Vira-Volta Volta-vem | A Revolução

Capítulo 12: Trem das Onze

21 de Julho, 1932

ATENÇÃO PELOTÃO, EM FORMA!

Lá estavamos nós, todos enfileirados vestindo sobretudos cinza, bolsa com pertences utilitários e fuzis.

Comandante: "Vocês sobreviveram o treino, estou orgulhoso. Sua prova real agora os aguarda, hoje é o dia em que vocês partirão rumo a Mantiqueira na invasão do Rio de Janeiro!"

Todos: "Entendido!"

Simone aparece ao lado do comandante:

Comandante: "Passo agora a fala para nossa general."

Ele deu continência e se retirou do local.
Ouvi muito fala-fala sobre a comandante ser mulher. Eu já sabia que a Simone fazia parte do movimento, mas não num cargo tão elevado.

Simone: "Pessoal, o dia finalmente chegou. Vocês irão para o front enfrentar as forças desse tirano e trazer a liberdade, não só para São Paulo mas, para todo o Brasil. Lembrem-se, não é ódio ao inimigo que nos faz lutar, e sim o que buscamos preservar: Ser independente, ter uma vida calma, ser quem somos independente de sexo ou raça."

Ela ergueu sua mão fechada e passou a gritar:

Simone: "ESSE É NOSSO ATO DE REBELDIA CONTRA ESSE GOVERNO! SE CAIRMOS, JAMAIS MORREREMOS! POIS ESTAREMOS VIVOS NA MEMÓRIA DE CADA PAULISTA QUE CARREGARÁ NOSSO LEGADO, SEJA EM 50, 70 OU ATÉ EM 100 ANOS! VIVA A REVOLUÇÃO!!"

Todos nós vibramos com fervor, alguns até choraram.
Depois que o calor passou, todos nos dirigimos até a estação de trem, menos eu.

Simone: "Raissa, eu gostaria de falar com você. E às sós, por favor."

Raissa: "Sim, comandante."

Simone: "Não precisa dessa formalidade, vem logo."

Fomos até a cabana no centro do campo, ela fechou a porta e ficamos lá dentro.

Simone: "Sabe, você realmente superou todas as minhas espectativas nessa semana."

Ela dizia enquanto sentava em cima da mesa.

Raissa: "Ah Obrigada..."

Simone: "Esse tempo todo, precisávamos de alguém como você. Uma líder nata, aquela que é capaz de fazer os outros cooperarem por vontade própria..."

Raissa: "Não tem como vencer uma guerra sem o trabalho em equipe, né?"

Simone: "Tem razão..."

Ela pegou uma marca de patente, eu não vi qual, e pôs no meu braço.

Simone: "Por sua provação, está sendo promovida a Sargento!"

Eu corei de leve, de um dia pro outro me tornei alguém importante com meu esforço.
Eu não sabia o que dizer, apenas agradeci.

Simone: "você será designada como comandante da 3° divisão de infantaria do 5° batalhão do exército revolucionário. Meus parabéns."

Depois de trocar um papinho a mais, fui até a estação junto com Simone.
Antes de embarcar no trem, ela me parou mais uma vez:

Simone: "Raissa, não vou poder ir com vocês. Mas nos vemos na Mantiqueira, prometa para mim, sargento!"

Raissa: "Eu prometo, comand-"

Antes que eu pudesse terminar de falar, fui interrompida por ela. Como? Um beijo. Um beijo curto, mas terno.
Fiquei avermelhada no mesmo instante.

Raissa: "Que vulgar! J-Justo aqui..!?"

Ela ria de leves, senti meu coração bater forte enquanto a via gargalhar corada.

Simone: "Nos vemos lá!"

Um jornalista revolucionário apareceu um pouco depois, na hora que eu embarcava e tirou uma foto minha.

Jornalista: "Jovem sargenta! Seu nome ficará na história! Me diga seu nome!"

Raissa: "Sou Raíssa Barbosa & Silva. Irei lutar pela liberdade!"

Jornalista: "Expendido! Muito obrigado!"

Ele deu a foto para Simone, e eu embarquei no trem. Eram 11 horas da manhã, hora de partir...

Fui para o vagão onde minha divisão estava.
Me sentei e conversei com alguns dos homens, seus motivos para estarem aqui eram quase os mesmos:

"Quero ter minha vida tranquila."
"Quero ganhar dinheiro."
"Quedo honrar minha família."

E entre outros.

Simone ficou vendo o trem partir. Ela olhou a foto e a guardou no bolso com carinho e se retirou de lá.

N/t: Foto original: Mangá e Anime Fullmetal Alchemist.

O trem das Onze partiu. Raissa está junto com seu pelotão!
O que os aguarda? O que eles esperam!?
Um novo horizonte de eventos se abre trazendo mais desafios!
Este é o fim da Parte 1 do livro Vira-volta Volta-vem! Agora a guerra realmente começou para nossa heroína.