Capítulo 1

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Olá Meus amores, quanto tempo não é? E de lá para cá quanta coisa aconteceu, e uma delas me fez querer parar de escrever, não via mais motivos para escrever, não tinha o por que continuar escrevendo sobre algo, sobre alguém que não está mais com a gente, Marília foi uma pessoa muito importante para mim, para minha vida pessoal, a dor que senti foi de perder minha irmã, mas não foi só eu que senti essa dor, muitos sentiram, e muitos voltaram a ler histórias com ela, por que dava um pequeno alívio no coração, dava um momento de viver a história e acreditar que ela esta viva, e pessoas ao meu redor me pediram para voltar a escrever, queriam viver isso novamente, querem manter essa chama acesa, e eu irei dar o meu máximo para isso. Eu espero do fundo do meu coração que vocês vivam a história que está por vir, que vocês estejam comigo em todos os capítulos, pois não será fácil, mas aprendi que tudo que é muito fácil não é bom.

Sejam Bem vindos a mais uma fase, sejam bem vindos a mais uma Fanfic Marila.



Maraisa


Sentar em um banco qualquer em um parque, escutar passarinhos cantando, crianças gritando, sentir a brisa pelos cabelos, ver os cachorros correndo em busca do seu brinquedo, nada disso precisa ter nossa atenção, é comum isso na nossa vida, ou melhor, na vida de pessoas livres, para eu começar a contar essa história eu terei que voltar alguns anos atrás para você entender o que eu estou passando.

= Flash Back =

- Sua passagem senhorita, por favor? – Minha ansiedade estava começando a me consumir, minhas mãos soadas, minhas pernas tremendo, eu sei que não deveria fazer isso, não tenho direito em acabar com a minha vida assim, mas ele me prometeu, disse que assim que eu desembarcasse iriamos ser o casal mais feliz do mundo, e com muito dinheiro, e que nada daria errado, e eu o amo, e quero viver ao lado dele para sempre, eu preciso ser feliz ao lado dele para sempre.

- Carla Maraisa? – Só de ouvir meu nome de uma boca desconhecida me fazia arrepiar em tensão;

- Sim, sou eu – Aquele olhar que me media de cima a baixo poderia jurar que os olhos dele é uma maquina de raios-X.

- Tudo bem, pode colocar sua bagagem na esteira e passar pelo detector de metal.

Assim fiz, com muito medo de que tudo pudesse ir por agua a baixo, e parecia que eu sabia que isso iria acontecer, bastou eu olhar de canto para observar a mulher atrás da esteira chamando seu colega para olhar alguma coisa no computador, eu já não sentia minhas pernas e poderia jurar ver minha vista escurecendo;

- Senhorita Maraisa, poderia, por favor, abrir sua mala por gentileza?

- Ah, claro, alguma coisa errada? – É claro que tinha algo errado, muito errado, mas não seria eu que iria dizer isso.

- Bom, é o que queremos ver agora, por favor, abra a mala.

Eu nunca achei que eu iria demorar tanto para abrir uma mala tão pequena, parecia que cada centímetro que aquele zíper percorria seria anos a menos na minha vida, e quem me observava parecia pensar o mesmo, eu não teria saída e eu sabia qual era o desfecho desta historia.

- Carla Maraisa, a senhora está presa por tráfico de drogas, a senhora tem o direito de permanecer calada e ter uma ligação para o seu advogado, caso não possua um advogado, o governo poderá te fornecer um.

E ali eu sabia que iria começar uma história não muito boa na minha vida, mas que eu iria ter que viver ela intensamente.

Delegacia de São Paulo, em uma tarde de terça-feira, tempo nublado, característico desta cidade fria, andar algemada e entrar em um lugar de uma energia tão ruim, me fez repensar toda minha trajetória, será que se minha mãe me visse hoje, ela teria pena ou raiva, será que se ela ouvisse minha história ela me entenderia e me ajudaria, ou ela iria sentir vergonha e virar as costas para mim?

Prisão Sem GradeOnde histórias criam vida. Descubra agora