15 de Julho, 1932 - 3° dia de treinosDepois do primeiro dia, no qual eu conheci o Kawamura e outros comoanheiros, passamos do treino físico para o estratégico.
Nos foram ensinadas táticas de campo, tanto para ofensa e defesa quanto para movimentação das tropas e divisões.Estavamos num exercício de combate com armas de chumbinho no meio da mata. O pelotão foi dividido em duas equipes de 25 unidades cada. Nosso objetivo era capturar a bandeira no lado oponente, se alguém for acertado deve-se ficar no chão e aguardar o "socorro" do médico do time.
De alguma forma, eu cai como líder do meu time com Kawamura e outros colegas.
Raissa: "Façam o mínimo de silêncio o possível. Se entrarmos em confronto direto, iremos nos separar." Eu dizia bem baixo.
Estavamos todos agachados praticamente. Indo bem devagar floresta à dentro, quando ouvimos um grito:
Time oponente: "INIMIGO AVISTADO!"
Logo após, eles abriram fogo contra nós, tomamos cobertura e retribuímos fogo.
Raissa: "Vamos, do jeito que planejamos! Estamos próximos do objetivo. Equipe de infiltração, em frente! Nós iremos dar cobertura!"
E o confronto foi indo, o grupo selecionado do meu time avançou furtivamente pelo flanco e o tiroteio cessou.
Jorge: "Raissa, eles conseguiram..?"
Raissa: "Não abaixem a guarda até segunda ordem."
O som do vento nas árvores foi rompido por outro grito:
Antônio: "CONSEGUIMOS!" Ele veio correndo com a bandeira em sua mão, seguido dos outros que foram junto.
Comemoramos, o trabalho em equipe funcionou. Fomos até o outro time dizer que foi uma boa luta, todos levaram na esportiva. Exceto por um único cadete:
????: "Hah. Acham que o exército vai ser tão leve assim com vocês se perderem? Me poupem a estupidez, mas isso é guerra..."
Ele se aproximou bem de mim, ficou cara a cara comigo e pôs um dedo acima do meu peito. Ela tinha um porte físico enorme e muito bem treinado, como ainda pôde perder?
????: "E guerra deve ser levada a sério."
Todos estavam em silêncio, com medo de que uma briga acontecesse.
.......
Eu subitamente me virei e saí andando:
Raissa: "Vamo rapaziada, bora comer!"
Todos me seguiram praticamente, apenas aquele cadete ficou pra trás.
Chegando no refeitório, vimos que não tinha nada. Sim, os cozinheiros daqui são muito mal preparados, então fui lá dentro ver:
Raissa: "O batalhão tá com fome, galera. O quê que tem aqui?"
Cozinheiro: "Só fubá, água e arroz. É tudo que temos."
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Vira-Volta Volta-vem | A Revolução
Historical FictionRaissa é uma jovem garota que tentou mudar sua vida após ir para São Paulo, mas os tempos não são fáceis na década de 1930. Algo está por vir, e ela não espera por isso. Acompanhe semanalmente sua jornada no Brasil de Getúlio Vargas!