Capítulo 39

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Marília

Eu não sei o que eu ouvi, se ouvi direito, eu só sei que eu sai correndo daquela barraca, uma Guardiã, a minha Guardiã, eu não iria aceitar isso, eu não consigo acreditar nisso.

Eu entro pelo pátio e vejo a movimentação no andar de cima, vejo todas olhando para mim, sinto meu coração bater descompassado, eu corria e elas abriam o caminho para eu passar isso me levou até a cela dela, já havia policiais dentro com um médico eu não conseguia passar, havia um policial na porta barrando a entrada, escuto um grito e o choro em seguida, vejo minha Maraisa em prantos do meu lado, eu queria chorar, era a minha garota lá dentro, era minha responsabilidade, eu abraço a Maraisa e ela desaba mais uma vez a chorar, Maiara estava chorando mas estava mais forte, fazia carinho nas costas da irmã tentando acalmar, eu precisava entender o que aconteceu como isso aconteceu.

Olho para o lado vejo Luiza e Isabela abraçadas de lado, não havia uma expressão nos rostos delas, como alguém que perde a namorada e a amiga não demonstra nenhuma reação, nem uma lágrima;

- O que foi que aconteceu?

Eu solto a Maraisa e ando em direção das duas, minha voz ficou mais forte por conta do choro que eu estava segurando, vejo as duas darem alguns passos para trás;

- O que porra foi que aconteceu caralho?

- Não sabemos. - Isabela responde com a voz trêmula;

- Não sabem? Como não sabem? Foi dentro da cela de vocês, ela era sua namorada, e sua melhor amiga, como vocês não sabem? Por que vocês não estão expressando uma reação triste?

As duas abaixam a cabeça me dando mais ódio ainda de suas reações, vou pra cima delas empurrando contra a grade, seguro a camiseta da Luiza que tinha um olhar neutro, ela não mudava seu semblante em nenhum momento;

- Eu vou descobrir o que aconteceu, e eu vou achar quem fez isso, e eu vou fazer questão de matar toda a família de quem fez isso e por último fazer essa pessoa sofrer lentamente por muitos anos até ela querer se matar.

Ela mantém o olhar calmo não moveu nenhuma parte da face, isso estava me matando e eu só queria jogar ela daqui de cima;

- Solta ela Mendonça, vamos vingar a morte da Amanda, com a pessoa certa, solta ela.

Maiara pede para mim, e eu respiro fundo soltando sua camiseta e me afastando dela, vejo os policiais tirarem o corpo de dentro da cela e indo levar para a enfermaria, ela estava com um pano em volta dela, eu segui eles até a enfermaria, um policial me barrou olho para ele puta e vejo a diretora vir;

- Diretora, me deixa entrar, ela era uma das minhas, me deixa entrar.

- Eu também. - Maraisa surge do meu lado.

Ela olha para nós e concede logo falando para o resto que não iria abrir mais nenhuma excessão deixando as meninas irritadas.

Assim que entramos havia policiais militares, eu nem vi por onde eles entraram, havia um pessoal com câmera fotográfica que estava tirando foto do corpo, eu nem tinha visto ainda mas estava muito nervosa.

Maraisa estava chorando ainda, segurei sua mão para tentar passar alguma força, mas imagino como ela esta se sentindo perdendo uma amiga, já perdi muitos, e dói demais.

Assim que chegamos até o corpo sinto um calafrio, eu precisava ver, precisava saber como ela foi morta, eu iria vingar essa morte, eu iria mostrar que não se mexe com a família guardião e fica barato não,  assim que bati o olho eu entendi, ela foi enforcada, a pior morte possível, não sentiram pena nenhuma dela, sabiam o que estavam fazendo e para mim isso tem cheiro de Maximus até a tampa.

Prisão Sem GradeOnde histórias criam vida. Descubra agora