

Ele virou o corpo de repente e sua mão tocou o meu rosto com carinho.

– Sem traições mesmo?

– Claro! Eu não desejo mais ninguém além de você. Nunca mais cometerei o erro de te deixar ir embora. – Acho que nunca fui tão sincero em toda a minha vida. Não que eu seja um mentiroso, muito pelo contrário, mas aquilo veio do fundo do coração. E parece que ele não levou muita fé em mim.

– Como pode me garantir isso? – ele me olhava fixamente. Seu olhar era tenso.

Respirei fundo e usei tom mais sério que consegui.

– Não posso te garantir, Chanyeol. Você só tem que acreditar e confiar em mim. – Eu então o abracei, escondendo meu rosto em seu peito. – E esquecer o passado, principalmente. Esquecer o Baekhyun adolescente porque, acredite ou não, eu mudei.

Os braços dele me envolveram, me abraçando forte. Senti a respiração dele ficar descompassada e ouvi seu coração acelerar.

– Eu acredito em você, Baekhyun.

Não aguentei. Comecei a chorar igual um idiota. Chorei porque eu mal podia acreditar no que escutava e no que acontecia. Eu tinha mesmo conseguido...

– Eu não poderia viver sem você – ele continuou. – Mesmo que tivesse vinte amantes, eu ainda iria querer viver ao seu lado. Porque... – sua voz falhou, estava chorosa. – Porque eu te amo do jeito que você é. Com todas as qualidades e defeitos.

Puta merda. Ele simplesmente me deixou no chão. Chorei demais, acho que nunca chorei tanto de felicidade. Chanyeol teve que me amparar, me sentou na cadeira e pegou um copo d'água. E ele parecia tão preocupado. Meu Deus, isso é mesmo real? Ficarei muito puto se eu estiver sonhando e acordar bêbado no sofá da sala!

Mesmo depois de dois copos d'água, eu não parei de chorar!

– Calma, Baekkie... – amparava Chanyeol, todo preocupado, alisando as minhas costas.

– Me dá um copo de Whisky porque água e nada é a mesma coisa para mim.

Ele então pegou um copo de whisky. Depois de três goladas eu me senti mais calmo.

– Assim você me mata do coração, Park Chanyeol. Depois de tanto ser arrasado, ouvir uma coisa dessas é chocante.

Ele sorriu de início, mas seu sorriso foi morrendo aos poucos.

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