Cercamos a fábrica, mas ninguém tinha coragem de avançar por causas das metralhadoras pesadas e snipers por todos os lados. Fomos ordenados então a segurar as posições.Eu e meu esquadrão jogamos todas as nossas granadas de fragmentação no lado inimigo, sem surtir nenhum efeito. A artilharia já tinha se retirado, então era nossa hora de agir.
Mas vamos ficar nisso até quando?Josué: "22:32. Estamos aqui faz 7 horas!"
Kawamura: "Não se preocupe, a paciência é uma dádiva dos ninjas."
Josué: "Que diabo é isso?"
Kawamura: "Nandemonai (Esqueça)."
Josué: "Desgraçado, tá tirando uma com a minha cara?"
Raissa: "Vocês dois, já chega!"
Eles se calaram. Após isso, um pombo pousou ao meu lado, ele tinha um papel amarrado em uma das patas.
Cleiton: "É... Um pombo correio?"
Fui verificar a mensagem:
"De: Corpo de comunicação do 5º Batalhão;
Para: 3ª Divisão;Avancem pelo sul da fábrica.
As 2ª, 7ª e 13ª irão providenciar suporte de fogo.
Façam bom uso deste sacrifício. Sargento Barbosa, dê um tiro ao alto para confirmar o recebimento da carta."Após ler a última palavra, atirei para o ar.
Foi como inicar uma sinfonia de tiros e explosões, era hora de agir.
Expliquei o plano para meu esquadrão, nos movemos em direção ao objetivo de forma furtiva evitando confronto direto.Entramos sem encontrar nenhuma patrulha, fomos procurando a estação de rádio, mas não a encontramos em lugar algum.
Josué: "Ei, ouviram isso?"
Assim que nos viramos para perguntar a Josué o que ele tinha visto, fomos supreendidos por tiros.
Eles estavam nos seguindo esse tempo todo. Josué foi fuzilado pelas costas, eu e os outros escapamos por pouco.
Agora eram 13 contra 13. Uma batalha equilibrada.Tenente: "CHUMBO NELES! ATIREM ORA MATAR!"
Finalmente o encontrei... O cara que está comandando o ataque. O cara que deu ordens para matar meus amigos...
Estranhamente, ele me parece famíliar.Derrubamos 5 durante o tiroteio, o tenente fugiu com ums 2 soldados. A munição deles já era.
Fui atrás deles, deixei meu esquadrão.Kawamura: "VOLTE VIVA, LAIZA!"
Cleiton: "Isso! Contamos com você!"
Victor: "FAÇAM ELES PAGAREM!"
Enquanto eu corria pela fábrica, acertei os dois soldados que estavam com o tenente. Ele chegou num ponto sem saída e finalmente estava na minha mira.
Eu estava com o dedo no gatilho, mas ele não se movia. Eu o olhava com ódio, nem notei o que estava acontecendo.
De repente, sinto uma brisa nos meus cabelos. Uma brisa parecida com a do mar.
Olhei para trás, uma moça num véu branco e um manto azul estava atrás de mim, brilhando.Iemanjá: "Minha filha, escutai-me com clareza. Se teu coração está a hesitar, então não deves tu atirar..."
Me senti tranquila após ouvir isso. Era uma sensação jamais vista antes.
Eu estava fraquejando e não pude atirar. Olhei para o tenente e ele apontava um revólver na minha direção, ele atirou...
Ele atirou mas não me acertou, acertou o tanque de tinta atrás de mim.
Por reflexo, também atirei. Acertei a perna dele, mas alguns segundos depois, o tanque atrás de mim explodiu.Meus companheiros já tinham saído da fábrica, sairam vitoriosos. Quando eles viram a fumaça verde e o fogo saindo de lá, ficaram deseoerados e correram prá lá junto com os enfermeiros.
Eles me acharam, mas o tenente escapou de alguma forma. Fui levada às pressas para a base mais próxima para ter cuidados médicos urgentes. Tive a sorte que outros não tiveram de sobreviver a essa batalha.
Já no trem, Kawamura estava ao meu lado.
Kawamura: (Ela foi meio idiota em ter ido atrás do comandante inimigo sozinha... Olha no que deu.)
Ele também estava ferido, levou um tiro no ombros e estilhaços acertaram seu rosto.
Perdi três homens do meu esquadrão. Um líder deve se responsabilizar por suas perdas.
Não sei como vou olhar na cara da Simone denovo...Algumas horas atrás, Santo André
Augusto: "Quer dizer... Que minha filha está no exército inimigo?"
Soldado: "Sim senhor. Ela foi vista no levante armado de Julho, portando um rifle e atirando contra forças federais."
Augusto tirou seus óculos, passou sua mão em seu rosto e suspirou.
Augusto: "Como ela deve estar agora...? Como vou explicar para a mãe dela...?"
...
Augusto: "Dispensado, soldado."
O soldado se retirou rapidamente de lá.
Continua...
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Vira-Volta Volta-vem | A Revolução
Historical FictionRaissa é uma jovem garota que tentou mudar sua vida após ir para São Paulo, mas os tempos não são fáceis na década de 1930. Algo está por vir, e ela não espera por isso. Acompanhe semanalmente sua jornada no Brasil de Getúlio Vargas!