Mya De Angelis
Olho para a Maya e sinto uma energia diferente à volta dela, como se tivesse rompido as correntes que a prendiam. Não sei, uma espécie de força e acreditem que neste momento nem eu gostaria de a irritar. Quando chegamos à ADE, seguimos para a Sala de Táticas e Estratégias onde debatemos o que iríamos fazer, depois seguimos para a Sala de Treino onde treinámos durante uma hora. E deixem-me dizer-vos eu estava correta, a Maya fez dois cortes acidentais no Agente Sénior que estava a treinar com ela e eu parti-me a rir. Mas o mais chocante foi que ela pôs o próprio Treinador ao chão e venceu aquela luta, ela estava invencível e só parou quando o Dylan entrou e lhe segurou nos ombros. O que se seguiu foi extremamente patético e só me apeteceu revirar os olhos.
-Fénix estás descontrolada! Tens que te acalmar- ele é burro? Nenhuma mulher gosta que lhe digam para se acalmar, está no protocolo.
- Eu não fiz nada de mais, só estou a treinar- ela sorriu de uma forma tão inocente, que se eu não tivesse visto teria duvidado. Aposto que o idiota do coração do Dylan amoleceu, ele tem aquele ar todo de badboy mas acreditem quando vos digo que o seu interior é bondoso e essas tretas todas.
- Está bem, está bem. De qualquer maneira, eles estão a ficar velhos e destreinados- o Dylan disse e num momento de distração dele, a Maya fez-lhe uma chave de braço.
-Treina comigo então, eles não me renderam nem 5 minutos- ela sussurrou-lhe ao ouvido e sentei-me no banco para observar a luta deles. O Dylan é um ótimo lutador, mas aposto que a Maya o vai derrotar facilmente. Não me levem a mal, mas ela hoje está em chamas.
-Fénix...- os olhos dele fixaram-se nos dela e juro que vi faíscas. Durante os 20 minutos que se seguiram a luta foi acirrada e nenhum dos dois estava a ceder, até que a Maya se virou e lhe deu um pontapé na anca, estabilizando o seu centro de gravidade e depois com outro pontapé ele caiu. Ela colocou-se sobre ele e deu-lhe um beijo na testa, ele olhou para ela surpreso e passou-lhe as mãos nos longos cabelos castanhos. Até que alguém lhes gritou que procurassem um quarto e com muito embaraço levantaram-se os dois.
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Agora estamos na Sala das Armas, a escolher o equipamento que vamos levar para a missão. Analiso duas facas que me parecem bastante afiadas, mas ao pegar nelas vejo que são muito pesadas e difíceis de manejar. Acabo por escolher uma adaga e escondo-a na bota e depois duas lâminas que enfio no cabelo, ainda não está pronto mas na viagem hão de nos arranjar para a missão. No entanto, queria mesmo uma faca é a minha arma favorita.
-Mya! Andas à procura de facas, não é? O que é que achas daquela que está ao pé do batom laser?- pergunta a Maya apontado na direção da faca. Duvido que a faca seja boa, é impossível acertar na arma certa logo à primeira. E a Maya só se tornou agente à pouco tempo, como é que ela já pode ser tão boa? Mesmo assim, vou até lá e analiso a mesma é de tamanho mediano, está incrustada com 3 rubis e a ponta é tão afiada que podia perfurar uns 20 cm de pele. Pego então nela e é perfeita, como se fosse uma extensão do meu braço. Executo uns movimentos com ela e arquejo, é tão leve e natural, acho que encontrei a minha arma favorita- Então, o que é que achas?
-É perfeita como eu- viro-me e dou-lhe um sorriso mínimo, talvez a tenha subestimado.
-Fico feliz, quando olhei para ela vi que era a tua cara. Não me enganei afinal de contas- pisca-me o olho e continua a sua busca por uma arma. Guardo a faca na bainha das minhas calças e olho à volta para ver se posso levar mais alguma coisa, quando vejo a D.Madalena à porta.
-Como é que estão? O jato já está à vossa espera, quando quiserem ir dirijam-se ao corredor 3 que leva ao terraço- diz enquanto coloca uns brincos.
-Eu já estou pronta. Maya, já encontraste o que querias?- pergunto e D.Madalena indica que vai sair e que estará no terraço.
-Não, não sei o que escolher. Não sou muito fã de armas prefiro lutar- diz e não fico surpreendida tendo em conta as capacidades dela.
