Narra:Nos dias que se seguiram, Alessandra se manteve tão ocupada com os preparativos da viagem e com os acertos das contas que não teve tempo para mais nada.
Maycon conferiu a contabilidade da galeria e reprovou a maneira com que ela tocava os negócios,chamando-a de Alice no país das maravilhas. Mas, conforme prometera,adiantou o dinheiro para que Alessandra zerasse as dívidas. A quantia ainda permitiu que pagasse um extra para a senhora Eleonor Gilchrist,uma gerente excelente que dali em diante assumiria total controle da loja. Houve apenas um momento de tensão neste período, quando um cliente, que estava prestes a adquirir uma peça caríssima,de repente, perdeu todo o interesse na compra,virou as costas e foi embora, deixando Alessandra de mãos vazias.
Maycon:O quê foi que aconteceu? não vi nada de errado no cliente.
Alessandra: Não gostei dele.
Maycon: O quê?
Alessandra: Não seria uma boa casa para está peça. Não consegui entender isso, não é?
Maycon: Não mesmo!
Alessandra:Estes objetos não são apenas coisas que compro e vendo,tem um significado maior para mim. Eu amo essas antiguidades. Você seria capaz de vender um bichinho de estimação para uma pessoa em que não confiasse?
Maycon: Alessandra, bichos são seres vivos,essas peças, não.
Alessandra:De alguma forma são sim, e eu não vou vende-las para qualquer um.
Maycon: Você ficou louca!Vive no mundo da lua!ande, preciso sair deste lugar, antes que eu perca a paciência.
Narra: Partiram para Roma no dia seguinte,no vôo do meio-dia.
A senhora Lúcia Calvani os aguardava no aeroporto e, assim que viu Alessandra,seu rosto se iluminou.
Etta! gritou a mulher de braços abertos. Minha querida Etta!
Alessandra não esperava ser tão bem recebida e o abraço caloroso causou lhe um nó na garganta.
Lúcia:sabe porque eu a chamei de Etta, não sabe?
Alessandra: Meu pai também costumava me chamar assim quando eu era pequena. Ele dizia que era por causa da minha vó.
Lúcia:Sim o nome dela era Enriquetta, mas todos a chamava de Etta. Você se parece tanto com ela.
Narra: A mãe de Maycon a abraçou mais uma vez.
Lúcia recebeu o filho com discrição, mas a expressão de seu olhar não deixava dúvidas de que ele era a razão de sua vida. Em seguida, virou se para dar atenção à convidada, tomando Alessandra pelo braço e levando a até o Rolls-Royce,que aguardava com o motorista.
A mansão dos Calvani ficava fora da cidade, de maneira que, no caminho, Alessandra pode fazer um tour pelas ruas de Roma até chegar à Via Àpia, uma rua comprida ao longo da qual se estendiam,de ambos os lados,as ruínas das residências das antigas famílias de aristocratas romanos, que viviam ali milhares de anos antes. Também era possível ver espalhadas modernas mansões dia descendentes dessas famílias elas ficavam mais afastadas,escondidas por grandes muros e sofisticados portões de mental. Ali viviam aqueles que em silêncio dominavam o mundo.um Calvani não poderia morar em outro lugar.
A senhora Calvani era uma mulher bonita exótica,de cabelos grisalhos e muito elegante. Uma típica italiana,e Alessandra calculou que ela deveria ter uns setenta anos,mas com um andar ágil e corpo esguio, poderia ser até mais jovem,os gestos e a voz indicava que a senhora Lúcia sempre frequentará ambientes requintados.
Lúcia: Fiquei tão contente quando Maycon me disse que você nos faria uma visita, Etta!a casa as vezes parece tão vazia.
Narra: Alessandra ficou encantada com a mansão dos Calvani,e entendeu do porque a senhora Lúcia se sentir solitária.
Um mordomo veio recebê-los,e a senhora Lúcia conduziu Alessandra pelo hall,e depois para uma grande sala. Uma empregada apareceu e tirou o casaco de Alessandra, enquanto outra veio trazendo o carrinho de chá.
Chá inglês!declarou Lúcia feito em especial para você.alem de chá havia deliciosos biscoitos,bolos e sanduíches, para agradar todos os gostos. Por algum tempo elas conversaram,mas Alessandra percebeu que Lúcia não prestava muita atenção ao que ouvia. Antes concentrava em estudar a convidada,e pareceu muito satisfeita com o que encontrou. Alessandra nunca se sentiu tão bem vinda,em suas visitas na casa do pai ,como se sentirá na casa de Lúcia.
A medida que a satisfação da mãe se tornava óbvia, Maycon parecia cada vez mais feliz.
Lúcia:agora minha querida,irei te mostrar seu quarto.
Narra:Os aposentos que lhe foram destinados eram ainda mais aconchegante,com enormes janelas que davam vista para uma linda paisagem. Dali Alessandra avistava o rio e o mais longe, pinheiros que brilhavam sobre o sol da tarde. A cama era grande caberia até três pessoas,era um móvel de madeira lavrada,com desenhos de nozes esculpidas,o chão de madeira brilhava e a decoração antiga refletia nele. Quadros de muito valor nas paredes,notou Alessandra com os olhos de profissional.
Lúcia: você acha que ficará bem estalada aqui minha querida,ou gostaria que mudasse alguma coisa?
Alessandra: Está tudo muito bonito sra.calvani.
Narra: desconcertada Alessandra notou que as lágrimas escorriam em seu rosto e teve que se virar para que a sra. Lúcia não visse.
Lúcia:o que houve minha querida ? Maycon foi indelicado com você?
Maycon: Claro que não mamãe!
Alessandra: De forma nenhuma,pelo contrário, vocês foram... Acho que eu nunca...
