3 meses depois
Dylan Rodriguez
Faltam 10 dias para o Natal e a Maya está prestes a começar a sua primeira missão. Claro que ela não sabe disto, no entanto tem trabalhado imenso. Passou nos testes físicos, teóricos e psicológicos, para além de ser uma Agente Especial, o que significa que em 3 meses ela conseguiu evoluir e subir mais do que certos Agentes que trabalham aqui há 20 anos.
-Bom dia , convoquei esta reunião para discutirmos os detalhes da Missão Nighy- começou a D.Madalena num tom sério- já concordamos que a Maya se ia estrear com esta missão, uma forma também de a pudermos avaliar em campo. Contudo, é evidente que ela não pode ir sozinha, alguém teria que ir com ela. Sugestões?
-Eu vou- disse prontamente, sentindo os olhares de todos os presentes na Sala de Reuniões em mim.
-Meu querido, não podes ir. No regulamento está claro que só raparigas são aceites- ia contrariar esta opinião, quando me interrompe- e tu vais. Não em campo, mas suporte. Contudo, não podes interferir na missão, só em caso de emergência.
-E se ele for gay? Como é que sabemos que ele não preferiria homens?- lanço para o ar, recebendo um olhar frustrado da D.Madalena. Felizmente, um cromo qualquer bate à porta... Ah! Afinal é só a Mya, o que vai dar ao mesmo. Se ela sabe disto, mata-me, literalmente.
-Cheguei, já cheguei- ao ver os olhares famintos que recebia pelos Agentes Séniores ( talvez pela roupa de treino justa que usava), dirige-se a um deles, pega num charuto que este suspendia na boca, tira-o e fuma-o, enquanto se senta ao pé de mim- Alguém me faz o favor de explicar de que se trata a missão?
-Seja bem aparecida, Mya- diz a D.Madalena com um suspiro cansado, pois tentar domesticá-la é um desperdício de tempo e saliva- Prosseguindo, o Príncipe Matthew Alexander Windsor Laurent Nighy está à procura de uma noiva, ou melhor, a mãe dele. A nossa missão é protegê-lo, pois está sobre mira do WALA. Porquê? Não sabemos. Só sabemos que está e é isso que nos compete. A Maya vai ser enviada como Condessa Eduarda Valentí. E acabei de decidir... Mya, tu vais como Duquesa Sara de Castro.
-Mas- a Mya protesta e a D.Madalena ergue um dedo:
-Sem mas, nem meio mas. Já decidi e ponto. E Dylan não te rias da tua irmã ou ponho-te a lavar as sanitas do palácio- troquei um olhar cúmplice com a Mya e depois fingimos que ouvimos o resto da reunião.
****
São 11:30 quando estaciono o carro em frente à casa da Maya. Toco à campainha e sou recebido pela tia dela.
-Bom dia Sra.Beaumont, a Maya está?
-Bom dia e é só Anne, ela está lá dentro, na biblioteca- reviro os olhos, claro que está na biblioteca.
-Obrigado Anne, uma boa continuação- esforcei-me por pôr em prática o que a D.Madalena me ensinou.
Entro e ando pela casa à procura da biblioteca, passo por um corredor com quadros de Deuses Gregos quando me deparo com uma porta de madeira antiga e rústica. Abro a porta e vejo um espaço amplo e iluminado com estantes tão bonitas como a porta, livros repousam nelas e a um canto vejo a Maya com o seu cabelo castanho a escorrer-lhe pelas costas e postura descontraída a ler "Orgulho e Preconceito". Aproximo-me dela mas ela não se vira, está tão concentrada na leitura que nem se dá conta. Tiro-lhe o livro da mão e sento-me no cadeirão à frente dela:
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Spy Girl
ActionMaya Moretti muda-se para a casa dos tios após um trágico acidente. O que ela não sabe é que nas ruas de New Orleans o perigo e a verdade estão submersos debaixo das camadas de terra. New Orleans não é como Florença, Marselha ou Lisboa ou será que t...