-Pois, mas tens que ter uma arma. Porque não experimentas uma pistola? É assim que todos começamos até encontramos o nosso tipo de arma- sugiro e ela pega numa pistola, experimenta-a acertando no coração do boneco de treino e então dá de ombros.
-Talvez...por enquanto serve. Vamos?- aceno com a cabeça e vamos até ao terraço.
Quando lá chegamos vejo o Dylan e a D. Madalena a conversarem e o jato com a porta aberta. Deixamos as malas e vamos ter com eles. Falamos sobre a missão e sobre o sítio onde os agentes de suporte, incluindo o Dylan, vão estar hospedados. No entanto eles só iriam amanhã, enquanto nós vamos hoje.-Muito bem, boa sorte meninas- a D.Madalena diz e abraça-me, com muito esforço consigo retribuir. Depois abraça a Maya que retribui o seu gesto prontamente. Olho para o Dylan e ele sabe que não gosto de abraços e ele também não, por isso evitamos sempre quanto possível o contacto físico. Mas ele abre os braços e encolhe os ombros, apenas lhe dou um abraço que durou no máximo 2 segundos. Quando é a vez da Maya, ele sorri e os olhos brilham. Ela atira-se para ele e ele eleva-a no ar dando uma volta, riem-se os dois e depois ficam sérios. Ela pisca o olho e diz-lhe que não vai morrer e que lhe traz uma lembrança. Quando nos viramos para ir embora, vejo a Maya parar e o Dylan a segurar-lhe o pulso e então sem cerimónias beijam-se. Deplorável.
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Já nos vestiram com aqueles fatos ridículos da realeza e agora só nos resta esperar que o jato aterre. Revejo com a Maya todos os pormenores e vamos conversando, até que ela se lembra que ainda não vimos nenhuma imagem do Príncipe e se levanta para ir buscar o computador.
-Como é que achas que ele é?- pergunta animada e reviro os olhos.
-Provavelmente um tipo enfiado num fato caro, com um sotaque estranho, que vai herdar um trono assim que se casar e que se deve achar o Sol na Terra, as pessoas com dinheiro são todas assim- digo cerrando o maxilar. Ela dá de ombros e pesquisa no Google "Principe Matthew Nighy da Sivy". Ficámos a saber que Sivy é um microestado situado no Canal da Mancha, pelo que o Príncipe é fluente em Francês e Inglês, no entanto eles têm o seu próprio dialeto. Ouço a Maya dar um guincho e a virar-se para mim com a cara vermelha:
-Mya, esqueceste de referir que o tipo é super giro. Espera "giro" não é suficiente , ele é uma brasa. Do género brasa brasa, que só de olhar para ele já fico com os calores.
-Maya estás a exagerar, ele não pode ser assim tão giro- reviro os olhos e ri-se.
-Vê por ti mesma- diz e vira o computador na minha direção. Recuso-me a olhar, não quero nada a ver com ele, a Maya apercebe-se e volta a virar o computador para ela, desligando-o de seguida.
Aterramos no aeroporto de Sivy e despedimos-nos do piloto, o palácio é relativamente perto se formos por uns atalhos e é isso mesmo que fazemos. Vamos caminhando quando reparo que há algo estranho, mas a Maya não se apercebe de nada então deve ter sido uma paranóia minha. Quando viramos a esquina de um beco, a Maya está a falar do palácio e de como deve ser bonito quando um homem aparece e lhe aponta uma arma, como está distraída não reparou mas eu tiro a faca que escondi no decote do vestido e atiro-a acertando em cheio no peito do mesmo. Depois arranco a faca do seu peito e com o sangue do mesmo escrevo "Ninguém me avisou que a festa tinha começado. Para a próxima avisem.- M" na barriga nojenta do homem. A Maya paralisa e olha para mim.
-Tu acabaste de me salvar a vida? Mya, eu...
-Vá lá, isto não foi nada. Devias estar mais atenta para a próxima- digo ríspida pelo que poderia ter acontecido.
-A tua cena são mesmo as facas. Obrigada por me teres salvo, nunca te poderei agradecer- ela sorri o que me leva a sorrir também. E continuamos a andar até o palácio. Bem, uma coisa é certa ele é imponente e austero. Que belo sítio para pegar fogo.
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Spy Girl
ActionMaya Moretti muda-se para a casa dos tios após um trágico acidente. O que ela não sabe é que nas ruas de New Orleans o perigo e a verdade estão submersos debaixo das camadas de terra. New Orleans não é como Florença, Marselha ou Lisboa ou será que t...