Maycon:tenho que voltar ao trabalho.
Narra: Maycon ficou incomodado com a situação,e pra disfarçar o incomodo, falou,estive afastado tempo demais e deixei muito trabalho acumular.
Lúcia:O quê quer dizer com "tempo demais"filho?
Maycon: Peço desculpas a você e a Alessandra,mãe eu não tive a intenção de ser mal educado,com tudo necessito passar no escritório e no meu apartamento.
Lúcia: Não virá para jantar aqui hoje? É a primeira noite da Etta conosco.
Maycon:serei obrigado a recusar o convite. Eu ligo assim que possível e aviso quando estarei livre.
Narra: Maycon deu um beijo em sua mãe,e hesitou um pouco antes de beijar o rosto de Alessandra. Em seguida saiu às pressas.
Lúcia: que modos! Quer saber nós duas vamos passar os próximos dias nos conhecendo.
Narra: Lúcia segurou a mão de Alessandra entre as suas,e disse eu estou tão contente. Já Alessandra tinha a sensação de ter de repente pousado no céu.
Lúcia, pediu que fossem preparados vários pratos inglês só para agradar Alessandra e, durante o jantar os dispôs sobre a mesa com muito orgulho.E disse sei que você tem sangue inglês. Mas é italiana de coração,"si"?
E Alessandra respondeu em italiano"si,signora".
Daquele momento em diante,elas só conversaram em italiano e pareciam duas grandes amigas.
Lúcia: por que não liga para seu pai e avisa que está aqui Etta?
Narra: de repente Alessandra sentiu uma relutância estranha,como se houvesse algo a temer,mas mesmo assim foi até o telefone e ligou para o pai.
Uma voz desconhecida atendeu o telefone e explicou que seu pai e toda a família havia viajado,e estaria fora a semana inteira, embora não tivesse informado onde tinham ido, Alessandra deixou um recado e pediu para o pai ligar e desligou o telefone, recusando-se a ficar aborrecida.
Três dias se passaram, e nem sinal de Maycon. Assim naquela noite mais uma vez,as duas mulheres jantaram sozinhas na enorme e elegante sala.
Mais tarde, quando já tomaram café, Lúcia respirou fundo,sorriu e falou.
Lúcia:Talvez fosse bom conversarmos um pouco. Querida, você acha muito terrível o fato de eu está procurando uma esposa para meu filho?
Alessandra:Um pouco estranho,eu diria. Maycon não se importa de se casar com uma estranha?
Lúcia: Isso é o pior de tudo!Para ele não faz diferença. Já ficou noivo uma vez,mais o compromisso foi rompido. Desde então, meu filho age como se a emoção fosse coisa de um passado que ele fez questão de enterrar para sempre.
Alessandra: Maycon a amava?
Lúcia: acho que sim, embora nunca tenha falado nada sobre o assunto com ninguém,nem mesmo comigo. Talvez eu seja uma sentimental tola,mas eu gostava tanto de Etta e ela morreu tão cedo... Se eu pudesse ver nossas duas famílias unidas pelo casamento,e depois pelas crianças!esse é o meu maior desejo.
Alessandra: fale sobre minha avó senhora.
Lúcia: fiquei primeiro amiga de uma irmã dela,e só depois conheci o resto da família. Etta era dez anos mais velha que eu,mas me protegia sobre suas asas porque minha mãe havia morrido. No casamento dela fui dama de honra e uma das primeiras pessoas a conhecer seu pai, quando ele nasceu.
Queríamos que nossos filhos crescessem juntos mais isso não foi possível... Assim, nosso plano não deu certo e aí Etta morreu, e até hoje sinto saudades dela. Era a única pessoa com quem podia trocar confidências. Com os homens, não é a mesma coisa.
Alessandra: senhora eu me pareço com ela ?
Narra:Para responder a pergunta de Alessandra, Lúcia se levantou e foi até um armário e dele tirou um álbum de fotografias,e disse veja você mesma., então abriu o álbum em uma das primeiras páginas,está é a sua avó quando tinha a sua idade. A jovem da foto usava um vestido da moda de cinquenta anos antes. Tinha o rosto idêntico ao de Alessandra.
Alessandra: não tenho a menor dúvida que sou neta dela.
Lúcia:sua semelhança é bem maior que a de Olívia. Sua irmã não teria servido para Maycon. Ela é uma garota meiga,mas não tem juízo, embora, claro eu tenha pensado nela primeiro, porque já a conheço há tantos anos,. Gostaria de ter conhecido você antes. Se ao menos sua mãe não a tivesse a afastado de nós.
Alessandra:Se ao menos o quê?
Lúcia:seu pai contou que, depois da separação, Joyce não queria nem ouvir falar de nós. afirmou que sua mãe decidiu voltar para Inglaterra para educa-la como uma inglesa. Isso não é verdade?
Alessandra: Não,de jeito nenhum! Foi papai quem nos obrigou a voltar para Inglaterra,mandou-nos embora de nossa casa.
Lúcia: Aquela mulher!seu pai sempre fez o que ela quis. Não gosto dele. É um homem sem personalidade, é muito diferente de Etta. Agora sinto nojo daquele fraco!
Alessandra:Eu tenho muita mágoa de meu pai. Ele me negou a herança italiana.
Lúcia: Bem agora você pode e exigi-la querida!
Alessandra: É VERDADE, agora posso.
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"PROPOSTA TENTADORA"
General FictionCasar com um homem rico não fazia parte dos planos de Alessandra.mas a pequena loja que ela possuía estava atolada em dívidas,quando o milionário italiano, Maycon Calvani , lhe fez uma proposta praticamente irrecusável!se Alessandra concordasse em v...