Capítulo 12

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Maraisa

- Vai responder não?

Maiara entra no quarto, e vejo a Amanda olhando brava para Luiza que volta imediatamente para a porta novamente;

- Não é nada Mai, estávamos falando sobre o que aconteceu agora no pátio.

Eu logo respondi tentando amenizar aquele problema, vejo Alma se sentando na cama junto com a Amanda, Maiara anda pelo quarto e se senta na minha cama;

- O que tem de coincidência naquilo? 

Maiara me encara e eu me vejo sem saída, e se eu falar, ela me deduraria para a Mendonça, eu seria caçada aqui dentro? O que eu faço?

 - Semanas atrás aquela mesma mulher tentou estuprar a Maraisa na biblioteca, e ficamos sabendo que ela estava proibida de chegar perto da Maraisa de novo, e agora estávamos pensando se ela não falou algo desse tipo para Mendonça e aconteceu o que aconteceu.

Alma me salva mais uma vez, fico aliviada em pensar de ter ajuda dela aqui.

- Ah, entendi, não sei não, Mendonça não é de proteger ninguém nesse nível, se não for da família dela, que no caso só tem eu. - Maiara fala enquanto olha meu livro que estava do lado do meu travesseiro;

- Sim, por isso achamos que era coincidência.  - Eu logo respondo para não ter mais nenhuma duvida.

Maiara se levanta mexe em meu cabelo, deixa um beijo na minha bochecha e sinto um quente dentro de mim, algo aconchegante que eu não sentia a anos;

- Cuidado irmã, não fica falando das coisas que acontece aqui dentro, isso pode ser ruim pra você, hoje sou eu, amanhã pode não ser.

Ela sai de dentro do quarto e eu respiro aliviada, sento em minha cama e vejo a Luiza indo sentar na dela até a Amanda dar um tapa na cabeça da coitada;

- Se fosse pra deixar alguém escutar a conversa não precisava de você na porta desgraça!

- Para Amanda, já foi, sorte que era a baixinha, eu vou voltar pra minha cela, lembrem de ficar de boca fechada!

Alma passa os dedos na boca imaginando um zíper e nos três apenas concordamos com a cabeça.

Eu me jogo na minha cama e me deito, respirou fundo e penso, o que está acontecendo com a minha vida, e como vou fazer para sair desse inferno.

Os dias na prisão foram se passando, e eu não posso dizer que eu não vi passar, por que eu vi, um por um, contei os minutos, e parecia que esse inferno não teria fim.

A mulher de preto saiu da solitária depois de algum tempo lá, minha nova irmã que estava tomando conta das coisas enquanto isso, eu já não tinha tanto medo assim dela, mesmo não conseguindo desviar meus olhos dela e ela me pegar no flagra.

A forma que ela levava as coisas aqui era muito diferente, como ela não estava nem um pouco abatida por ter matado aquela mulher, como ela lidava com todos os problemas, como ela sabia o que tinha que fazer, me deixava intrigada como ela chegou nesse nível.

- Irmã, irmã, o que tanto fica encarando a chefinha em?

Maiara de novo me pega olhando para ela, não era a primeira vez, e não sei se vai ser a última.

- Nada, só queria entender como ela tem esse poder todo.

- Esse império foi construído por ela, na verdade pelo pai dela, mas ela melhorou e continuou o legado.

- E como foi que você foi para no meio disso? - Eu perguntava enquanto mexia no meu prato de comida que já estava frio a muito tempo.

- Eu e Mendonça fomos criadas juntas, eu sempre estive nesse meio, o pai dela era como se fosse o meu pai, a minha vó era como se fosse a vó dela, e sempre foi assim, e quando ela começou a construir o império ela precisava de ajuda, e ela não pensou duas vezes em me colocar como seu braço direito.

Prisão Sem GradeOnde histórias criam vida. Descubra agora