9 de Abril, 1932Faz quase um mês desde que cheguei. Muitas coisas tem acontecido e já me familiarizei com a cidade.
Mais um dia de trabalho concluído, padaria fechada, mesma história de sempre.
Na minha volta, passou um carro blindado da guarda nacional cheio de soldados em alta velocidade. O veículo dobrou uma esquina e entrou num beco. Achei estranho, já que não vi ninguém correndo prá lá:Raíssa: "Por que a guarda nacional está aqui?" Pensei alto.
Passei em frente ao beco. Os soldados armados com rifles estava espancando um rapaz, eles riam no processo.
Soldado: "Haha! Não é tão durão agora, hã?"
Soldado 2: "Esse mala de mascate só tem papo, vamos! Lute agora!"
Eu corri para ajudar o rapaz. Agarrei um dos soldados por trás e o arremessei longe com facilidade, o outro apontou o rifle na minha direção:
Soldado 2: "Como ousa, menina?" Ameaçando atirar.
O rapaz ferido levantou-se e acertou o soldado na cabeça com uma garrafa de vidro, deixando o agressor inconsciente.
????: "Obrigado... Não sei como jogou um cara daqueles longe, mas me salvou a pele." Disse ele sangrando enquanto estendia a sua mão.
Raissa: "Isso não foi nada" apertei a mão dele. "Me chamo Raissa, e você?"
Ele sorriu e limpou o sangue que escorria pelo canto de sua boca:
Maycon: "Sou Maycon, Maycon Fernandes. Mas pode me chamar de Mafés, não me importo muito com nomes."
Raíssa: "Esqueça isso agora. Por que eles estavam te batendo? Você mora muito longe?" Me usei de apoio para poder tirar ele dali.
Eu levei ele até meu prédio, Simone estaba saindo de lá bem na hora:
Simone: "Maycon!?" Ela se surpreendeu a vê-lo nesse estado.
Raíssa: "Simone! Você o conhece?" Obviamente eu me assustei quando ela gritou.
Simone: "Eu explico depois. Vamos levar ele pro meu apartamento agora!" Ela disse enquanto me ajudava a levar Maycon para dentro.
Algumas horas se passaram, Simone tinha habilidades médicas e fez uns curativos em Maycon, ele agora está de repouso.
Ela havia dito que Maycon é um companheiro dela de longa data. Eles estavam trabalhando em algo juntos.
Fiz um pouco de café e nos sentamos, ela então me explicou o porquê da guarda nacional estar atrás dele:Simone: "Promete não dizer pra ninguém?" Ela estava apreensiva.
Raíssa: "Prometo."
Simone: "Eu, ele e outros estamos planejando algo que irá mudar esse país!" Ela parecia entusiasmada.
Raíssa: "E o que seria?"
Simone me deu um olhar frio:
Simone: "Revolução."
Me espantei por um momento, esse tipo de coisa é muito perigoso. Eles buscam mesmo isso? Sinto minha pressão cair...
Continua»»
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Vira-Volta Volta-vem | A Revolução
Historical FictionRaissa é uma jovem garota que tentou mudar sua vida após ir para São Paulo, mas os tempos não são fáceis na década de 1930. Algo está por vir, e ela não espera por isso. Acompanhe semanalmente sua jornada no Brasil de Getúlio Vargas!