Capítulo 42

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Marília

1 hora atrás...

- Você está bem chefe?

André me pergunta assim que me tira do chão e me coloca dentro do carro preto que estava me esperando.

Eu sei que esse plano pode causar algum problema durante o caminho, mas eu precisava disso, precisava fingir que eles conseguiram acabar comigo, primeiro para a polícia acreditar, e segundo para meus inimigos acreditarem.

Já estava resolvido com a imprensa, eles já tinham o texto pronto e decorado, ninguém mais poderia saber além de mim e do André que é o que comanda a nossa facção aqui de fora.

Eu sabia que o pau no cu do Patrício iria mandar gente para tentar me pegar, eu sabia que não iria querer tirar a Alma e nem a Maraisa, ele acredita que elas estão do lado dele, e que ele vai conseguir todas as informações que ele quer, porém ele não esperava que eu iria descobrir o quanto otário ele é.

Ele acredita que por estar com a minha nova irmã ele iria ter a mim e a Alma nas mãos, o que ele não contava era que eu teria a irmã dele e a ex nas minhas mãos também.

Luiza e Isabela, não comandam mais nada lá dentro, as Guardiãs fizeram um ótimo trabalho, a única coisa que elas comandam no momento é quem vai limpar o vazo cheio de bosta primeiro.

Patrício pode acreditar que está na minha frente, mas está bem longe disso acontecer, enquanto ele está indo com a farinha, eu já voltei com o bolo e a cobertura;

- Sim, só não sabia que essa bala de airsoft doía tanto assim, não precisava ter atirado tantas vezes assim;

- Foi mal chefe, precisava parecer real, mas e aí? O corpo tá lá na onde você falou, já pode mandar botar fogo?

Eu precisava fazer com que a minha morte parecesse real, mandei dar fim em uma vagabunda que eu queria vingança e colocar ela em um ponto estratégico com as minhas roupas do presídio e atacar fogo, eles teriam as digitais das minhas roupas mas não teriam o corpo para fazer o exame, logo, a chefe da maior facção de São Paulo estaria "morta".

- Já deixaram a minha roupa lá mesmo não é? Nada desse plano pode dar errado André;

- Já sim chefe, eu mesmo fui até lá e deixei até uma parte rasgada da sua roupa próximo para não queimar e eles acharem.

- Ok então, pode botar fogo.

Escuto ele passando o rádio e eu só fico pensando nas minhas meninas, Maiara com certeza iria estar bancando a forte, segurando um mundo, Maraisa pelo pouco que conheço deve estar muito irritada e chorando, aquela ratinha é muito emotiva.

O sorriso nascer no meu rosto é incontrolável, mas queria mesmo ver a cara delas.

Recebi a mensagem da Alice, tudo sobre controle, Luiza e Isabela já se tornaram refém delas, as outras meninas dos Maximus se rendeu às Guardiãs, o desgraçado do Patrício não vai conseguir contato com elas lá dentro por um bom tempo, e se eu bem conheço ele está nesse momento muito feliz em saber que conseguiu dar "fim" em mim e de ter duas aliadas no morro dos Guardiões, mas eu gosto disso, gosto de deixar ele sonhar quanto mais alto o sonho, maior a queda;

- Chefe, as meninas vão fazer a parada no galpão antes, o Luiz já avisou que elas estão trocando de roupa e já vão pegar os carros, provavelmente uns 30 minutos elas chegam no morro.

Olho pela janela e já vejo meu morro ali, vejo meus meninos fazendo a guarda em cima das lages, vejo as meninas na rua fingindo ser pedestres comum, quando na verdade estamos passando todas as informações para o centro de comando lá em cima do morro, nesse momento todos já sabem que chegamos, a ordem é para seguir o plano, André já passou a mensagem que a Chefe não morreu, mas que é pra fingir que sim e manter dessa forma, junto com as faixas amarelas terá a preta de forma de luto, e se tiver olheiro de outra facção por perto vai acreditar que eu não estou aqui mesmo, e esse era o plano.

Prisão Sem GradeOnde histórias criam vida. Descubra agora